"Se Eu Ficar" é o que poderia ter sido ou que deixou de ser?

"Se Eu Ficar" é o que poderia ter sido ou que deixou de ser? – Ambrosia

Na dinâmica do sempre sedento por dólares cinema americano, o senso de oportunidade (ou oportunismo?) é implacável. Que as adaptações literárias, principalmente as voltadas para os valioso público adolescente, quase sempre resultam em sucesso de bilheteria, todos sabemos, entretanto, novos filões vão se acumulando nessa amostragem mercadológica.
A Culpa é das Estrelas abriu um novo precedente desses romances banhados a sacarose – e com certa dose de humor cool teen – sendo absolutamente bem sucedido em sua migração para o cinema. Agora chega aos cinemas mais um “modelo” desse negócio, o lacrimoso Se Eu Ficar, baseado no romance homônimo Gayle Forman.
A história é um tanto resignada dramaticamente: a violoncelista Mia (a gracinha Chlöe Moretz) sofre trágico acidente de carro com toda a família e fica entre a vida e a morte. Vivendo um momento importante na sua ascendente carreira de musicista, e no calor da paixão com o roqueiro, ela precisa decidir (!!!) se fica em sua dramática nova realidade, ou se vai pela circunstancia latente do acidente.

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O conflito já é em si mesmo um tanto bizarro. Mas os personagens que o justificam, por incrível que pareça, são mais interessantes que o melodrama forçado e o plot questionável da história. Os pais da mocinha (vividos pelos ótimos Joshua Leonard e Mireille Enos), dois divertidos roqueiros que criam seus dois filhos com o estado de espírito solar de suas juventudes, são bons contrapontos à chatice arquetípica de Mia. Aliás, essa primeira parte do filme funciona justamente pelo bom funcionamento desses contrastes de universos entre a protagonista (lacônica e erudita) e os que a cercam, incluindo aí seu interesse romântico (Jamie Blackley).

Porém, da metade para o final, o filme avança fundo no melodrama vil, onde a necessidade de emocionar fica tão evidente quanto pesarosa. Daí, a direção de R. J. Cutler perde a sagacidade em lidar com seus (muitos) clichês e entrega os pontos numa banalidade dramática quase vergonhosa. Se Eu Ficar é bonzinho pelo que poderia ter sido, ou ruinzinho pelo que deixou de ser, mas no fim da sessão da qual assisti, pude reparar um casal, sentado atrás de mim, se olhando e se beijando em sinal de cumplicidade. Resta saber se isso é consequência do filme ou do gênero em si…

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Bom, você já deve calcular que não seja em “melhor filme”, o que

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