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Livro “O Interesse pelas coisas” analisa a mediação do desejo nas relações sociais projetivas

O livro O Interesse pelas Coisas, do escritor Eduardo Villela, editado pela Moinhos traz em seu título muito dos temas que vão perpassar cada conto do livro. Numa escrita clara e objetiva, mas sem ser reducionista, Eduardo vai em cada situação social, envolvendo atividades profissionais ou artísticas, esmiuçando os comportamentos inter-sociais e o que eles carregam ou embutem de pré-concebimentos do ato de fazer ou criar ou até mesmo a expectativa do mundo em relação a sua ideia de desejo sobre as coisas. Contos que são carregados de curiosidade pelo outro, pelo que outro é produzindo. E o mais importante como o outro te afeta produzindo para um todo, um grupo. Entro aqui numa referência importante do livro de Eduardo que talvez alinhe os contos: a contextualização de uma ação.

Tanto no conto que dá título quanto aos outros, há uma forma de demanda de um personagem no meio social que gera uma expectativa ou até uma autoexpectativa, como o próprio personagem do conto O Interesse pelas coisas, de estar inserido dentro dos eventos que se sucedem com a família-amigos. Ou do personagem, os primeiros dias, que entra na empresa e quer interagir com o funcionamento operativo da própria.

Mas há sempre como no caso do Pianista Olavo Pontes, que só compõe vendo luta livre, uma forma de não aceitação dos seus próprios recursos afetivos e sociais. Tais personagens não vão à luta, com seus interlocutores, mas desenvolvem recursos próprios de reogarnizar o caos que por um estado de espírito como o pianista ou como o jovem que entra na empresa e precisar ter a mesma visão higienizada do corpo produtivo.

Pensando desta forma, o corpo são, saudável, de ideias politicamente corretas, de processos de trocas que às vezes saem do correlacional, como Fernanda enviando codigos cibernéticos na paquera pela internet com Roberto. Talvez ali neste conto haja uma verdadeira troca subversiva de afecções, e que nos mostre que o contato real entre pessoas está pré-estabelecido em moldes culturais de rejeição ou aceitação. Neste conto Devaneio de poeta, talvez seja o germe desconstrutivo desta aparelhagem cultural de operação das patrulhas culturais e ideológicas. Pois ali no virtual, a vontade do poeta é devir. Está tudo na potência do tornar a ser. Não há jeito de uma patrulha brigar com o projetivo. O poeta é o que melhor traduz o embrião da vida e do começo.

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