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Quinzena Macabra: Entrevista com Jess Hartley (White Wolf)

jessDepois de entrevistar John Newman pelo RPGBomb, a comunidade online de RPGistas reuniu em sua sala de chat mais um dos autores de Geist para uma entrevista, a escolhida da vez foi Jess Hartley. Fiz uma seleção das melhores perguntas e respostas direcionadas a autora, já que o Chat em si foi muito extenso, os usuários da RPGBomb podem lê-lo em sua íntegra e na língua original por aqui.

KillerDM: Vamos começar com a Jess falando um pouco sobre ela mesmo…

Jess: Como muitos freelancers, eu tive meu inicio na indústria dos games enviando amostras do meu trabalho para minha empresa favorita de RPGs (a White Wolf). Apesar de eles não terem aceitado a minha proposta para um romance, eles me ofereceram uma chance de submeter uma outra tentativa para uma série que eles estavam fazendo para a linha Exalted. Para minha surpresa e choque eles aceitaram o que viria a se tornar “Exalted: In Northern Twilight”, e a coisa prosseguiu daí em diante.

Billzilla: Qual é seu aspecto favorito de ser um escritor?

Jess: Ver as pessoas se divertindo com o que eu criei, não há nada melhor do que ter alguém lhe dizendo o quanto amou o jogo para o qual você trabalhou, ou o quanto amaram/odiaram o antagonista que ferrou com seus personagens.

Txabier: Então, ao contrário do que a maioria na indústria faz, você começou como um escritor de romances, ao invés da progressão normal de iniciar escrevendo jogos?

Jess: Na verdade, cerca de um ano antes de eu me iniciar na indústria eu comecei escrevendo artigos para revistas e jornais, e também enviava ficções e poesias para o máximos de publicações que eu conseguia. Para conseguir experiência e um currículo como escritora, mas sim, ao entrar na indústria eu fui de romancista à autora de RPGs. E agora, depois de seis anos estou me ramificando de novo.

Eruvanna: Jess, qual é o projeto em que você trabalhou que você mais gostou?

Jess: Meu projeto favorito ainda não foi publicado, é um romance histórico paranormal chamado La Serenissima. Eu espero que algum dia ele venha a tona, mas ainda não encontrei uma casa para o mesmo. Entretanto, o meu projeto publicado favorito tem que ser a linha Changeling. Eu coleciono contos de fadas desde que era velha o bastante para lê-los e Changeling : the Lost (e seus suplementos) estarão sempre em um lugar especial meu coração (e na minha estante).

Ambrosia: Como você descreveria seu trabalho no WoD em seus cinco anos de existência? O que mais a divertiu? E houve alguma coisa que você não gostou?

Jess: Eu trabalhei em praticamente tudo no WOD, pelo menos um projeto em cada linha, ainda que o meu maior foco de trabalho tenha sido Promethean, Changeling e a linha básica. E fiz de tudo, de ficção até as mecânicas de cenário, e não há realmente nada que eu não tenha gostado, honestamente. Eu gosto muito que a White Wolf tenha nos permitido ir muito além do que o velho WoD era, conseguimos esticar  a realidade para os jogadores lhes dando novos desafios e ferramentas para usar. O livro “Innocents” foi fantástico de escrever, assim como a linha de Promethean, de um ponto de vista logístico, onde éramos apenas quatro escritores trabalhando sob um mesmo desenvolvedor, então nós conseguimos realmente se entender e conhecer bem. Nós também conseguimos os outlines para os quatro suplementos em um período bem cedo do processo, o que nos permitiu olhar para eles e dizer: “Não, isso aqui irá ficar melhor no terceiro livro, não precisamos tocar nisso aqui”. O que eu acredito que tenha proporcionado uma linha muito coerente.

Ambrosia: Você acredita que o seu trabalho no WoD influencia sua ficção pessoal? Por exemplo, uma idéia muito boa que acaba nunca sendo usada em um livro e você a transforma em um projeto pessoal?

Jess:Eu acredito que este é um dos maiores desafios em ser um freelancer. Eu tenho que pesar todas as minhas boas idéias e decidir se irei usá-las em um trabalho sob contrato, ou para mim mesma. Eu tive algumas idéias enquanto trabalhava em um projeto e disse para mim: “Não… essa aqui realmente deve ser usada para outra coisa” e retirei para poder colocá-la em algo maior do que um gancho de história em um suplemento.

CarolatGC: Jess, o que você pensa sobre a indústria de pdf tomar aquela de impressos? Em meu grupo metade de nós possui os livros fisicamente e a outra metade só possui livros em seus laptops.

Jess: Mito. Eu achoq eu existe bastante espaço para crescimento para a indústria, em relação aos pdfs, entretanto, também acho que ainda exista muito espaço em material de “árvores mortas”. Algumas coisas, como livros básicos, continuarão sendo vendidas em papel, mas acho que muito material suplementar tenderá a migrar para os pdfs, mas com suplementos que se realizem como totalmente multi-mídias, com sound tracks, arquivos interativos, etc… A White Wolf está fazendo muita coisa com isto agora, mas há muito a ser feito…

Ambrosia: O que você pode nos dizer sobre seu trabalho em Geist? E o que mais chamou sua atenção nesta linha?

Jess: Eu trabalhei no livro básico de Geist, escrevendo o cenário da cidade (NYC) e uma boa porção das krewes e dos antagonistas. O que eu mais gosto sobre Geist é a justaposição entre encarar a morte em um nível diário e encontrar o joie de vivre em seu cotidiano. Eu amo a canção “Live like you were dying” e Geist realmente incorpora esse “aproveite a felicidade que lhes resta enquanto você pode”.

Ambrosia: Que tipos de jogos você está jogando em sua casa agora? Você possui alguma preferência de gênero de jogo?

Jess: No momento, eu tenho jogado um pouco de Shadowrun, Larps da White Wolf, e jogo Spore e The Sims 3 online… Fora diversos jogos de carta e tabuleiro.

Ambrosia: Qual seria sua linha/livro dos sonhos? Existe alguma coisa que você gostaria de escrever para o Mundo das Trevas? Uma nova direção ou uma linha histórica (já que você faz parte dos anacrônicos criativos)?

Jess: Changeling: The Lost já é minha linha dos sonhos, ainda que eu adoraria fazer um suplemento que lidasse com os aspectos históricos da interação perdidos/fadas verdadeiras… inter culturalmente, seguindo mais ou menos o que o primeiro capítulo do básico tinha a dizer sobre como os mitos sobre os seres feéricos vieram a ser.. Eu tenho uma linha histórica que eu gostaria muito de escrever, mas infelizmente ninguém iria jogá-la, chama-se “Vampiro: Hohenstaufen”, onde você seguiria o Imperador Romano Germânico em sua luta contra Roma. Mas considerando que Changeling continuou lançando livros mais de um ano depois que deveria ter terminado, eu não posso ficar tão avarenta.

A autora possui um excelente site oficial, com artigos e informações sobre RPG e literatura;

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