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Assalto ao Banco Central é uma roubada

 

Entre os dias 6 e 7 de agosto de 2005, o Banco Central de Fortaleza foi roubado. R$ 164,7 milhões foram levados nesse que foi o segundo maior assalto a banco do mundo. Fazia parte do plano a construção de um túnel – que durou três meses – ligando uma casa alugada ao cofre. Os elementos do crime são, indiscutivelmente, um bom ponto de partida para a produção de um roteiro cinematográfico com potencial para render um filme capaz de vencer Oscar. Não, não é o caso de “Assalto ao Banco Central”, produção da Globo Filmes e direção de Marcos Paulo, aquele mesmo de Roque Santeiro, que foi casado com a Flávia Alessandra e cujo nome você nunca viu no cinema antes.

Nada contra iniciantes. Há uma lista enorme de diretores que estreiaram mandando muito bem, mas a origem teledramatúrgica de Marcos Paulo fica clara no filme. Na verdade, a maioria das produções da Globo Filmes, infelizmente, têm cara de Rede Globo e acabam, portanto, ficando longe de filmes memoráveis como “Cidade de Deus”, “Tropa de Elite” ou “Estômago”. Reconheço que “Tropa de Elite 2”, por exemplo, é uma exceção. Mas, é claro, esse filme tinha toda a bagagem do primeiro Tropa, uma pesquisa espetacular de Luiz Eduardo Soares para escrever o livro Elite da Tropa 2, o talento de José Padilha na direção e a Globo Filmes somente auxiliou na distribuição.

Em “Assalto ao Banco Central”, o roteiro, de Renê Belmonte, é inverossímil. Os erros cometidos pelos criminosos no filme são estúpidos demais, principalmente quando se trata do personagem Devanildo, bem interpretado por Vinicius de Oliveira, que fez sucesso em “Central do Brasil”. Quem ver o filme notará que as coisas simplesmente caem do bolso dele com uma facilidade retardada. A trilha sonora, que só chama a atenção se for muito boa ou muito inapropriada, é estranha a beça. As músicas de fundo, às vezes, parecem nada ter a ver com o que está acontecendo na tela. O tipo de narrativa não-linear parece que foi feita para ser mais didática, característica da TV, não do bom cinema. Melhor seria se a história tivesse sido contada cronologicamente, fazendo o espectador lembrar de elementos do início do filme. A abertura, com uma cena de sexo apetitosa, não é necessária para contar a história. É o clássico apelo ao sexo para vender mais. Ver a linda Hermila Guedes transando não é incômodo algum, o que incomoda é a falta de criatividade. Também tem, é claro, a previsibilidade na escolha do elenco – algo reconhecidamente “Global.” O exemplo mais notório é Milhem Cortaz como bandido sanguinário, o que se repete no cinema e na TV incansavelmente. Por que, por exemplo, ninguém tem a ideia de chamar, sei lá, o Tony Ramos para fazer um bandido? Bom ator é ator versátil.

Os realizadores de “Assalto ao Banco Central” não pensaram fora da caixa. O filme chateia porque é um desperdício de uma boa história. Acho, no entanto, que “Assalto…” pode entreter um pouco o espectador porque nos deixa, bem ou mal, curiosos para saber o desfecho. Além do mais, Lima Duarte como delegado da Polícia Federal é um bom aspecto do filme. Aposto que será um sucesso de bilheteria. No entanto, será esquecido em poucas horas após a sessão.

[xrr rating=2/5]

Título Original: Assalto ao Banco Central
Ano: 2011
País: Brasil
Direção: Marcos Paulo

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Comentários 1
  1. É neh! Esse vai para a enorme pilha dos filmes nacionais ruins. Sério, já mostraram a receita do que um filme nacional precisa ter para ser bom. Não precisava apelar, e escrever um roteiro sem qualidade e tentar fazer um trailer parecido com filme hollywoodiano. Sério, muita gente precisa aprender com os dois Tropas, Central do Brasil e mais algums.

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