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Marcelo Camelo dá forma ao seu estado de espírito em novo álbum


Em seu segundo CD solo, poeticamente intitulado de Toque Dela, Marcelo Camelo dá seguimento a sua forma melancólica de melodizar seu romantismo geracional. Se notarmos com devida atenção, veremos que o festejado último disco dos Los Hermanos foi em sua forma o que Camelo tem sido, o que justifica muito o entendimento da ruptura (não só sonora do grupo para um indivíduo).

Seu primeiro trabalho solo Sou, foi um correto cartão de visitas, mas Toque Dela é melhor pois vem despido da despretensão do “primeiro disco”. O novo trabalho é um conjunto de canções quase uniformes, em composições maduras e conceito pautado na suavidade. O fato do disco ter sido produzido pelo próprio cantor insere uma áurea de pessoalidade que nos ganha pela intimidade com que nos absorve à uma primeira vez que se escuta (até porque são apenas 10 músicas, quase todas muito breves).


Com o auxílio da (boa) banda paulista Hurtmold, Camelo trafega as composições pela complacência e a poética em versos como “Se faltar a paz, Minas Gerais…” ou “Mas você me chama para o mundo e me faz sair do fundo de onde estou…”. Ou ainda na canção “de trabalho” Ô Ô, belíssima e de levada bem “folk-romântica” (no clima de sua namorada, a cantora, Mallu Magalhães que é parceira vocal dele na música Vermelho) onde declama (quase que num sussurro) que “…vai sobrar carinho se faltar estrada e carnaval”.

Camelo sabe o que está fazendo. E neste trabalho mais ainda pois passou da etapa de estabelecer um estilo, para apenar “ser” em suas composições e interpretações. E é em reinterpretações como a de Despedida, tão marcada no segundo CD de Maria Rita, que Camelo impõe respeito a sua sonoridade dialogando com aquilo que (artisticamente) se propõe.

A ilustração da capa, de Biel Carpenter, remete ao silêncio de uma canção. Retórica essa levantada o tempo todo em cada uma das músicas do CD. E Marcelo Camelo vem cantando esse silêncio de forma tão marcante quanto estimulante. Dê o play e peça silêncio.

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