AgendaTeatro

A Pérola Negra do Samba no Teatro Carlos Gomes

Compartilhe &media=https://ambrosia.com.br/wp-content/uploads/2025/09/A-Perola-Negra-do-Samba-credito-da-foto_Luiz-Antonio-Pilar-4-1600x1067.jpg" rel="nofollow"> &title=A%20P%C3%A9rola%20Negra%20do%20Samba%20no%20Teatro%20Carlos%20Gomes" rel="nofollow"> &name=A%20P%C3%A9rola%20Negra%20do%20Samba%20no%20Teatro%20Carlos%20Gomes" rel="nofollow">

Com sua voz grave e inigualável, Jovelina Pérola Negra (1944-1998) se tornou um ícone do samba de partido-alto e do pagode carioca. Cantora e compositora, Jovelina teve uma trajetória artística inspiradora, abrindo caminho para outras vozes femininas no gênero. Sua obra valorizou as raízes do samba, representando a força do subúrbio e da mulher negra na música brasileira.

Para reverenciar a vida e a obra dessa mulher singular,ojornalista e escritor Leonardo Bruno repete a parceria com o diretor Luiz Antonio Pilar —, iniciada com o premiado “Leci Brandão – Na Palma da Mão”, vencedor do Prêmio Shell na categoria Direção para apresentar o musical “A Pérola Negra do Samba”, que estreiaem 20 de setembro no Teatro Carlos Gomes, no Centro do Rio. As apresentações acontecem quintas e sextas, às 19h, e sábados e domingos, às 17h, até 9 de novembro.

Em cena, a atriz, cantora e compositora Afro Flor interpreta Jovelina. Ela divide o palco com Thalita Floriano, Fernanda Sabot e Thiago Thomé, que dão vida a pessoas marcantes da vida e carreira da artista, como sua família e personalidades como Clementina de Jesus, grande inspiração de Jovelina. Com muito bom humor, a peça é construída a partir das músicas de Jovelina e tem como narradora a Dona Cebola, personagem de “Feirinha da Pavuna”, uma das mais conhecidas da cantora. Essa canção abre o espetáculo e inspira o cenário e o figurino, que remetem ao colorido universo das feiras livres do subúrbio carioca, com seus caixotes e placas com letras em filete.

Outros sucessos como “Bagaço da Laranja”, “Sorriso Aberto” e “Luz do Repente” também estão na montagem, assim como lados B como “Amigos Chegados”, “Flor Esmaecida” e “Samba Guerreiro”. Mais de 20 músicas costuram a dramaturgia do espetáculo. Além dos quatro atores-cantores, estão no palco os seguintes músicos: Matheus Camará (violão) e Rodrigo Pirikito (cavaco), dupla que assina a direção musical de “A Pérola Negra do Samba”, Daniel Esperança (teclado), Wesley Lucas (bateria), Pedro Ivo (percussão) e Thainara Castro (percussão).

Mesmo com a imensidão de sua voz, o sucesso chegou tardiamente, aos 41 anos de idade. Foi apenas em 1985 que Jovelina estreou com a participação no disco “Raça Brasileira”, álbum clássico que também revelaria Zeca Pagodinho há exatos 40 anos. Em 1998, aos 54 anos, a artista morreria de infarto. Apesar de ser uma personagem muito conhecida dos brasileiros, Jovelina teve sua história apagada, com pouquíssimos registros. Ainda assim, ela continua sendo lembrada nos pagodes da cidade, por meio de sua obra.

“Jovelina construiu sua carreira cantando músicas que falavam do dia a dia do subúrbio: o trem lotado, a confusão na esquina, o malandro Zona Norte, a patricinha Zona Sul, a negritude orgulhosa, a fé numa força maior. Foi uma carreira curta, mas muito intensa, com diversos sucessos, marcados por sua figura emblemática”, conta o dramaturgo, roteirista e escritor Leonardo Bruno, que também é comentarista de carnaval na televisão e integrante do júri do Estandarte de Ouro.

No mundo do pagode, Jovelina era uma das poucas mulheres. Para vencer na carreira, teve que usar todo seu jogo de cintura para definitivamente ser considerada uma das grandes da geração que saiu do Cacique de Ramos e que conta com nomes como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Almir Guineto e tantos outros.

“Ela se diferencia dos demais nomes femininos do universo do samba por ser uma cantora de partido alto, do improviso, da malandragem, características normalmente associadas ao masculino”, explica o dramaturgo. “Ela era essa mulher bem-humorada, que consegue bater de frente com os homens, enfrentando na rima, com picardia, falando de igual para igual na roda de samba”, completa.

Para o diretor Luiz Antonio Pilar, contar a história de Jovelina Pérola Negra é falar também do povo preto e periférico do Brasil, que luta todos os dias por uma sociedade mais justa. “O espetáculo apresenta um grande panorama da vida da artista, preservando sua memória. Jovelina foi uma entre tantas brasileiras que, em meio à busca pela sobrevivência, tinha um sonho de se tornar cantora. Enfrentou o racismo, o machismo e diversas adversidades”.    

FICHA TÉCNICA:

Diretor artístico e diretor de produção: Luiz Antonio Pilar

Dramaturgia: Leonardo Bruno

Diretor musical: Rodrigo Pirikito e Matheus Camará

Produção executiva: Beatriz Dubiella

Assistente de direção: Estela Silva

Assistente de produção: Sandro Carvalho e Thais Cairo

Preparador vocal: Pedro Lima

Preparador corporal: Luiza Loroza

Violão: Matheus Camará

Cavaco: Rodrigo Pirikito

Teclado: Daniel Esperança

Bateria: Wesley Lucas

Percussão: Pedro Ivo

Percussão: Thainara Castro

Elenco principal: Thalita Floriano, Fernanda Sabot, Thiago Thomé e Afro Flor

Cenógrafo: Lorena Lima

Cenotécnico: Djavan Costa

Contrarregra: Sandro Carvalho

Figurinista: Rute Alves

Assistente de figurino: Luciano Jardim

Visagista: Alex Palmeira

Camareira: Erika dos Santos

Designer de som: Vilson Almeida

Iluminador: Daniela Sanchez

Operador de luz: Guilherme Trindade

Intérprete de Libras e audiodescrição: JDL Acessibilidade

Assessoria de imprensa: Paula Catunda e Catharina Rocha

Fotografia artística: Luiz Antonio Pilar

Designer gráfico: Adriano Cipriano

Coordenador de mídias para internet: Mozart Jardim

“A Pérola Negra do Samba”

Temporada: de 20 de setembro a 9 de novembro de 2025

Apresentações: quintas e sextas, às 19h, e sábados e domingos, às 17h.

As sessões de sábado contam com intérprete de Libras e audiodescrição.

Local: Teatro Carlos Gomes – Praça Tiradentes, s/n° – Centro

Ingressos:

R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) – Plateia

R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) – Balcão

Deixe um comentário

Sugeridos
Agenda

Em sua sétima edição, festival Atos de Fala acontece no CCBB RJ

Criado há 14 anos pelos curadores Cristina Becker e Felipe Ribeiro, o...

Crédito fotográfico: Annelize Tozetto
AgendaTeatro

“O Som que Vem de Dentro” chega ao Teatro Glauce Rocha

Primeira montagem no Brasilda peça The Sound Inside, de Adam Rapp, O Som que...

AgendaLiteratura

Davi Dallariva lança “Nas Ondas Verdes do Mar” na cafeteria Casa Jardins

“[…] Davi Dallariva nos apresenta uma obra representativa e única, embalada por...

AgendaTeatro

Solo inédito com Marcelo Olinto, “A Construção”

Escrita por Franz Kafka (1883-1924) seis meses antes de sua morte e...

AgendaTeatro

Apresentação clown no Teatro Commune

Dia 17 de novembro, segunda-feira, às 20h, acontece o espetáculo clown sem...

Agenda

Bárbara Reis e Ivy Souza estreiam Ruth & Léa no Sesc Pompeia em novembro

Bárbara Reis e Ivy Souza estreiam em São Paulo o espetáculo Ruth...

Agenda

Alices estreia no Sesc Pinheiros

Como uma resposta aos elevados índices de feminicídio no Brasil – só...

Agenda

Festival Internacional de Piano na Sala Cecilia Meireles

Há 16 anos, o Festival Internacional de Piano do Rio de Janeiro...

AgendaTeatro

“O Nome do Rato”, uma peça de teatro documental, chega ao Teatro Domingos Oliveira

Às margens da sociedade, onde o direito à moradia é negado, surgem...

AgendaTeatro

Cabaré Cibernético no Teatro Café Pequeno

O grupo Cabaré Incoerente, que em 2025 completou 11 anos de pesquisa...

Agenda

“Você ri de quê?” no Sesc Copacabana

É possível rir nos dias de hoje? O que provoca o riso?...

EntrevistasTeatro

Diretor teatral Marcelo Morato fala da comédia “Vida Útil”

Como diretor teatral, Marcelo Morato mostra que gosta de mergulhar nas complexidades...