"Elvis & Nixon" conta com bom humor o encontro entre dois ícones americanos – Ambrosia

“Elvis & Nixon” conta com bom humor o encontro entre dois ícones americanos

Na música, há poucos artistas que foram considerados “Reis”. Elvis Aaron Presley foi um deles. Tanto que, desde que foi “coroado”, ele nunca perdeu a majestade, mesmo depois de sua morte, em 1977. Sua conturbada vida ainda inspira a criação de novos livros, séries de TV (o episódio que conta com a sua “participação” em “Vinyl” é ótimo, por exemplo) e filmes, como este “Elvis & Nixon” (idem, 2016), que dramatiza o momento em que o astro decide se encontrar com o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, para fazer um pedido inusitado. A produção tem, como pontos positivos, um bom roteiro, recheado de boas piadas, uma competente reconstituição de época e um elenco afiado, principalmente seus protagonistas.

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A trama se passa em 1970, quando Elvis (Michael Shannon), ainda gozando de bastante popularidade, mas já demonstrando sinais de que sua lendária paranoia está aumentando, decide que deve fazer alguma coisa para salvar os jovens da América que, na sua visão, estão sendo destruídos pelas drogas.

Ele resolve, então, pedir um encontro privado com o presidente Richard Nixon (Kevin Spacey) para conseguir uma nomeação como agente especial do FBI para agir disfarçado, pois acredita que, por ser quem é, poderia entrar em locais frequentado por traficantes facilmente e prendê-los. O Chefe de Estado americano não se anima muito com o encontro, inicialmente. Mas, à medida que a conversa flui, Nixon acaba percebendo que tem alguns elementos em comum com o Rei do Rock, mesmo com suas excentricidades e seus pedidos inusitados.

Embora não esconda em nenhum momento que a produção não conta com um grande orçamento, a equipe de “Elvis & Nixon” consegue obter um bom resultado de reconstituição de época, sem muitos descuidos em relação aos objetos e a cenografia, especialmente nas cenas ocorridas no Salão Oval da Casa Branca, onde acontece o encontro.

Outro mérito está no roteiro escrito pelo ator Cary Elwes e Joey Sagal, que cria diálogos bastante divertidos ao imaginar o que teria acontecido entre o astro da música e o presidente americano, que chega a questionar num certo momento por que o chamam de “Dick Vigarista”, uma menção ao famoso vilão dos desenhos animados da Hanna-Barbera. A pouco conhecida diretora Liza Johnson não faz um trabalho inovador, mas não perde o controle e mantém o humor num bom nível, tornando o filme uma comédia agradável de assistir.

O elenco de “Elvis & Nixon” é o verdadeiro achado do filme, especialmente seus protagonistas. Michael Shannon, embora não se pareça em nada com o Rei do Rock, compensa com um ótimo trabalho corporal que lembra bastante como o astro andava e seus maneirismos. Além disso, o ator impressiona também num momento em que o cantor questiona a sua própria existência, numa cena mais densa ocorrida num quarto de hotel, e convence nas sequências em que seu personagem explica seus planos para salvar os jovens americanos. Kevin Spacey, debaixo de uma maquiagem que o deixa bem semelhante a Nixon, mais uma vez dá um show e chama a atenção como ele trabalhou a voz para ficar bastante parecida com a do ex-presidente, além de usar gestos e expressões faciais características do ex-presidente.

Outro que também merece destaque é Alex Pettyfer, que no filme interpreta Jerry Schilling, relações públicas que já tinha trabalhado com Elvis e é chamado pelo cantor para ajudá-lo em sua missão, mesmo que isso atrapalhe seus planos de resolver sua vida com a namorada. Desta vez, o ator, conhecido por suas atuações pouco expressivas, consegue realizar uma performance mais calorosa e tem bons momentos ao lado de Shannon. Jimmy Knoxville pouco tem a fazer como Sonny, membro da equipe de Elvis, num papel que mais parece ser uma ponta de luxo. Colin Hanks, que interpreta Egil “Bud” Krogh, e Evan Peters, que vive Dwight Chapin, integrantes do “staff” de Nixon, têm um pouco mais de sorte, embora sejam tratados como alívio cômico da história.

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Com uma ótima trilha sonora de canções (que, curiosamente, não tem nenhuma do Rei do Rock), “Elvis & Nixon” funciona como um divertido passatempo, que não deve ser levado a sério, apesar de baseado em fatos reais. O filme possui uma duração bem curta, já que se concentra basicamente em apenas um episódio da vida dos protagonistas que, mesmo assim, mexeu com o imaginário popular por reunir, num mesmo lugar, duas pessoas que deixaram (para o bem o para o mal) seus nomes marcados para muita gente no mundo. Vale conferir para quem deseja algo leve e descompromissado, mas que ajuda a manter viva a mitologia que cerca um dos maiores ídolos da música de todos os tempos e um dos presidentes mais odiados que já existiram.

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Filme: Elvis & Nixon (Elvis & Nixon)
Direção: Liza Johnson
Elenco: Michael Shannon, Kevin Spacey, Alex Pettyfer, Colin Hanks, Evan Peters, Jimmy Knoxville
Gênero: Comédia Dramática
País: EUA
Ano de produção: 2016
Distribuidora: Sony Pictures                                        Duração: 1h 26min                                              Classificação: 12 anos

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