“Coisas sagradas permanecem”. O verso de Caetano Veloso está em “Recanto escuro”, canção escrita para Gal Costa, se torna uma turnê em tributo à cantora baiana pela espetacular Adriana Calcanhotto.
Neste próximo dia 11 de maio, o show acontecerá no Tokio Marine Hall, em São Paulo. O show atravessa diferentes momentos da carreira de Gal, explorando algumas vezes cruzamentos entre sua trajetória e a de Adriana, como em “Esquadros”, canção da compositora gaúcha registrada pela baiana no disco “Aquele frevo axé”, de 1998.
O espetáculo nasceu a partir de uma ideia de Marcus Preto, produtor e diretor artístico de álbuns e shows de Gal nos últimos nove anos. Ele conta que a equipe de Gal manifestou o desejo de fazer uma homenagem a ela. “Um show com os mesmos músicos, mesma iluminadora, mesmo roadie…”, lembra o produtor. Quando pensou em que cantora poderia estar à frente do projeto, Adriana foi o nome que instantaneamente lhe veio à cabeça. “Como Gal, ela foi das raras artistas do Brasil que souberam fazer um trânsito fluente entre a vanguarda da música brasileira e os hits das rádios populares. Elas alcançaram lugares semelhantes, fosse cantando poetas como Waly Salomão, fosse chegando à massa pelas trilhas de novelas”, explica Marcus. “E Gal amava Adriana”.
Em vez de buscar uma abordagem cronológica da carreira de Gal, o show se estrutura sobre recortes de aspectos de sua obra. “Temos a presença dos poetas, algo que liga muito Gal e Adriana. O roteiro tem, por exemplo, Waly Salomão e Augusto de Campos, que escreveu a versão em português de ‘Solitude’ (clássico de Duke Ellington gravado por Gal em ‘Caras e bocas’, disco de 1977)”, adianta Marcus.
Lupicínio Rodrigues — compositor a quem tanto Adriana como Gal dedicaram tributos, respectivamente o disco ao vivo “Loucura” e o show “Ela disse-me assim: canções de Lupicínio Rodrigues” — também será lembrado. “Gal cantando ‘Volta’ (no álbum ‘Índia’, de 1973) fez com que eu, uma gaúcha, pudesse ver Lupicínio de uma maneira reveladora e nova pra mim”, conta Adriana.
O roteiro de “Coisas sagradas permanecem” também passa por canções que, de alguma maneira, desenham retratos de Gal. Entre elas a já citada “Recanto escuro”, além de “Meu nome é Gal” (de Roberto e Erasmo Carlos) e “Caras e bocas” (com melodia de Caetano e versos que Maria Bethânia escreveu pensando na cantora, em primeira pessoa).
“Buscamos contemplar o maior número de compositores possíveis no repertório, com olhar especial para as mulheres que Gal gravou, como Mallu Magalhães”, diz Marcus, referindo-se à autora de “Quando você olha pra ela”, registrada pela baiana no disco “Estratosférica”, de 2016, e também presente no roteiro do novo show
Ficha técnica
Adriana Calcanhotto em GAL: COISAS SAGRADAS PERMANECEM
Adriana Calcanhoto e Marcus Preto | Direção e Roteiro
Banda:
Pedro Sá | Guitarra
Fábio Sá | Baixo
Limma | Teclado
Vitor Cabral | Bateria e Percussões
Omar Salomão | Cenógrafia e Arte Gráfica
Anna Turra | Iluminação
Vini Kilesse | Maquiagem
Duda Melo | Engenheiro de som
Florência | Técnica de Monitor
Lirinha | Roadie
Jorge Ribeiro (Jorgito) | Roadie Adriana Calcanhotto
Lohan Abadala | Produtor Artistico Adriana Calcanhotto
Miguel Lavigne | Produtor Executivo Adriana Calcanhotto
Giovanna Chanley | Produtora Executiva (base)
Raphael Moreira | Produtor Executivo (viagem)
Cristiana Miranda | Coordenação Administrativa
Release | Leonardo Lichote
Raphael Sant Ana e Diogo Pires Gonçalves |Direção de Produção e Empresariamento/ Adriana Calcanhotto
Nilson Raman | Produtor e Tour Manager
Realização | Da Lapa Produções
Serviço
Gal: Coisas Sagradas Permanecem
Local: Tokio Marine Hall
Data: Dia 29 de abril | Sábado
Horário: 22h
Ingressos: a partir de R$70
Classificação etária: 16 anos
Comente!