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Será que “Poder Paranormal” veio para desmascarar um promissor Rodrigo Cortés?

Rodrigo Cortés foi responsável por um dos melhores filmes de 2011, Enterrado Vivo, em que manipulou com maestria uma claustrofobia gráfica e política num filme de contornos dramáticos e de grande originalidade crítica da política externa (e estranhamente interna) americana. Tudo isso para dizer que seu filme seguinte era esperado com grande expectativa, inclusive, pelo elenco que conseguiu, vemos que sua credibilidade está em alta por Hollywood, porém Poder Paranormal é frustrante sob todos os aspectos que analisarmos, dentro dessa prerrogativa.

Margaret Matherson (Sigourney Weaver, sempre competente) e Tom Buckley (Cillian Murphy) são dois investigadores de eventos paranormais – ela, veterana estudiosa do assunto, e, ele, seu jovem assistente. Os cientistas dissecam os mais variados fenômenos metafísicos com o objetivo de provar fraudes. Simon Silver (Robert de Niro, pagando as contas), é um lendário vidente cego que reaparece depois de uma ausência de 30 anos, tornando-se o maior desafio internacional tanto para a ciência quanto para os céticos. Mesmo com certo temor de Margaret, Tom alimenta uma estranha obsessão pelo vidente e busca de todas as formas desmascará-lo.

O filme tem uma curiosidade: seu arco dramático é até promissor, mas seu desenvolvimento é tacanho. Aquele Cortés que manipulou com inteligência a estrutura de seu ótimo filme anterior, aqui infantilizou-se com o (imperdoável) uso de sustos fáceis e buracos no roteiro. O intuito de estabelecer um thriller psicológico se esvai em forçações de barra primárias do gênero e uma intenção desmedida por reviravoltas a la O Sexto Sentido. Fica difícil justificar seu fim quando os meios escamoteiam apenas esse intuito e não uma construção narrativa que prime pela coerência. Por isso que, apesar de muitos críticos (principalmente norte-americanos) implicaram com a surpresa final, insisto que isso é o que menos importa. Na verdade é ate bem interessante do ponto de vista de uma proposta. O problema é o caminho de filme até ali, onde as concessões são desmedidas, todos os clichês são permitidos e o impacto final é violentamente esvaziado. O que aconteceu com você, Rodrigo Cortés???

[xrr rating=2.5/5]
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