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“Bling Ring: A Gangue de Hollywood” é um relato surreal de uma estória bem real

Em 2008 e 2009, uma série de estranhos furtos assolava celebridades em Calabasas, Califórnia. E uma única pergunta pairava no ar: quem seriam os responsáveis?

Bom, em poucos meses, a polícia viria a descobrir que os tais responsáveis eram seis adolescentes. Mas, não adolescentes comuns, e sim pessoas com uma excelente condição financeira, uma boa educação e carros novos na garagem. O que levou a uma outra pergunta: qual foi o motivo que os levaram a cometer tais crimes?

CAPA_BlingRing_WEBNancy Jo Sales, uma repórter da revista Vanity Fair, foi encarregada de fazer uma matéria com esses adolescentes e começou a percorrer as ruas da Califórnia e colher informações. Na época, eles já haviam sido indiciados pela polícia local e estavam aguardando julgamento. No livro “Bling Ring: A Gangue de Hollywood” (272 páginas) Nancy conta através de depoimentos dos envolvidos, de policiais, amigos e advogados como a mídia banalizou algo muito sério.

Nick Prugo tinha 17 anos quando se mudou com a família para a Califórnia. Era um garoto bastante solitário e que não se importava muito com a escola. Ao ser reprovado por falta e se ver obrigado a ir estudar em outro lugar, Nick iria conhecer Diana Tamayo e Rachel Lee que se tornaria sua melhor amiga. Rachel e Nick eram inseparáveis. Ficavam horas olhando blogs de moda na Internet e analisando as roupas de suas celebridades favoritas. Eles iam a muitas festas, onde conheceram Alexis Neiers, Tess Taylor e Courtney Ames. Difícil contar como tudo começou de fato. Um dia Rachel sugeriu a Nick que fossem visitar as mansões dos famosos, em uma área residencial chique. Nick chamava o que eles estavam prestes a fazer de “a missão”, pois tomados por impulso, um planejamento ilusório e alguns drinks, eles iriam invadir a casa de Paris Hilton.
E em alguns minutos estavam dentro da casa dela (Paris deixava uma cópia da chave da porta debaixo do capacho na entrada) levando seus pertences. Bolsas e mais bolsas cheias de roupas, sapatos, jóias e outros itens. Ao todo eles assaltaram a casa de 6 celebridades, surgindo assim “Bling Ring”.

O livro não é um romance. Na verdade está bem longe disso. Nele é retratado de um jeito informal, mas deveras interessante, como a mídia e viver em uma cidade cheia de celebridades e paparazzis, pode ter levado esses jovens a uma deturpada busca pela fama, simplesmente sendo infames. Dividido em três capítulos, o primeiro começa traçando um perfil de Paris Hilton – a vítima número um – que teve sua casa assaltada diversas vezes pela gangue, fala também nas péssimas influências que os reality tv (um até estrelado pela própria Hilton) tem sobre os adolescentes e em como eles se conheceram, misturando entrevistas com relatos. Muitos desses reality tv, se passam naquela mesma área, onde todos os envolvidos na gangue moravam. Basta ir ao shopping e encontrar com a Kourtney Kardashian (o seriado “Keep Up With The Kardashians” se passa todo em Calabasas), ou até mesmo a própria Hilton.
courtney-ames-sean-erenstoft-nicholas-prugo-roy-lopez-david-diamond-2009-12-2-15-16-1 O segundo capítulo conta a descoberta do assalto por outras celebridades como Audrina Patridge (The Hills), Orlando Bloom, Lindsay Lohan e em como a mídia estava cada vez mais envolvida, enaltecendo os possíveis suspeitos (até então) e zombando da justiça. E o terceiro, e último, conta a derrocada de Nick ao resolver chamar um advogado e confessar tudo, incluindo falar o nome de todos os envolvidos.
Em uma cidade onde fama e dinheiro parecem vir fácil, fica complicado ter qualquer perspectiva de um futuro normal. E é isso que Sales argumenta o tempo todo em seu livro. Principalmente no poder que a mídia exerceu sobre todo o caso, se alimentando do assunto assim como os urubus em cima de carniça.
Foi um jornal que deu o nome de “Bling Ring” para a gangue, e outros veículos seguiram a onda banalizando as vítimas e satirizando a vida dos ricos e famosos. Com isso o assunto foi tratado de forma leviana e os envolvidos ganharam status de celebridades instantâneas, conseguindo de forma torpe, aquilo que almejavam nas mesmas celebridades que roubaram: a fama. Muitas reportagens foram escritas, várias entrevistas concedidas, um julgamento televisionado, filme para a televisão em 2011 e este livro que deu base para o filme de Sofia Coppola, com Emma Watson no elenco.

As celebridades tiveram seus bens devolvidos, os culpados pagaram (muito pouco) pelos crimes que cometeram, mas será que basta? Quando a mídia passa a ter mais voz que a justiça, é hora de reavaliar a situação.

*Este livro foi uma cortesia da Editora Intrínseca

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