Cultura colaborativa! Participe, publique e ganhe pelo seu conteúdo!

Festival do Rio: “Entre Vales” e a frieza estética de Philipe Barcinski

Philipe Barcinski é um diretor que parte da frieza para falar sobre as propriedades das incertezas da vida. Falando assim parece complexo, mas ele coloca luz sobre o acaso e as consequências deste sobre um indivíduo em seu meio. Em seu notável primeiro filme, Não Por Acaso, essa literalidade já se estabelecia numa trama amorosa para lá simétrica dentro da assimetria do destino. Protagonizado por Rodrigo Santoro e Branca Messina, o filme era objetivo em sua mensagem, já demonstrando um estilo pragmático de filmar de Barcinski.

Entre Vales estende essa “estética” (!) ao tocante da desolação. Protagonizado por Ângelo Antônio (eficientemente entregue) que vive o drama do economista Vicente, pai de Caio (Matheus Restiffe) e marido de Marina (Melissa Vettore), o longa de 80 minutos apresenta um drama intenso em que Vicente, após perdas familiares e profissionais, atravessa uma jornada errática até desembocar num (metafórico) lixão, onde de certa forma parte para uma reinvenção.

A lógica do acúmulo de perdas que nivela um homem é empregada com uma semi claustrofóbica fotografia de Walter Carvalho, o que lhe confere certo aspecto duro e carregado, suavizado pelo cartesianismo que o diretor imprime à trama. O interesse aqui é pela jornada, e não pela consequência dela. Talvez a direção tenha pesado a mão demais e o roteiro expanda sua possibilidade de menos, mas não há como desmerecer essa sessão de análise alheia.

[xrr rating=3/5]
Compartilhar Publicação
Link para Compartilhar
Publicação Anterior

“Selvagens” – A retórica da retórica de Oliver Stone

Próxima publicação

3 HQs indie que valem a pena serem importadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia a seguir