"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman – Ambrosia

"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman

"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman – Ambrosia
"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman – Ambrosia
"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman – Ambrosia
"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman – Ambrosia
"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman – Ambrosia
"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman – Ambrosia
"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman – Ambrosia
"O Destino de uma Nação" comprova o talento inegável de Gary Oldman – Ambrosia

Desde que surgiu em 1986 interpretando Sid Vicious, o baixista autodestrutivo do Sex Pistols em “Sid e Nancy – O Amor Mata”, Gary Oldman deixou claro que era um dos melhores e mais diferenciados atores britânicos dos últimos 40 anos. Sua entrega para desempenhar os mais diversos papéis, que passam por personagens reais como Beethoven (em “Minha Amada Imortal”) e Lee Harvey Oswald (o assassino confesso do presidente John F. Kennedy em “JFK”), até outros mais pop como o Comissário Gordon da “Trilogia Cavaleiro das Trevas”, o Sirius Black de “Harry Potter”, ou mesmo o “Drácula de Bram Stoker” fez com que o número de admiradores do seu trabalho crescesse cada vez mais, ano após ano. Mesmo quando derrapa em atuações um pouco fora do tom como o policial corrupto em “O Profissional” ou o vilão histriônico de “O Quinto Elemento”, ambos de Luc Besson, Oldman mantém sua imagem intacta e sua presença dá mais reconhecimento e relevância em algumas produções.
Mas se há uma real amostra de sua dedicação e prova de que seu talento não diminuiu com o tempo está em sua assombrosa performance como o primeiro-ministro britânico Winston Churchill em “O Destino de uma Nação” (“Darkest Hour”, 2017). Graças a um trabalho meticuloso e um magnetismo natural, o ator tem aqui uma de suas melhores (se não a melhor) atuações de sua carreira, que torna o filme ainda mais impactante e faz o público ter ainda mais interesse com o que é mostrado na tela grande.
Ambientada em 1940, durante o avanço das tropas nazistas lideradas por Adolf Hitler, a trama mostra como os parlamentares do Reino Unido, temendo a invasão dos alemães, decidem eleger, em caráter de emergência, Winston Churchill (Gary Oldman), considerado grande estadista, apesar de não ter a simpatia de todos, como primeiro-ministro. Numa situação extremamente delicada, em que tem de decidir se aceita fazer um acordo com a Alemanha para salvar os britânicos, ou manter a luta apesar de poucas chances de sucesso, Churchill se vê desacreditado por integrantes do seu partido e até mesmo pelo Rei George VI (Ben Mendelsohn). Mas o apoio da esposa, Clemmie (Kristin Scott Thomas) e de sua secretária, Elizabeth Layton (Lily James), fazem com que ele encontre forças para contrariar as expectativas e tomar decisões para mudar o curso da II Guerra Mundial e, por tabela, da história.
Para retratar esse momento crucial do conflito, os produtores não pouparam esforços para que “O Destino de uma Nação” fosse realizado com toda a pompa e circunstância. Toda a parte técnica é impecável, como a fotografia desbotada de Bruno Delbonnel, para dar um ar mais antigo às imagens, como se o espectador estivesse assistindo a velhos documentários de guerra e dando um efeito bem interessante. Delbonnel mostra sintonia com o diretor Joe Wright para criar cenas verdadeiramente épicas do confronto, com planos sequência que lembram o resultado (ainda superior) que o mesmo Wright fez em “Desejo e Reparação”. Um exemplo é momento quando um soldado inglês recebe uma informação sobre a ajuda para combater o exército inimigo, onde a câmera se distancia até chegar a um ponto no céu onde acontece uma batalha.
O único porém é que é possível notar que há uma repetição do mesmo truque, como na cena em que Churchill vê a multidão da janela de seu carro e, mais adiante, há uma nova sequência praticamente igual, o que enfraquece um pouco a experiência. Mas quem não se importar com isso vai gostar bastante do apelo visual do filme.
Outro destaque vai para os figurinos de Jacqueline Durran e o design de produção assinado por Sarah Greenwood, habituais parceiras do diretor. O trabalho da dupla é meticuloso e ajuda a retratar o período mostrado no filme com bastante fidelidade. Mas o que realmente enche os olhos é a notável maquiagem de Kazuhiro Tsuji para transformar Oldman em Churchill de maneira impressionante. O ator, que usou cabelo e próteses especiais criadas por Tsuji, praticamente desaparece para dar lugar ao primeiro-ministro britânico. Em algumas cenas, filmadas em planos mais abertos, não é possível ver nenhum traço de Oldman.
Mas a maquiagem está ali para ajudar o ator a fazer o seu trabalho e não realizar tudo para ele. O astro modifica suas peculiaridades sutis como forma de falar e até mesmo seu olhar, numa metamorfose incrível. O fascínio que ele provoca com sua atuação faz com que o espectador vibre com suas frases espirituosas e suas nuances de humor, ora um político feroz para defender seus ideais, ora um homem mais cuidadoso em relação às pessoas que o cercam, como sua esposa e sua secretária. Basta ver a cena em que Churchill se mostra preocupado com a tristeza de Elizabeth ao saber de notícias no confronto de Dunquerque (curiosamente, o tema principal do cultuado “Dunkirk”, de Christopher Nolan, também lançado em 2017). Essas nuances do personagem coroam a incrível atuação.
O único grande porém do filme está no roteiro escrito por Anthony McCarten, que romanceia demais algumas partes da trama, especialmente no momento em que Churchill faz uma consulta popular sobre o que deve fazer em relação ao acordo dos nazistas. Cheio de falas pomposas e artificiais demais, o texto não consegue ser verdadeiro em nenhum momento desta sequência, que chega a parecer um jogral. Sem entregar spoilers, só é preciso dizer que a cena é tão fantasiosa que se distancia da intenção dos realizadores de fazer com que o filme seja bastante fiel aos fatos. Além disso, algumas situações envolvendo a personagem de Lily James soam forçadas, como se o público tivesse que entender que Elizabeth representa uma interlocutora para que o povo britânico entendesse os bastidores do poder. A trilha sonora de Dario Marianelli também comete alguns pecados por ser um pouco exagerada demais e dar, desnecessariamente, um tom épico que nem sempre parece adequado para o filme.
O elenco parece saber que está a serviço de Oldman e seu Churchill e parece não se importar com isso, ajudando-o a brilhar ainda mais. Tanto Kristin Scott-Thomas quanto Lily James se mostram ótimas parceiras de cena do ator. Stephen Dillane, que interpreta o Visconde de Hallifax, também se sai bem nas cenas em que confronta o primeiro-ministro a respeito de suas ideias. Já Ben Mendelsohn, que se destacou como o vilão de “Rogue One: Uma História Star Wars”, marca presença como o Rei George VI, especialmente numa cena crucial do filme. Mas ainda assim, o show é todo de Oldman, não se engane.
No fim das contas, “O Destino de uma Nação” se mostra um bom drama sobre os bastidores da II Guerra Mundial, embora não seja inesquecível. O que não sai da cabeça quando o filme termina é mesmo a fantástica atuação de Gary Oldman e o impressionante trabalho de maquiagem, que certamente serão lembrados nas indicações ao Oscar. Ainda assim, deve agradar a quem tem interesse em saber mais sobre Winston Churchill e não vai deixar ninguém arrependido de gastar um pouco mais de duas horas para ver esse episódio histórico importante no escurinho do cinema.
Filme: O Destino de uma Nação (Darkest Hour)
Direção: Joe Wright
Elenco: Gary Oldman, Kristin Scott-Thomas, Lily James
Gênero: Drama
País: Reino Unido
Ano de produção: 2017
Distribuidora: Universal
Duração: 2h 05 min
Classificação: 12 anos

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