“Amor a Toda Prova” não é romance, não é comédia e não é um bom cinema

"Amor a Toda Prova" não é romance, não é comédia e não é um bom cinema – Ambrosia

Às vezes não entendo bem a crítica em geral. Amor a Toda Prova foi incensado quase que totalmente pela imprensa brasileiras e internacional, como um filme muito melhor do que a decepcionante bilheteria que recebeu. Pois saí do cinema me perguntando se vi o mesmo filme que eles.

A aparente abordagem da trama soa até interessante: imerso em um casamento claramente desgastado, Cal (o sempre bom Steve Carrell) não percebe a situação até que sua esposa (Julianne Moore) pede o divórcio. E o pior, alegando ter transado com um colega de trabalho. Cal obviamente fica arrasado e passa e frequentar um bar todas as noites, sempre vergonhosamente alcoolizado. Até que chama a atenção de um tipo galanteador excêntrico Jacob (Ryan Gosling provando sua versatilidade) que se predispõe a ajudá-lo a sair da situação, com toques sobre a vestimenta e a abordagem com as mulheres.

Mas é claro que o plot não termina aí: Jacob lá pelo meio do filme, se despe da pose de pegador-especialista ao se apaixonar pela “menina perfeita”, vivida pela gracinha Emma Stone.

Como disse, Amor a Toda Prova, mesmo com a sinopse simplória, ensaia um caminho um tanto assimilável a qualquer ser que já tenha sofrido por amor. Mas a direção, da dupla Glen Ficarra e John Requa, do comentado I Love You Phillip Morris, assim como o irregular roteiro de Dan Fogelman (Carros, Enrolados), fica na complicada inconstância entre a comédia e o romance, não alcançando êxito em nenhum gênero.

"Amor a Toda Prova" não é romance, não é comédia e não é um bom cinema – Ambrosia

Como comédia, trai o DNA indie dos diretores em cima de situações clichês e uma busca pelo nonsense que o filme não possui. A ponto de nos perguntarmos como Julianne e Ryan caíram numa cilada dessas.

Como romance, pode até convencer um pouco, mas nem tanto pelo “núcleo” protagonista que, tirando uma surpresinha que destrincha no clímax da história, é tolo e banal, mas pela despretensiosa e carismática historinha de amor precoce entre o filho de Cal e sua babá. É a única que injeta um mínimo de inventividade com hilários diálogos existencialistas.

No fim, ficam as previsibilidades do tradicional cinema americano e uma duração excessivamente longa para um puro mais-do-mesmo cinematográfico. E continuo com minha questão: eu assisti o mesmo filme que os demais?

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