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Wolfmother se mantém na zona de conforto mas faz bom trabalho em “Victorious”

Quando lançou seu primeiro disco em 2005, o Wolfmother chamou a atenção por remar contra a maré dos ditames do rock naquela época. A banda australiana de Erskineville, subúrbio de Sidney, em 2000, dava de ombros ao nu metal vigente e bebia na fonte das grandes bandas de rock pesado da década de 1970, como o Led Zeppelin, o Deep Purple e o Black Sabbath. A canção ‘Woman’, que catapultou a banda ao estrelato, se tornou um clássico recente e mobilizou as atenções da mídia musical em torno dos rapazes.

Onze anos depois, o quarteto, que começou como um trio, lança um novo álbum, “Victorious” (Universal/2016). A formação atual conta com Andrew Stockdale (vocal e guitarra), Aidan Nemeth (guitarra base), Ian Peres (baixo, teclado e voz de apoio) e Will Rockwell-Scott (bateria). A fórmula sonora não varia muito, apresenta o chumbo grosso de verve setentista que os tornou famosos. As distorções, microfonias e ecos ajudam a compor esse clima. A atmosfera retrô já é sentida na capa do disco (sim, em plena era do streaming ainda há bandas que se preocupam com a arte que serve de cartão de visitas do trabalho).

wolfmother2O riff da faixa de abertura, ‘The Love That You Give’, remete instantaneamente a ‘Woman’. A voz de Stockdale soa assustadoramente parecida com a de Ozzy Osbourne. Mais peso com a grandiloquente faixa seguinte, que leva o nome do disco. Ela vem com baixo e bateria em andamento de cavalaria e o refrão berrado por Stockdale “she will be victoooorioooous” cria toda uma atmosfera de epopeia medieval.

Baroness’ e ‘Pretty Peggy’ apresentam a face mais melódica do Wolfmother. Essa última vem com uma configuração pop que até causa certa estranheza. Mas, de volta ao peso, vem ‘City Lights’. A música tem como inspiração o modus vivendi de uma pequena cidade à beira da praia na Austrália.

‘Simple Life’ funciona bem, mas está longe de ser a mais inspirada do álbum. ‘Best Of A Bad Situation’ se sai melhor. O power rock ‘Gipsy Caravan’ apresenta uma forte veia zeppeliana e ‘Happy Face’ segue na pegada setentista condensando em partes iguais as influências da banda. O álbum fecha com ‘Eye Of The Beholder’ mantendo-se fiel ao espírito do álbum e da banda. Um blues rock de fazer cair pedaços do reboco.

victorious“Victorious” é sem dúvida um eficiente disco de rock e mantém o Wolfmother em seu trilho, porém, não apresenta nenhuma nova proposta ou ousadia tanto à cena atual quanto à própria carreira dos rapazes. O pecado aqui é justamente se manter na zona de conforto estando apenas no quarto trabalho, como se o dever já tivesse sido cumprido. O Wolfmother ainda pode ir mais longe do que isso.

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