Victoriana: Um RPG de vil vilania e aventuras gloriosas!

Capa de VictorianaMuitas vezes confessei minha completa paixão pelo gênero SteamPunk (aguardem uma matéria com reviews sobre quase todos os jogos importantes lançados para o gênero) e a nova edição de Victoriana é uma obra belíssima para apreciadores da era à vapor. Ela possui tudo o que podemos desejar: engenhocas, política de classes, magia e muita aventura ao estilo das novelas ilustradas vitorianas. Os personagens como sempre atuam como pessoas diferentes da estratificada sociedade, mesmo que tenham advindo de camadas sociais diferentes, e tentam com o máximo de suas capacidades sobreviver nesse terrível e moderno mundo, onde vilões são ainda mais vis e cavalheiros mais cavalheirescos.

É um tempo de revolução apesar da aparência imutável de poder do Império Britânico. Grandes mudanças têm acontecido ao redor do mundo. A ciência cria novas e incríveis máquinas todos os dias. Novos movimentos políticos ascendem e caem, alguns criticando e outros até mesmo enfrentando o atual sistema de governo. A Magia ainda se mantêm nas mãos da elite, mas mistérios sombrios como a necromancia e a demonologia clamam novas almas todos os dias.

Este é o mundo básico de Victoriana que chega essa semana em sua segunda edição, agora de casa nova a Cubicle 7 entertainment, uma grande editora de RPG com títulos importantes como SLA Industries e Qin, títulos bastante diferentes entre si.

Desenho de William Powell

A primeira edição do jogo, baseada no sistema Fuzion, era um belo cenário vitoriano fantástico onde o destaque se encontrava para a importância dada para as classes sociais, e boa dinâmica que existia entre os elementos do cenário, exceto talvez pela população meta-humana (como elfos e anões) que parecem um pouco desnecessários ao meu ver. Ainda sim, ao meu ver o jogo nunca se destacou muito dos outros tantos que abordam o tema (principalmente Castelo Falkenstein, até hoje o preferido de muitos), apesar de ter conseguido quatro suplementos interessantes, todos com crônicas temáticas: uma londrina, uma vinculada a um mistério chinês, um que parece um conto de horror vitoriano e por fim uma sobre o Egito.

Arte de Gustav Doré

A nova edição no entanto parece ter melhorado muito. Primeiramente a estética: enquanto seu antecessor só possuía imagens pouco chamativas e em sua maioria simples demais, o livro atual apresenta não só uma arte magnífica (que ilustra este artigo) feita pelas mãos de diversos artistas interessantes, como também se utiliza de ilustrações verdadeiramente românticas feitas na época onde o jogo é situado. Temos gravuras de Gustav Doré (ao melhor estilo desenvolvido por Rembrandt), assim como pinturas a óleo de Wiliiam Powell, geralmente em grandes painéis, valorizando imensamente o tom do livro. O Design do mesmo não fica atrás, com uma capa dura que simula uma pasta de couro, assim como uma escolha de diversos fundos e fontes que fazem o livro lembrar uma publicação dos tempos áureos da Rainha Vitória.

Desenho de Artal

O sistema também mudou completamente, o que antes era baseado no genérico Fuzion que basicamente se resume a atributo + habilidade + 3D¨+ modificador contra um número alvo, ganhou vida própria e agora consiste de rolagens de dados equivalentes a pontuação de atributo mais habilidade mais modificadores de dado e dificuldade (como se fosse uma fusão do novo WoD com o velho usando D6). O Sistema de magia continua funcionado de forma excelente e bastante aberta.

Isso é tudo que podemos avaliar pelos previews do jogo, não se sabe o quanto o cenário foi modificado, assim como grande parte do livro. Tenho certeza que crescerá para muito além da primeira edição, tendo em vista que é um trabalho extremamente mais cuidadoso. Uma aventura introdutória está disponibilizada no site da Cubicle 7 entertainment e a mesma se trata de um casamento bastante conturbado. Já estão programados para esse ano pelo menos dois suplementos, o primeiro é uma crônica e o segundo um guia para a vida em 1867, ambos com capas de muito bom tom.

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Comentários 15
  1. Bacana! Taí um RPG que pode atrair um pouco mais a atenção feminina pelo hobbie… até mesmo pela arte interna.
    E não estou dizendo que o jogo parece feminino, afinal eu acho Steampunk é um cenário muito loko!

  2. Sou fã de carteirinha de Castelo e não sabia que existiam outros jogos com clima semelhante. Excelente dica, talvez esse sistema seja mais adequado aos gostos mais acostumados a dados, com certeza vale a pena conferir.
    A propósito, o Ambrosia é completamente excelente em todos os aspectos, estão todos de parabéns.

  3. Eu gostaria de ler essa matéria!
    Eu só muito fãn desse genero de jogo, pena nunca ter conseguido jogar!
    Esse pare cer bom mesmo, assim como o artigo!
    Ps: As As loucas aventuras de James West, seriam classificadas como?
    Mistura de generos?

  4. Nunca joguei a quarta edição… Na verdade deve fazer uma década que não jogo nada que se passa no futuro… Acho que é trava de historiador…

  5. [re=2949]Felipe Velloso[/re]: Tecnologicamente falando está divertido. Eles deram uma atualizada em algumas coisas, alguns nomes, deixa a coisa bem divertida pra quem gosta de tecnologia.

  6. Parece bastante interessante e muito bonito, pena que as imagens do artigo que você escreveu estejam tão pequenas…
    Parece muito o tipo de livro que todo bom rpgista merece ter em mãos.
    Só faço um comentário negativo: d6? Detesto d6 😛

  7. Eu gostaria de ler essa matéria!
    Eu só muito fãn desse genero de jogo, pena nunca ter conseguido jogar!
    Esse pare cer bom mesmo, assim como o artigo!
    Ps: As As loucas aventuras de James West, seriam classificadas como?
    Mistura de generos?

    Sim, Arquimago, as Loucas Aventuras de James West é uma mistura do Western Comedia (estilo Banzé no Oeste, de Mel Brooks) com Steampunk.

  8. Os RPGs do gênero Steampunk são ótimos mesmo não só os RPGs como os livros, filmes, seriados e animações tudo é muito interessante espero que mais pessoas se interessem..abraços

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