Festival do Rio – Première Brasil: Documentário “Cauby – Começaria Tudo Outra Vez” não vai além do convencional retrato do ídolo

Selecionado para a mostra Première Brasil/Hors Concours do Festival do Rio 2013, “Cauby – Começaria Tudo Outra Vez”, do diretor Nelson Hoineff, conta a trajetória de um dos maiores ícones da Música Brasileira, Cauby Peixoto, revelando curiosidades e histórias sobre o cantor considerado pelas revistas Time e Life como o Elvis Presley brasileiro.
A Sessão de Gala do filme, com milhares de fãs sexagenárias histéricas foi bem marcante para aferir a perenidade desse apelo. Para quem, como eu, tinha pouca intimidade com o que diz respeito ao cantor, o trabalho dá algum panorama. É interessante perceber como a cada reação ou fala de Cauby, seja finalizado com um sorriso entre o cínico e o pueril. Por incrível que pareça, isso o humaniza mais que o documentário em si. O filme parece temer a grandeza de sua ambição. Dá pouco espaço aos personagens que gravitam em torno dessa carreira e que trariam visões amplas e múltiplas do cantor. Nos poucos momentos em que dá voz a essa vertente, o filme ganha substancialidade. Hoineff prefere esticar opções menos arriscadas, como a de um fã de 15 anos que quer conhecer o ídolo. E o encontro é quase um anticlímax.
Ainda que Cauby não fuja de temas mais espinhosos como relações sexuais homo afetivas, o filme pouco amplia esse retrato que nivela mais a fundo sua intimidade e relação com o mundo que o projetou. Evidente que um artista tão marcado pelo vigor da voz, acaba sendo retratado pelo que o projetou e o documentário é farto em material de arquivo sublinhando isso. Para deleite e delírio dos fãs. Já os interessados em conhecê-lo mais, além dos holofotes e glorioso passado, vão sair do cinema um pouco decepcionados.

[xrr rating=2.5/5]

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