40 anos de Star Wars

Provavelmente, quando Hollywood acordara naquele 25 de maio de 1977, não sabia que seu modus operandi mudaria para sempre. Um certo filme de ficção científica chamado “Star Wars” que estava sendo tratado pelo estúdio como filme B definiria a fórmula do sucesso do cinemão americano das décadas seguintes. Tudo saiu da mente de George Lucas. Egresso da chamada geração easy rider (dos jovens cineastas americanos que realizavam filmes autorais e inovadores), já havia chamado atenção por outra ficção científica, THX 1138. Mas foi com o sucesso de American Graffiti que ele encontrou viabilidade para sua ambiciosa saga espacial. Eram os anos 70.

Uma época em que a América sofria a desilusão da derrota no Vietnã, do escândalo Watergates e de uma recessão econômica. E o cinema para pensar estava ali para refletir sobre aquele momento. Mas as plateias sentiam falta do escapismo, do encantamento. E isso ficou bastante claro quando os míseros 32 cinemas que exibiam Star Wars, que para atender a demanda precisaram funcionar 24 horas.

Mas Star Wars não é apenas um sucesso comercial. Era também a pavimentação de toda uma maneira de se consumir um produto cinematográfico que transcendia a sala escura. Colecionáveis, versões romanceadas, HQs, videogames. Mais a frente veio o chamado Universo Expandido, quando não havia nenhum lançamento da saga em vista (ali entre o final dos anos 80 e início dos 90). E, claro, não se pode falar de Star Wars sem citar os fan films. Tudo isso se converge nas cada vez mais célebres convenções de fãs. Não é exagero dizer que a saga fomentou a cultura nerd como conhecemos hoje, tão lucrativa e que (justamente por isso) se tornou mainstream.

E onde estaria a magia de Star Wars? Justamente em sua simplicidade. O episódio original (que na verdade é o quarto na cronologia) traz uma narrativa de estrutura fabular e desprovida de qualquer complexidade e ao mesmo tempo eficiente. Tanto que em cursos de roteiro, o script de Lucas é citado recorrentemente, pois apresenta linearidade, início, meio e fim com viradas de roteiro (plot points) bem delineadas. Os personagens são construídos em cima de arquétipos, no entanto, há também uma desconstrução de modelo clássico vista na figura da Princesa Leia. Ali, não é apenas uma mocinha indefesa a espera de um herói para salvá-la. Seu cativeiro foi apenas um acidente de percurso que, depois resolvido, ela retoma as rédeas da situação.

A celebração da saga, que está prestes a ganhar mais um episódio no final do ano, depois de quatro décadas é a prova da importância desse conto de fadas moderno. E é certo que daqui a outros quarenta anos, as pessoas ainda terão vontade de se conectar com essa galáxia muito, muito distante. Celebre com a Revista Ambrosia acompanhando as matérias a seguir.

 

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