A artista Cláudia Lyrio convida para roda de conversa no penúltimo dia da sua exposição “O Manuscrito”, no Paço Imperial, neste sábado (17/05). O evento, gratuito e aberto ao público em geral, começa às 11h, na Sala dos Archeiros. Os participantes da conversa são a curadora Marisa Flórido Cesar e o professor de filosofia do CCE PUC-Rio, Felipe Amâncio Braga. Haverá ainda o lançamento do Catálogo Virtual e visita à exposição para encerrar a temporada.
A exposição “O Manuscrito” conta com cerca de 70 obras, entrelaçadas entre escrita e pintura, letra e imagem, sentido e silêncio, visível e invisível, legível e ilegível, sentido e ruína. Lyrio, que é formada em Pintura e Letras e é Mestre em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), usa os dois campos misturando arte e ficção literária em obras híbridas entre pinturas, desenhos, aquarelas, colagens e livros de grandes e pequenas dimensões.
A exposição é dividida em seis conjuntos de trabalhos: Manuscritos; Aquarelas Flora Liriensis (Séries Simbiose e Pétalas); Futuros Possíveis (Desenho sobre impressão Fine Art); Labirintos; Livros de Artista; e Paisagens. O conjunto que dá título à exposição é um livro de autoficção da artista em que cada tela, de grande dimensão (199x97cm cada), é uma página, escrita-desenhada-pintada, por uma de suas personas. As obras, em exposição não linear, estão em meio e ao lado de outras “páginas”, outros conjuntos de suas várias personas, como se todas formassem anotações marginais de um livro rasurado e para sempre incompleto: a escritora, a naturalista melancólica, a arqueóloga…
“O Manuscrito” é uma exposição para se ler-ver sobre tela. As telas, livros e desenhos de Lyrio, em seus grafismos e rasuras, rabiscos e apagamentos, são anotações voláteis do que escapa, como os sentidos, mas também os silêncios. Para a artista, “O Manuscrito” é “uma compostagem”, “de fragmentos e camadas de uma caligrafia pessoal, quase sempre cursiva, (…) o esboço de um livro que um dia viria (sic) a ser editado. Um livro que começou a ser criado no confinamento da pandemia de Covid-19, quando o sentimento agônico de finitude e colapso, de nós e dos mundos, e os sinais definitivos da catástrofe ambiental, se instalaram em nossas vidas”.
Cláudia Lyrio é autora de dois livros infantis, Menina Lua Lobisomem e Três Reis Magros, e procura, de maneira geral, na sua produção artística entrelaçar arte, literatura e contexto ambiental. A artista tematiza questões da existência, o ciclo da vida, origens e fins, entropia, perenidade, efemeridade, perda, apagamento e memória. Lyrio tem especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil (PUC-Rio) e é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRJ, na área de Teoria e Experimentação na Arte, linha de Poéticas Interdisciplinares. Em 2023, fez residência artística na Casa da Escada Colorida, no bairro da Lapa, e na Galeria Cândido Portinari, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). “O Manuscrito” fica em exposição no Paço Imperial até 11 de maio.
Serviço:
Local: Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial, Praça XV de Novembro, 48 – Centro/RJ
Data: Sábado, 17 de maio, às 11h, Sala dos Archeiros.
Entrada Gratuita