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O primeiro filme de Gantz convence

Gantz – Perfect Answer sai dia 23 de abril no Japão e é o segundo filme – e ultima parte da história – contado nessa transposição do mangá Gantz do mangaká Hiroya Oku (Eu sei, da vontade de rir) para as telas do cinema. Adiantando para os fãs preocupados, o primeiro filme acertou no roteiro com alterações muito bem escolhidas que não deixou furos, nem adulterou a essência da história. Os efeitos especiais foram competentes, nada extraordinário como foi prometido, mas quando paro pra pensar em alguns filmes japoneses que assisti durante minha vida não podemos negar que Gantz foi sim, muito competente em seus efeitos visuais.

Para o leitor que não conhece a história do mangá que originou o filme, ela gira em torno de uma estranha e misteriosa esfera negra chamada de Gantz, uma espécie de computador ultratecnológico com inteligência própria que sem uma razão aparente teletransporta pessoas que supostamente morreram para uma sala isolada do mundo, lá elas são avisadas que farão parte de um jogo de caça aonde eles serão os caçadores e os alvos serão estranhos alienígenas escondidos entre nós.

Armas de tecnologia avançada são ofertadas para os personagens que devem derrotar todos os alvos até que somem um montante de 100 pontos e assim podem, ou comprar sua liberdade (esquecendo de tudo que passaram lá), ou ressussitar alguém morto no jogo.

O mangá vai além da violência gratuita, apesar de um grande apelo visual, a obra também se preocupa em discutir o comportamento humano em situações extremas, até aonde iremos por um objetivo seja ele qual for? E se não temos nenhum, o que somos capazes de fazer para preencher esse vazio? Nenhum personagem em Gantz é totalmente correto, assim como na vida real. Todos nós somos levados por impulsos primitivos, todos nós erramos, claro que alguns mais que os outros. A adaptação para as grandes telas também se preocupou em manter essas características e isso dá a ela um grande ponto positivo.

Os personagens

Os dois personagens principais, Kurono e Katou foram interpretados pelas estrelas japonesas Kazunari Ninomiya e Kenichi Matsuyama que conseguem convencer na pele dos personagens com a diferença de ser um desafio um pouco maior para Kenichi. Seu personagem Katou teve sua história mais modificada enfatizando um pouco mais a agressividade contida que ele revela nos primeiros volumes no mangá. No filme, Katou tinha um pai alcoolatra e cansado das agressões a ele e seu irmão mais novo, Katou assassina seu pai e por consequência desse ato vai direto para um reformatório. Vale lembrar que as atitudes de Katou são as mesmas do mangá, sua nova história só insere mais dramaticidade ao personagem que fica mais interessante.

A personagem Kei continua na história, gerando uma espécie de triângulo amoroso, mas que no filme infelizmente não deu tanto certo quanto no mangá. A relação dela com Kurono acaba sendo mais distante do que já era. Vale comentar que a atriz Natsuna Watanabe é realmente bonita e a cena em que ela surge com a roupa negra dos caçadores ganha um brilho a mais.

Dos outros personagens que surgem na história, alguns foram cortados ou tiveram suas mortes mudadas. Alguns para gerar surpresas aos fãs, outros talvez por uma questão de tempo. A namorada de Kurono e o “Velho” são exemplos de histórias alteradas, aliás, esse ultimo é um dos carismáticos personagens que integram a saga que praticamente se inicia após o volume 8 do mangá (acontecimento praticamente após os eventos relatados no filme) e que aqui surge desde no primeiro desafio da história. Mas não dá para entender ao certo por que, o personagem passa o filme todo escondido ou fora de cena e só passa a ter relevância quase no final do filme.

Os Aliens e a Computação Gráfica

Os “aliens” enfrentados em Gantz no filme tiveram suas habilidades e histórias reduzidas salvo o primeiro que não teve alteração nenhuma. A maquiagem e os efeitos especiais não ficaram artificiais demais não deixando o telespectador constrangido como já vi algumas vezes, alias, a qualidade desses efeitos visuais era talvez o maior medo entre os fãs. A promessa da empresa de computação gráfica Digital Frontier (Summer Wars, Appleseed, Evangelion: 1.0 You Are [Not] Alone) era de efeitos especiais “revolucionários” em algumas declarações iniciais. Mesmo não sendo isso tudo o resultado final vale  a pena ser conferido.

E no final…

No final, assim como no mangá, percebe-se que precisamos muito mais das pessoas do que imaginamos. Somos muito mais fortes quando temos alguém por quem lutar por que também não há glória se não há ninguém que possa comemorar com você suas vitórias. A lição é aprendida a duras penas, a esperança vem exatamente de quem aprendeu a lição e assim finalmente percebe de onde vem a força daqueles que se foram. O final do primeiro filme é bom e apesar de clichê empolga e nos deixa curioso para ver o que vem pela frente. Porém…

Gantz Parte 2 – Perfect Answer

Com o fim da primeira parte da história (com direito a cena misteriosa depois dos créditos) é possível perceber pelos trailers (confira aqui no Ambrosia Vídeos o primeiro trailer) que a segunda parte tomará um caminho totalmente diferente do mangá e do anime. Aparentemente um plot do mangá que começou a ser explorado e foi abandonado vai ser continuado no cinema. A historia se trata do confronto dos jogadores de Gantz e uma raça de Vampiros, resta saber como isso será feito.

Com essa decisão por um caminho diferente do mangá fica mais difícil saber o resultado final da segunda parte, mesmo sabendo como se saiu a primeira. Só espero que seja melhor que o estranho final do anime, totalmente fora do tom se comparado com o mangá. Infelizmente a minha experiência com roteiros novos totalmente fora do conceito original não é muito boa, só espero que chamem o mangaká para participar desse roteiro, assim a história se mantém e não corremos o risco de ver qualquer outro filme e não a seguência que tanto espero de Gantz. Cruzem os dedos.

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