A busca dos sonhos transformará o futuro; “Fim dos Tempos” segue distópica e misteriosa

“(…) E quando sonhos se tornam realidade… É que o futuro se apresenta”, parte da propaganda a la Apple que o Sr. Incrível faz ao apresentar um novo sistema tecnológico, dita um pouco do segundo volume de Fim dos Tempos, que a Panini trouxe em maio, com as edições 5 a 9 de Future’s End publicadas lá fora.

Como Philip K. Dick em suas narrativas distópicas, Brian Azzarello, Jeff Lemire, Dan Jurgens e Keith Giffen levam os leitores a entender gradualmente como foi formado o futuro indesejável do irmão Olho, que estava sendo modelado naquele momento e os heróis nem imaginam o que aguarda. Os roteiristas seguem mostrando novos acontecimentos, cadenciando as tramas que avançam lentamente, enquanto ajustam os detalhes e os pontos para um climax, como tem sido em todas as sagas da DC Comics.

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No primeiro volume os protagonistas e antagonistas foram apresentados e aqui temos o clima de medo que levará ao controle exacerbado das máquinas, ou melhor, do Irmão Olho. Houve uma guerra dimensional entre as duas Terras, a 1 e a 2, que devastou o planeta, onde vários superseres desapareceram ou morreram, marcando muito esse tempo que Terry McGinnis, o Batman do futuro encontra.

Enquanto o Sr. Incrível anuncia uma tecnologia que pode armazenar todas as informações pessoais, inclusive as cerebrais, um grupo de mercenários tentam invadir a Incrívetec e tomar posse do projeto. Os adolescentes que formam o Nuclear decidem empreender caminhos separados e o herói parece condenado a desaparece. O Superman, que esconde o rosto com uma máscara, protege escondido a investigação que Lois Lane empreende sobre um herói que morreu durante a guerra. Ray Palmer, nem diferente do que conhecemos, tenta descobrir o que houve com StormWatch, empreendendo uma missão através da Zona Fantasma.

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As mesmas tramas iniciadas no primeiro número seguem desenrolando com normalidade, mas é uma edição ponte entre os momentos chaves da saga. Naquela da máxima dos peões estão sobre o tabuleiro e as peças começam a se mover. A narrativa segue morna, com todos os núcleos tendo seus momentos, aglutinando ao redor do argumento principal, entrecruzando, em maior ou menor medida, direta e indiretamente para avançar na história que começa a sair daquele clichê que anteriormente tínhamos debatido sobre a volta para o passado para concertar o futuro.

As oito mãos que escrevem a saga levanta orquestram bem, a forma que o Sr. Incrível é apresentado arrogante, o Bandoleiro mais anti-herói do que nunca, Terry perdido e desorientado, Ray Palmer como um cientista ao estilo Beakman, um Superman misterioso e cometido, Braniac e Constantine aparecendo, são todos bons exemplos desta tutela, aguardemos os próximos volumes.

Em relação a arte, segue a mesma linha do primeiro volume, Jesús Merino, Patrick Zircher, Lopresti & Tribert, Dan Green, Scott Eaton e Drew Geraci com seus estilos diferentes dão um tom irregular e rígido globalmente, mas bem fluido, garantindo a atenção para o próximo volume.

A série começa a demonstrar que vai além da aparente capa de evento do ano, ganhamos pelo entretenimento, pela distopia e pela reunião de tantos tramas diferentes que se chocarão num futuro próximo, se será o fim, não sei? Vamos aguardar!

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