Paralamas do Sucesso fazem apresentação no Rio calcada em guitarra, baixo e bateria

Fotos: Lismar Santos

Como nos acostumamos a assistir aos Paralamas do Sucesso no palco acompanhados sempre de um time de músicos de apoio (de primeira, diga-se de passagem), muitas vezes acabamos por esquecer do que eles são na essência: um power trio.

Foi com base nessa força primária da qual a banda se constitui que veio à luz o projeto Paralamas Trio. Herbert Viana (vocal e guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e João Barone (bateria) decidiram se apresentar no último sábado (dia 05 de novembro), no palco do Circo Voador, exatamente do jeito que começaram, ali mesmo, em 1983: se valendo da tríade guitarra, baixo e bateria. Porém, com a qualidade técnica que possuem hoje, tanto como músicos quanto com o aparato disponível a serviço de seus instrumentos. E a acústica da casa da Lapa carioca contribuiu muito para o efeito desejado.

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Foram nada menos do que trinta músicas desferidas com energia e uma plateia contribuindo bastante com o calor e a fluidez do show. No repertório, que se abriu com ‘Óculos’ seguida de ‘Meu Erro’, houve espaço não só para os hits obrigatórios mas também para composições não tão conhecidas do grande público (como ‘O Rouxinol e a Rosa’ e ‘Dois Elefantes’) e covers. Em ‘Caleidoscópio’, Herbert lembrou de Celso Blues Boy, falecido em 2012. A canção ganhou mais peso e seus contornos bluesy foram realçados por esse formato de apresentação mais básico.‘Selvagem’, ‘O Calibre’, ‘Lanterna dos Afogados’ e ‘Alagados’ também foram abrilhantadas por essa veia mais garageira dos Paralamas.

Os covers também merecem destaque. ‘Running On The Spot’ do The Jam já é conhecida dos fãs mais fiéis do trio. Também teve ‘Viernes 3 am’, do argentino Charly Garcia e ‘Cuando Pasa El Temblor’, dos também argentinos Soda Stereo (lembrando que no início dos anos 90 houve uma forte aproximação dos Paralamas com a Argentina) e uma bela versão de ‘Little Wing’ de Jimi Hendrix. Os contemporâneos oitentistas também foram lembrados em ‘Ainda é Cedo’ (Legião Urbana), ‘Tempos Modernos’ (Lulu Santos). Abrindo o último bis, veio mais um cover, ‘See Me Feel Me’ do The Who.

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‘Vital e Sua Moto’, primeiro hit do Paralamas, encerrou o show de duas horas (e dois bis) com um visivelmente satisfeito Herbert Viana agradecendo à plateia. De fato, um show se faz em uma via de mão dupla, e não apenas do palco para a plateia. O Circo, com sua constituição que proporciona maior proximidade entre artista e plateia, se mostrou a escolha perfeita para esse formato mais descontraído e com mais espaço para improvisos, que só ressaltam o nível técnico dos músicos.  O público que lotou a casa em uma noite chuvosa foi recompensado. E o projeto trio merece ser prolongado.

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