Ozzy Osbourne mostra por que ainda é o príncipe das trevas

O reality show da Mtv The Osbournes devolveu ao príncipe das trevas a popularidade que parecia estar perdendo. A agenda de shows aumentou, o público se renovou, mas é impossível dissociá-lo da imagem de um coroa com sérias seqüelas do (ab)uso de drogas e álcool, meio abobado, sem saber lidar com o controle remoto da tevê e outros eletrônicos e completamente dependente da mulher para qualquer coisa. Quando eu era criança, Ozzy Osbourne era diretamente associado ao demônio e conseqüentemente seus seguidores. Felizmente, no palco, Ozzy apesar da idade e das limitações decorrentes ainda mantém sua dignidade intacta, o que pode ser comprovado por quem compareceu ao Citibank Hall na Barra na última quinta feira.

Precedido pela banda de heavy melódico Hibria, que abriu os trabalhos, Ozzy entrou no palco pontualmente às 21h30 horário marcado para o inicio do show (em alguns relógios eram 21h28). A turnê é de divulgação do último e bom álbum do ex vocalista do Black Sabbath “Scream“, mas apenas uma música do mesmo fora executada, justamente a mais famosa I Wanna Hear You Scream, que foi acompanhada com um certo entusiasmo pela platéia. Mas o grosso do repertório foi mesmo um apanhado dos álbuns clássicos como Blizzard of Ozz, Bark at the Moon, Diary of a Madman e No More Tears, além, é claro, dos principais clássicos de sua antiga banda.

Bark at the Moon abriu os trabalhos, entrando em campo com o placar marcando dez a zero a seu favor, Ozzy abusou das caretas, não comeu um morceguinho sequer, jogou água na platéia, agitou bandeira do Brasil, fez tudo o que se esperava. Apoiado por uma nova e firulenta banda de apoio, Ozzy mostrou uma capacidade vocal surpreendente embora longe de ideal.

Para a alegria dos fãs, clássicos como Mr. Crawley, Suicide Solution e Crazy Train se misturavam a hinos do Black Sabbath War Pigs, Iron Man e Paranoid, além de Fairies Wear Boots e a instrumental Rat Salad.

A agilidade de outrora que não existe, é compensada, porém, por uma presença de palco inabalável. O show foi curto, um pouco mais de uma hora e meia, a música mais pedida pelo público, No More Tears não foi executada, o que frustrou bastante os fãs, já que a música é uma das mais populares de Ozzy por aqui. Faltaram também algumas de Ozzmosis que poderiam entrar como Perry Mason, mas para que coubessem todas as músicas que cada um na platéia quisesse ouvir, seriam necessárias umas duas horas e meia de apresentação e como Ozzy não tem exatamente o fôlego de um Paul McCartney ou de um Mick Jagger, se despediu após uma hora e trinta e dois minutos com um bis que trazia Mamma I’m Coming Home seguida do clássico absoluto resistente à ação do tempo que faz a molecada bater cabeça há quarenta anos Paranoid. Ozzy e banda deixam o palco com a sensação de dever cumprido e um público satisfeito, porém com um gostinho de quero mais

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