Crítica: "Muppets 2: Procurados e Amados" agrada a novos e antigos fãs dos personagens de Jim Hanson

Nos anos 1970, uma das principais atrações voltada para crianças era o “Muppet Show”. Criado por Jim Henson, o programa divertiu crianças (e até adultos) com seus personagens divertidos, carismáticos, e também contava com ótimos quadros e números musicais, sem falar nas participações especiais de celebridades da época. A transição dos Muppets para o cinema também foi bem sucedida, mas nem todos os filmes foram memoráveis e eles passaram um bom tempo longe da telona.
Porém, a Disney aceitou produzir o retorno triunfal dos “filhos” mais famosos de Henson e, em 2011, foi lançado “Os Muppets”, que obteve uma boa bilheteria e alguns prêmios, sendo o mais importante o Oscar de Melhor Canção daquele ano para “Man or Muppet”. Assim, não foi nada surpreendente quando o estúdio encomendou uma sequência e, três anos depois, surge “Muppets 2: Procurados e Amados” (“Muppets Most Wanted”) que, para a felicidade geral é um filme bastante divertido e que deixará a todos bem felizes.
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Depois dos eventos ocorridos no filme anterior, o sapo Kermit (ex-Caco, no Brasil) e sua trupe resolvem aceitar o convite do empresário Dominic Caramau (Ricky Gervais) e fazer uma turnê pela Europa. Mas o que eles não sabem é que os shows são uma fachada para que Caramau e seu chefe Constantine roubem peças valiosas em vários países. Para que o plano seja bem sucedido, Constantine (que é idêntico a Kermit, a não ser por uma pinta) faz o líder dos Muppets ser preso e toma seu lugar. Ninguém desconfia da troca, a não ser Walter (o novo integrante do grupo que surgiu em no filme anterior), que tenta provar que algo está muito errado no comportamento do amigo. Enquanto isso, enviado para uma prisão na Sibéria, Kermit tenta convencer a todos que é inocente, especialmente à guarda russa Nadya (Tina Fey) que, na verdade, tem planos secretos para o prisioneiro.
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De volta à cadeira de diretor, James Bobin mostra que está bem à vontade no universo criado por Henson e consegue realizar um bom trabalho, não usando a computação gráfica em excesso para movimentar os personagens (algo que muitos cineastas ficariam tentados a fazer atualmente), deixando suas ações mais “naturais” e mantendo o charme que vem desde o programa de TV. Além disso, Bobin revela um bom timing para a comédia e se destaca especialmente nos números musicais, sendo o melhor deles logo na abertura quando os Muppets cantam “We’re Doing a Sequel”, uma música bem divertida e ao mesmo tempo sarcástica sobre a necessidade de fazer continuações no cinema. O roteiro, escrito pelo cineasta Nicolas Stoller (do recente “Vizinhos”), faz boas brincadeiras sobre os filmes que mostram roubos espetaculares e os ambientados em prisões, que podem deixar até o espectador mais mau humorado com um sorriso nos lábios.
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Como já é tradição, uma das coisas mais divertidas de “Muppets 2: Procurados e Amados” está nas participações especiais de diversos astros, que aparecem tão rapidamente que o mais legal é descobrir quem é quem. Na tela, surgem atores e atrizes como Christoph Waltz, Salma Hayek, James McAvoy, Tom Hiddleston, Zach Galifianakis, Chlöe Grace Moretz, entre outros, além dos cantores Celine Dion, Usher Raymond, Tony Bennett e Lady Gaga. O elenco principal também não compromete o filme. Ricky Gervais usa sua cara de pau a favor de seu personagem, que deseja ser mais que um comparsa de um sapo vilão e obtém uma boa atuação. Tina Fey carrega no sotaque para fazer rir, ao mesmo tempo que mostra a habitual segurança, como em seus trabalhos anteriores. Ty Burrell, na pele do investigador Jean Pierre Napoleon, faz uma divertida homenagem ao inspetor Clouseau da série “A Pantera Cor de Rosa” e também manda bem ao fazer dupla com Sam The Eagle. Mas, não tem como não rir ao ver atores considerados “durões” do cinema como Ray Liotta e Danny Trejo cantando e dançando num espetáculo criado por Kermit na cadeia. Esses momentos são realmente engraçados e cumprem seus objetivos.
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Como uma boa sessão da tarde, “Muppets 2: Procurados e Amados” é uma boa pedida  para quem precisa levar as crianças ao cinema e também se divertir por tabela. O filme mostra que o carisma de Kermit, Miss Piggy, Fozzie, Animal, Gonzo e cia. ainda não se perdeu e pode render mais histórias. Afinal, como eles cantam numa das músicas, é bom vê-los juntos novamente.

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