Slipknot + Faith No More no Rock In Rio, o encontro de duas gerações que roubaram a cena em edições anteriores

O que o Faith No More e o Slipknot têm em comum além de serem as únicas principais atrações desse Rock In Rio que lançaram disco recentemente? Ambos roubaram a cena dos headliners em suas respectivas estreias no festival. O Faith No More tocou no Rock In Rio II em 1991 abrindo para o Guns n’ Roses. Tudo bem que Epic tinha alta rotatividade na então recém chegada MTV, mas Axl Rose, Slash e companhia já caminhavam a passos largos para o posto de maior banda do planeta. E o FNM de Mike Patton roubou a cena.

Vinte anos depois, o Slipknot antecedeu o Metallica na noite do metal. Com seu cirque du soleil do inferno, a banda tornou bastante difícil a vida do quarteto de San Francisco que fecharia a noite diante de uma plateia perplexa com o que vira.

O Faith No More ainda voltaria algumas vezes ao Brasil (a última foi no festival SWU), fora os outros projetos de Mike Patton, como Fantomas e Tomahawk, que marcaram presença em festivais por aqui.

faithO show da última sexta feira contou com o tradicional cenário branco com flores, com todos da banda também vestidos de branco, inclusive os roadies. Não eram atração principal, mas ao contrário de 1991 não eram novidade. Na plateia muitos fãs, é bem verdade, mas a empolgação só vinha mesmo nos (poucos) clássicos como ‘From Out Of Nowhere’, ‘Epic’, ‘Midlife Crisis’ e o cover dos Commodores ‘Easy’.

Mike Patton amalucado como de hábito, manteve o protocolo de dizer palavrões em português, sua segunda língua definitivamente, pelo menos no que diz respeito a impropérios, e deu até um perigoso mosh.

faith2Shows do Faith No More são sempre interessantes pelo desapego ao convencional e aos protocolos, e esse não foi diferente, apesar da ausência de um ou outro hit sentida por muitos.

Mas houve pérolas do álbum “Angel Dust” (‘Caffeine’) de 1992 e de “King For A Day Fool For A Lifetime” (‘Evidence’) de 1995, e as músicas do último álbum “Sol Invictus” como ‘Motherfucker’, que abriu o show, e ‘Super Hero’ funcionam bem ao vivo. Um setlist equilibrado mas por estar diante de uma plateia com pouca boa vontade para sair do óbvio e ávida pela atração principal, acabou por apagar muito do brilho do show. O bis veio com o cover de Bee Gees ‘I Started a Joke’ e a clássica ‘We Care A Lot’, seguida de ‘Just a Man’.

slip2Pausa e chega a vez do Slipknot, que junto com o System of a Down, atração principal do dia anterior, é o maior nome do metal do século XXI. Dessa vez, a banda de mascarados que tem a frente Corey Taylor, veio com a moral de headliner e cumpriu seu papel. Repetiu seu circo dos horrores com pirotecnia e uma cabeça de bode demoníaca no fundo do palco.

Não podiam faltar hits como ‘Psychosocial’, ‘The Heretic Theme’‘Before I Forget’, ‘(sic)’ e ‘Pleople = Shit’, mas as músicas do recente e bom álbum “.5: The Gray Chapter”, de 2014, também foram bem recebidas. O Slipknot se mostrou confortável na posição de principal atração, com som e estrutura ainda melhores, mas não fez um show tão insano como o visto há quatro anos, quando sem dúvida aumentaram o número de fãs no Brasil.

Depois de uma hora e quarenta de pauleira e rodinhas de pogo, os fãs deixaram a cidade do rock de alma lavada naquela que, na prática, foi a última noite realmente de rock da edição deste ano do festival.

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