Festival do Rio: "Biophilia Live", a experiência sensorial de Björk – Ambrosia

Festival do Rio: "Biophilia Live", a experiência sensorial de Björk

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Uma excelente pedida para esse último dia de Festival do Rio é “Björk: Biophilia Live”, registro de um show em Londres, que foi o último da turnê de mesmo nome. Cercada por uma banda afiadíssima e um imenso coro de vozes femininas, a fada islandesa dá vazão no palco a toda a inventividade e experimentação que são característicos dos seus últimos trabalhos. Os diretores Peter Strickland e Nick Fenton acertaram na difícil tarefa de transpor a atmosfera do palco para o espectador na sala de cinema, dando a sensação de se estar assistindo ao concerto ao vivo.
Todo o clima de experiência sensorial que a plateia sentiu ao vivo é traduzido para a linguagem filmada através de uma edição competentíssima e recursos imersivos. Em “Biophilia”, Björk reproduz ao vivo as faixas de seu último e homônimo disco, um dos melhores de sua carreira, levando a sofisticação que fora introduzida em “Homogenic” de 1998 até as últimas consequências. Além de instrumentos tradicionais como cordas e percussão, ainda há coisas inusitadas, que parecem saídas de livros de Júlio Verne, para criar os sons mais improváveis que se possa imaginar. A ideia como um todo é seguir o conceito não só de Biophilia, mas dos últimos álbuns da cantora, nos quais ela se volta para uma sonoridade etérea, que evoca os elementos da Terra, do Cosmos, e valoriza as tradições ancestrais Nórdicas (a cantora é de origem Esquimó). A base do repertório é Biophilia, mas há espaço para clássicos como “Isobel” “Possibly Maybe”, da primeira fase da carreira solo da cantora, que anteriormente era vocalista da banda Sugarcubes.
O concerto é precedido do documentário de 47 minutos “Quando Björk Conheceu David Attenborough”, que mostra o encontro da cantora com o radialista e neturalista inglês, e discutem a interação entre a Música, a Natureza e a Tecnologia, e dos tão discutidos poderes do Som. Há ainda uma participação do escritor e neurologista americano Oliver Sacks, abordando os efeitos da Música no cérebro.
Imperdível para os fãs brasileiros, uma vez que o país ficou de fora da turnê. A priori, a cantora seria uma das principais atrações do festival Sonar 2013 em São Paulo, mas cancelou na última hora deixando todo frustrados. Biophilia Live será lançado em DVD/Blu Ray, mas assistir ao show na tela e no sistema de som de uma sala de cinema é o mais próximo que se pode chegar de se estar in loco na apresentação.

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