Entendendo Charlie Sheen, o mais novo desempregado da América

Este pode ser o fim de uma das séries de maior sucesso da televisão norte-americana. Desta vez, Two And a Half Men possivelmente sairá do ar. Surpresos? Acredito não haver um sequer. Afinal, o pivô do fim da série que conquistou milhares de fãs no Brasil foi Charlie Sheen (ou Harper, whatever!). Ao menos agora, definitivamente, não há ninguém surpreso! O ator foi demitido da Warner Bros Television na segunda-feira passada, dia 07 de março.

Desde o anúncio de sua demissão, todos os holofotes voltaram-se a Sheen, digo, aqueles poucos que ainda não o focavam. Presença constante em entrevistas para vários shows de TV dos EUA, Charlie também entrou para o Guiness Book. Sim, o livro dos recordes! Charlie Sheen foi o primeiro perfil do twitter a atingir 1 milhão de seguidores em menos tempo. Em pouco mais de 24 horas, 1 milhão de pessoas espalhadas pelo mundo seguiam o twitter do ator, sempre polêmico ao expressar suas opiniões, e o número não parou de aumentar.

Charlie (Harper ou Sheen, como já disse, fica a critério do leitor) passou a ser sinônimo de mal exemplo, ainda mais ultimamente. Entretanto, é preciso considerar que o bad guy em questão sempre escancarou (até demais) seu jeito de ser, sua personalidade “auto-destrutiva”, para usar as palavras presentes na carta de demissão divulgada pela Warner. Segundo a rede de televisão norte-americana, este seria um dos motivos para demitir o protagonista da série, que é também o ator mais bem pago da TV, quer dizer, era. Mulherengo, exímio consumidor de bebidas alcoólicas e também de drogas mais pesadas, sempre envolvido em fortes polêmicas e agora também desempregado. Este é o clássico perfil de Charlie que ultrapassa os limites da telinha e o descreve por completo, em todos os papeis do dia-a-dia.

Na verdade, Charlie Sheen era o protagonista de Two And a Half Men nas horas vagas. Pois na maior parte do tempo ele é o protagonista de sua própria vida, a qual emprestou para a série que vinha caminhando para sua nona temporada. Vida, diga-se de passagem, louca. Louca? Bem, este é apenas um julgamento que fazemos, um adjetivo que damos à vida de alguém que mal conhecemos – trata-se da digníssima função e desastrosa conseqüência da mídia. Passamos a ver em Charlie toda a conduta que a sociedade condena: um louco, um violento, um drogado, alcoólatra, inconseqüente. E o mais curioso é que se o próprio estivesse lendo este artigo ele diria: “Sim! Sou tudo isso! E daí?”. Charlie Sheen é, por este tipo de atitude, um homem intrigante, autêntico e, talvez, o louco mais lúcido que poderia existir.

Este não é um depoimento a favor ou contra a conduta do ator. Mas talvez sirva para reflexão, uma espécie de exercício mental de deixar de lado (o quanto for possível) pré-conceitos e julgamentos. A fama causa lesões, deixa seqüelas, distúrbios e não só herança e patrimônios consideráveis. Assim é o mundo das celebridades. Esse é Charlie Sheen. E a lucidez às vezes é insuportável. Para qualquer um de nós.

“Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual. Eu do meu lado aprendendo a ser louco, um maluco total, na loucura real.Controlando a minha maluquez, misturada com minha lucidez. Vou ficar, ficar com certeza Maluco Beleza!”, de Raul Seixas.

Assista ao trecho de uma entrevista concedida por Charlie Sheen a um programa norte-americano, 1 semana antes de sua demissão ser anunciada:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=h5aSa4tmVNM[/youtube]
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