Dia 12 e 13 de abril, sábado e domingo, às 15h, acontece a apresentação de lançamento do álbum e CD Poemas da Negra e de Macunaíma na Casa Mário de Andrade, na Barra Funda. São 16 faixas, 12 com os Poemas da Negra e 4 com os Poemas de Macunaíma de Mário de Andrade musicados por Camargo Guarnieri, disponíveis nas plataformas. As intérpretes são Adélia Issa, canto, e Araceli Chacon, piano. O projeto foi contemplado nos Editais ProAc, da Secretaria da Cultura e Economia Criativas do Estado de São Paulo. O evento é gratuito.

12 Poemas da Negra
O ciclo 12 Poemas da Negra foi escrito por Mário de Andrade em 1929 e publicado no livro Remate de Males em 1930. Os poemas causaram estranheza até mesmo entre os intelectuais desse período, pois ao invés de retratar a mulher negra como um ser exótico, vulgar e socialmente inferior, segundo os preconceitos e estereótipos da época, Mário dá-lhe uma nova representação, exaltando-a como musa, como a mulher amada e sublime – até então algo raro na poesia brasileira.
Camargo Guarnieri foi o compositor que esteve mais próximo dos ideais de Mário de Andrade, que o ajudou a ampliar sua cultura e seus conhecimentos para aperfeiçoar sua música, que já apresentava características nacionais e um estilo composicional próprio consolidado no início da década de 1930.
Os Poemas da Negra, que podem ser lidos como um longo poema dividido em doze partes, seguindo uma espécie de “roteiro”, foram musicados por Guarnieri sem seguir sua ordem original, entre 1933 e 1975. Mesmo assim, e considerando o grande intervalo de tempo entre as composições, o compositor conseguiu manter a unidade do ciclo e a coerência estética em todas as canções.
Os elementos da cultura popular não aparecem jamais de maneira explícita ou pitoresca nestes poemas, mas se entremostram nos versos. Guarnieri procura seguir exatamente essa ideia, criando uma textura musical intrincada, sobrepondo sutilmente elementos eruditos e populares com uma unidade expressiva perfeita.
4 Poemas de Macunaíma
O livro Macunaíma foi publicado em 1928 e é a obra mais importante de Mário de Andrade, quepesquisou por vários anos a mitologia indígena e as lendas, costumes, superstições e modismos de linguagem dos brasileiros. A obra é uma verdadeira colagem de fragmentos de toda essa pesquisa, e o personagem Macunaíma representa uma alegoria da formação do nosso povo – nasce índio, torna-se negro e depois transforma-se em branco. É na identidade desse personagem híbrido que se observa toda a diversidade cultural brasileira. Os 4 Poemas de Macunaíma foram extraídos de alguns momentos do livro, onde são “cantados” na voz de Macunaíma e de outros personagens. Foram musicados por Camargo Guarnieri em 1931, originalmente para canto e orquestra. A versão para canto e piano, feita no mesmo ano, é do próprio compositor.
Nestas canções, observamos técnicas de composição – provavelmente sugeridas por Mário a Guarnieri – que utilizam um amálgama de elementos heterogêneos, eruditos e populares, de maneira a criar melodias e ritmos brasileiros característicos. Nas canções dos Poemas de Macunaíma, ao contrário dos Poemas da Negra, os elementos das tradições populares são bastante utilizados e estão mais expostos, adequando-se perfeitamente às particularidades e aos textos dos personagens, que se expressam com diversos termos e pronúncias indígenas e africanas, e também com um português coloquial e sotaques regionais.
Serviço
Apresentação de lançamento do álbum e CD Poemas da Negra e de Macunaíma
Dias 12 e 13 de abril, sábado e domingo, às 15h
Casa Mário de Andrade
Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda – Zona Oeste – São Paulo – SP
Classificação indicativa: 10 anos
Entrada franca
Disponível nas plataformas
Comente!