Resenha: Dead Rising 2

Resenha: Dead Rising 2 – Ambrosia
Plataforma: PS3, Xbox 360
Gênero: Action
Selo: Capcom
Desenvolvedora: Blue Castle Games
Lançamento: 28 de Setembro de 2010

Dead Rising 2 é a seqüência para o título lançado originalmente para o Xbox 360 na época de sua estréia. Confesso que joguei bem pouco o game antecessor, mas pelo pelas poucas horas que passei com ele o novo Dead Rising parece muito similar ao jogo de origem. A fórmula é a mesma, matar milhares de zumbis de maneiras variadas durante uma grande infestação em um local fechado (no caso Fortune City, que não é exatamente fechada como o Shopping do primeiro jogo, mas que não chega nem de perto a ser um mundo aberto).

Enredo

Em Dead Rising 2 nos confrontamos com a história de Chuck Greene, um participante de um Reality Show comandado por um Cafetão que gira em torno de uma competição de matar Zumbis. A coisa toda lembra bastante o excelente título de Wii “MadWorld” e é surreal e tosco o suficiente para se tornar engraçado. Logo no início, um acidente acontece e os Zumbis são soltos pela cidade. Um vídeo de alguém vestido com a roupa e o capacete de Greene libertando os zumbis é descoberto, e o personagem passa a viver uma corrida contra o tempo para limpar o seu nome.

Isso porque depois de 72 horas os militares chegarão para resgatar os sobreviventes e prender o responsável e até esse momento você deve batalhar para provar sua inocência. O jogo tem muito mais complicações do que essa simples sinopse demonstra, mas esta é a linha principal da história. Em geral o tom de Dead Rising é de ser um filme B bastante gore com péssimas atuações e plot twists óbvios. Algo que parecer funcionar bem exceto nos momentos em que ele tenta se levar a sério e colocar um peso emocional mais ambicioso do que a ambientação do jogo permite (basicamente toda a relação dele com a filha, infectada e dependente de remédios para sobreviver).

Resenha: Dead Rising 2 – Ambrosia

Ou seja, a história é em geral muito ruim, mas isso é um dos atrativos do jogo, com personagens ativistas pelos direitos dos Zumbis, estereótipo raciais e cutscenes onde o enredo parece ser as câmeras, que focam tão somente os melhores ângulos das personagens femininas.  Não é o tipo de humor para todos, mas certamente tem o seu público.

Jogabilidade

A idéia aqui, como já disse previamente, é matar zumbis de todas as formas possíveis. Dead Rising 2 é um jogo de ação em terceira pessoa, quem tem um chato mecanismo de tempo para sua história acabar. Isso te obriga a zerar o jogo algumas vezes para conseguir realizar as coisas mais básicas que ele te pede, como acabar a narrativa principal, montar todas as armas e cumprir sidequests (e mais importante, ficar matando zumbis de formas toscas).

Resenha: Dead Rising 2 – Ambrosia

O problema é que isso é muito mal pensado. Eu achei o timing para fazer as missões extremamente chato e estressante. Não é possível parar para se divertir e matar zumbis se você está comprometido em chegar ao fim da história do jogo.  Nesse quesito, eu acredito que Dead Rising 2 me frustou mais do que me divertiu. Talvez se eu tivesse gostado mais do jogo e me interessado em jogá-lo várias vezes isso até seria um ponto positivo, mas para mim tudo ficou bastante repetitivo e maçante. Eu até gosto de jogos que você tem horários e tem que repetir o dia para zerá-los, mas prefiro quando eles são melhor desenvolvidos como Majora’s Mask, que possui esta mesma idéia de três dias com eventos pré-definidos como mecanismo principal, mas dá um grau de complexidade e poder bem maior sobre esta idéia, a partir da capacidade de se manipular o tempo.

Em termos de controles também não achei que o jogo foi explorado para todo o seu potencial. Dead Rising 2 é o grande exemplo do que é um jogo de Hack and Slash, mas ainda sim, só existe um botão para bater. Sei que a enorme variedade vem nas centenas de armas diferentes que você pode usar, mas me frustou bastante a incapacidade de realizar movimentos diferentes quando em porte de armas brancas. Dois golpes distintos (um mais forte e lento e um mais fraco e rápido, ou um ataque direto e um ataque de grupo) já seriam capazes de aumentar bastante as variantes que nos defrontamos ao longo do jogo.

Resenha: Dead Rising 2 – Ambrosia

O sistema de montar as próprias armas é legal, porém limitado. Como seu inventário só tem espaço para poucos itens às vezes você tem que viajar  longas distâncias para encontrá-los, no entanto uma vez reunidos eles podem durar pouco e não valer o tempo dispendioso de reuni-los.  Alguns realmente são muito inventivos e divertidos de se usar, mas essa coisa de passar horas matando zumbis de maneiras diferentes acaba se tornando um tanto tediosa. E esse é o principal problema do jogo. Ele consegue ser muito divertido por algum tempo, mas não demora a cair no mais do mesmo.

Apresentação

Os gráficos realmente não são o mais forte do jogo, sendo extremamente similares aqueles apresentados pelo original. Ainda sim, eles não comprometem a experiência de Dead Rising 2, já que ela não exige um visual ultra-realista. No máximo temos um problema que ocorre às vezes que é a diminuição da taxa de frames por segundo quando tem coisa demais acontecendo, mas isso é raro e não atrapalha tanto o andamento do jogo.

Resenha: Dead Rising 2 – Ambrosia

Algumas cutscenes e muitas das dublagens do jogo são muito ruins, mas isso me parece fazer parte do espírito de diversão B de Dead Rising. O que realmente incomodou foi perceber que não houve paciência (ou dinheiro) para dar voz a todos os personagens. Muitas das falas do jogo são apresentadas em caixas de texto, o que seria chato, mas coerente se todas as falas fossem apresentadas desta forma. A simbiose entre dublagem e caixa de texto é que incomoda. O personagem fala umas duas ou três vezes quando interagimos com ele, e aí numa terceira vez ele usa uma caixa de texto, na quarta ele volta a falar, enfim, é assim sucessivamente. Principalmente com os personagens menores, que tem 70% de texto e 30% de dublagem.

A grande surpresa agradável deste jogo, no quesito de capacidades técnicas, é a assombrosa quantidade de zumbis que conseguiram colocar na tela. São centenas deles se movendo individualmente em sua direção. De fato isso é muito bacana e acho que até hoje nenhum outro jogo chegou perto de representar uma invasão massiva de zumbis como Dead Rising 2. Passar por todos eles com um veículo, ou uma moto-serra ligada é particularmente prazeroso.

Fator Replay

Dead Rising 2 apresenta um divertido modo multiplayer. Não só toda a campanha pode ser jogada cooperativamente, como existem pequenos mini-games competitivos de matar zumbis para quatro jogadores. Entretanto, mais uma vez o jogo apresenta alguns problemas. Na campanha coperativa, me pareceu difícil encontrar muita gente online, e mais importante, é impossível salvar o jogo enquanto você está jogando com alguém. O que é um grande quebra-clima para uma campanha, que te obriga a tirar o seu parceiro de jogo para poder registrar o seu progresso.

Resenha: Dead Rising 2 – Ambrosia

Em tese, Dead Rising 2 é um game que você tem jogar muitas vezes para apreciá-lo em tudo que ele apresenta de desafios. São necessárias pelo menos três jornadas completas pelas 72 horas de Chuck Greene (o que dá seis horas e pouco em tempo real para cada vez que você zerar). O grande problema é que ao re-iniciar, a única coisa que você realmente mantém é o seu nível, todas as horas que você passou juntando armas customizáveis, fazendo sucos e caçando revistas raras são perdidas. Em um jogo que te obriga a zerá-lo mais de uma vez, isso me soou como um grande tiro no pé.

Conclusão

Certamente Dead Rising 2 será um excelente jogo para alguns públicos, mas ele não conseguiu me convencer. Raramente vejo a Capcom envolvida em um título que não me agrada muito, mas Dead Rising 2 certamente está entre eles. Achei tedioso e estressante, e ele não parece conter nada de muito significativo dos meus gostos para Vídeo-Games. Existe certamente diversão para se ter aqui, algumas absolutamente geniais, mas para mim ela me soa cansativa, mais uma vez eu assumo que pode ser um caso de  incompatibilidade pessoal (já que a maioria das resenhas parece aplaudi-lo).

Se o primeiro jogo já não tinha me convencido, o segundo reforça essa fórmula , portanto não seria capaz de recomendar este jogo para alguém que tem gostos similares ao meus. Mas se você realmente gosta de jogos de Hack and slash que não se levam muito a sério, ou simplesmente é muito fã de filmes B de zumbis como “Fome Animal”, talvez esse jogo seja para você.

Apresentação: 2.5/5
Enredo: 2/5
Jogabilidade: 3/5
Fator Replay: 2/5
[xrr rating=2.3/5]
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