Cultura colaborativa! Participe, publique e ganhe pelo seu conteúdo!

Fortuna Crítica: O Monstro e O Minotauro

O Dulcinéia Catadora reúne escritores, desenhistas e catadores e entre outras coisas lança simpáticos livros ultra-artesanais. O negócio é artesanal mesmo: capa de papelão pardo pintado a mão e com intervenções de serigrafia, folhas de papel reciclado e impressão feita com aquela impressora jato de tinta colorida que quase todo mundo tem em casa.

As tiragens são pequenas e cada exemplar é quase filho único, já que não existem capas iguais (mas pelo que entendi você pode encomendar o seu pelo e-mail dulcineia.catadora@gmail.com ). O catálogo é vasto, tem muita gente boa envolvida.

No blog do coletivo (eu odeio essa porra de palavra, pra mim coletivo é ônibus e metrô, mas vamos lá) tem essa explicação sobre “O monstro e o minotauro”:

Laerte enviou 7 imagens para Paulo Scott e recebeu 7 textos do escritor gaúcho. Dessa troca nasceram outras 7 imagens e 7 poesias. O material, um caderno de 36 páginas, ganhou as capas de papelão coloridas, pintadas à mão, pelo coletivo Dulcinéia Catadora.

Nisso o esquema se aproxima de outro projeto do próprio Paulo Scott e do Fabio Zimbres, o “Na Tábua”, que junta texto e desenho num cartaz que é espalhado por bares e outros lugares. Os dois partilham do mesmo esquema de não ser um desenho meramente ilustrando o texto, eventualmente texto e desenhos podem ser “lidos” ou interpretados separadamente.

O texto de Paulo Scott mescla… Ah, acharam que eu emburacaria nessa de crítico literário, ãh? Não, aí já é querer demais de uma pessoa que mal consegue ler 3 ou 4 livros por mês.

De qualquer forma, sou suspeito pra falar, o Scott é meu chapa e gosto do que ele escreve e o Laerte, bem, tai um que REALMENTE não precisa das minhas resenhas capengas.

O conjunto ficou legal: textos longos, textos curtíssimos, tiras e desenhos.

**********************

Eu não sei se o termo “catadores de lixo” é ofensivo atualmente (eu não acho, apesar da palavra “lixo”), mas agora lembro que há milênios atrás eu estava numa festa de uma associação de catadores de lixo de SP, tomando um saboroso Dreher e trocando algumas impressões com uma moçoila que aparentava trabalhar com publicidade ou talvez numa produtora-de-cinema-e-TV-que-só-faz-publicidade, algo assim, e ao jogar meu copo de plástico no chão tomei um dos mais inusitados esporros da minha vida.

– QUE??? Mas você é um porco!! Não tá vendo a lata de lixo a 20 metros de você??

De fato havia várias latas no galpão, mas para mim estavam muito longe, afinal aquele Dreher não era o primeiro da noite. Tentei ser espirituoso e contemporizar.

– Veja bem, mas se não são pessoas porcas como eu, que jogam o lixo no chão eventualmente, os catadores de lixo estariam em maus lençóis, ãh, ÃH? (já piscando).

A Arauta da Limpeza Urbana me mandou longe e nunca mais a vi na festa. Quer dizer, acho que vi, mas não sei, tinha muita gente parecida com ela por lá.

**********************

Só não leva 5 estrelas porque ainda não me convidaram para o projeto.

[xrr rating=4/5]

Compartilhar Publicação
Link para Compartilhar
Publicação Anterior

J.K Rowling e o fantástico mundo de Harry Potter

Próxima publicação

Indicados ao 63° Emmy Awards 2011

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia a seguir