A cartilha poderosa e efetiva de “Bloodline”

O Netflix tem sido um prolífero “canal” de conteúdo vasto e consistente para os amantes de séries. E talvez essa consistência tenha alcançado uma repercussão que poucos canais de TV ainda mantém.

Bloodline é a série que mais difere do cardápio atual do site de streaming. Isso pelo viés “novelão” de seu DNA, que encontra boa liga com a espécie de subversão narrativa proposta pelos mesmos criadores da excelente Damages.

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Criada por Todd A. Kessler, Daniel Zelmane e Glen Kessler, Bloodline segue a vida da família Rayburn, uma família americana nos dias de hoje que é o pilar de sua comunidade na Flórida. Quando Danny (Ben Mendelsohn), o filho mais velho e ovelha negra da casa retorna para o aniversário de 45 anos do hotel da família, ele ameaça revelar os mais escuros e sombrios segredos do passado da família Rayburn e leva seus irmãos a testar até onde vão os limites da lealdade entre eles.

O bom elenco tem nomes como Sissy Spacek, como a matriarca, e Kyle Chandler, como o filho que vira o cabeça da família e dos rumos da trama. O recurso dramático de flashback e flashforward que, ao longo do episódios vai mexendo e confundindo nossa expectativa com a história, encontrou na citada Damages uma medida narrativa tão permeável de nuances, que acabou virando a marca dos autores.

Aqui, o recurso tem a mesma eficiência, mesmo que demore um pouco a verter em dinâmica seu desenvolvimento dramático. Os personagens são bem defendidos, e rapidamente estamos inseridos na complexidade daquele seio familiar. Os coadjuvantes sofrem um pouco com isso, já que seus personagens pouco se desenvolvem.

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A primeira temporada se encerra – claro – com um gancho até surpreendente para um (já confirmado) segundo ano, e com possibilidades que podem mexer com a estrutura dramática inserida entre os personagens. Quase todas as possibilidades jogam para uma perspectiva bem folhetinesca, o que nem é, necessariamente, um problema.

Embora seja difícil imaginar como essa regularidade pode se solidificar numa segunda temporada, Bloodline é construída por um time que costuma reverter previsibilidades, e é isso que mais nos anima. A série, em seu trailer e pôster, traz a emblemática frase “Nós não somos pessoas ruins, mas fizemos algo terrível!“, onde agora, o sentido é entendido de maneira engenhosa, mas bem determinante.

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