“Sem Proteção” e o os velhos maneirismos de Robert Redford

Robert Redford vem tentando ser uma espécie de Costa-Gravas. O intuito é até legítimo (e bem vindo) até mesmo dentro de sua relevância para o cinema americano. Porém há pelo menos uns quatro filmes (ou seriam todos?) que ele fica emperrado no terreno das intenções, uma vez que falta arrojamento em sua direção, sempre atravancada em montagens e concepções gerais burocráticas.

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Em “Sem Proteção”, Redford acumula as funções de produtor, diretor e protagonista. Baseado no livro de Neil Gordon, ele dá vida a Jim Grant, advogado de uma cidadezinha, vivendo de forma tranquila com a filha pequena. Até que agentes do FBI começam a fechar o cerco, e prendem a personagem de Susan Sarandon, por ter sido no passado, entre os anos 1960-70, membro de um grupo militante ativista  conhecido como Weather Underground (tal grupo esquerdista realmente existiu nos EUA), e durante uma de suas investidas contra estabelecimentos, um segurança foi acidentalmente morto.

Desde então o grupo se dissipou e todos os seus antigos membros ganharam novas identidades, vivendo em cidades espalhadas pela América. Jim era um dos líderes do grupo e agora precisa fugir de sua vida atual, ainda mais com a figura de um jovem jornalista (Shia LaBeouf) em seu encalço. 

Sem-proteção-Shia LaBeouf

Redford reuniu um elenco estrelado e numeroso que além de Sarandon e LaBeouf, conta com a veterana Julie Christie numa personagem mal explorada, Nick Nolte como um antigo comparsa, Chris Cooper como o irmão, Terrence Howard como líder dos agentes federais, Stanley Tucci como o editor chefe do jornal, Richard Jenkins como um professor ex-membro do grupo, Anna Kendrick e grande elenco.

Mesmo com o nível do casting, o filme acaba por não honrar a força desse elenco. Claro que é muito superior à maioria das coisas que saem de Hollywood hoje, mas esse maneirismo fica ainda mais sintomático aqui, com uma história de representação histórica, mas que se arrasta numa trama de aparente fragilidade narrativa e direção frouxa, deixando a sensação que o diretor pode até ter o vigor ideológico, mas mantém-se equivocado no ofício de filmar.

[xrr rating=2.5/5]

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