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Detective Comics Reboot 03/52

Já notaram que o relaunch da DC tudo tem um ar histórico. A HQ que deu origem ao nome da editora, a Detective Comics, depois de 74 anos retorna ao número um. Nessa primeira edição temos o Batman como protagonista dessa nova empreitada, lembrando que na outrora o personagem apareceu pela primeira vez na edição 27 (1939). Diferentemente do que ocorreu na Action Comics, a Detective terá um autor cuja trajetória não é tão conhecida como Grant Morrison. Tony Daniel estará a frente da comic, no texto e no traço, como já fez na época que Dick Grayson assumiu a capa do homem-morcego, entretanto os roteiros de Daniel não agradaram muita gente à época. E é com surpresa que vi o cara na tarefa de relançar a Detective Comics, tanto que apressei a ler a dita cuja.

De início, a dúvida levantada foi dissipada nas primeiras páginas. Daniel apresenta uma história bem elaborada, que não se complica, segura, que comunga com uma narrativa visual atraente e coerente, ainda mais com a coloração que Ryan Winn legitima. De outro modo, quem jamais leu uma Hq escrita e desenhada por Daniel não poderá fazer essa comparação, achará um trabalho satisfatório, assim podemos dizer que em Detective Comics #01 supera a média, mesmo tendo um conteúdo já conhecido, meio que clichê para muitos fãs do Batman. Mas essa é a prerrogativa dos 52, apresentar elementos clássicos de seus personagens e incorporá-los a uma história que reinaugura todo o universo do personagem em questão. E como a estratégia da DC Comics consiste em captar um novo público, não há dúvida que no título cumpre essa função.

Entretanto para quem acompanha o Batman há mais tempo alguns interregnos são levantados, como por exemplo a linha temporal da história, que tem a sensação de ser ambientada no passado, algo que chama a atenção pelo que foi considerado que somente Justice League e Action Comics estariam cinco anos antes do resto das séries. Nas primeiras páginas temos a afirmação que o Coringa está cometendo assassinatos já há seis anos? Como? Desde quando Batman está em atividade? Há mais de seis anos? Poderíamos continuar com as interrogações, mas é bem melhor seguirmos analisando a história. Deixemos esse assunto para discutirmos, logo abaixo.

Temos em Detective Comics #01 uma história bem típica e linear: o Cavaleiros das Trevas está a procura do vilão (O Coringa, uma clara estratégia comercial), entram em confronto, ele escapa, Batman volta ao esconderijo para analisar o caso, encontra com Gordon, averigua onde poderia encontrar seu antagonista, o derrota e o leva ao Arkham. Início, conflito e fim, tudo em menos de vinte páginas. Destaco algumas diferenças entre o que conhecíamos para essa retomada das narrativas do Batman. A primeiro momento, podemos notar que o homem-morcego está bem mais jovem e menos experiente, cometendo erros tanto nas especulações do caso quanto nas lutas. Outro que está notadamente está mais jovem é James Gordon, o único membro da polícia que confia no Batman, já que oficialmente o considera uma ameaça. Aspectos que trazem de volta os arquétipos que Bob Kane consolidou ao seu personagem.

Mas é a abordagem do Coringa que Tony Daniel desenvolve, optando por mostrá-lo bem mais demente do que conhecíamos, extremamente violento e sanguinário, um assassino que brinca com suas vítimas. E se ele é o antagota deste primeiro número, não o será durante o arco de histórias da série. Há um desconhecido personagem que parece ser o mentor desse novo joker. E na última página, vemos a influência que possui para com o palhaço do crime. Realmente assusta e que nos obriga a ler o número 2 sem pestanejar.

Tony Daniel, que já trabalhou com o personagem em vários outros arcos, principalmente como desenhista, em The Ressurrection of Ra’s al Ghul ou Batman RIP, consegue propor uma narrativa com bastante solidez, crua e que promete. Satisfaz ver Daniel arriscar em construir cenas selvagens, mesmo com os painéis acartonados, em elaborar um roteiro simples, mas intrigante. Em suma, sigo com minha dúvidas em relação a linha temporal e ávido em saber quem é o assassino que anda solto por Gotham, quais os perigos que Batman enfrentará para detê-lo e sentindo essa mesma intensidade de sentimento para com os demais números da série.

Título: Detective Comics #01

Tony S. Daniel (Argumento e arte), Ryan Winn (arte-final e cor)

DC Comics, 2011

40 paginas, US$ 3,99



 

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