No dia 13 de abril, às 16h, o artista paraense radicado no Rio de Janeiro Paulo Paes fará uma palestra especial sobre a história do balão e do balonismo, no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. Reconhecido por seu trabalho com arte e cultura popular, Paes levará o público a uma viagem pelo fascinante universo dos balões, desde suas origens até suas expressões contemporâneas. Além da explanação teórica, que será realizada no cinema do CCBB Brasília, o artista realizará uma demonstração prática, com o passo a passo da construção de um balão. Uma oportunidade única para os apaixonados por arte, tradição e inovação.
“Não farei uma abordagem acadêmica, nem um inventário sobre a história do balão, mas sim destacar como os objetos se transformam quando são agregados a novas culturas e a novas memórias. Ao final, farei uma demonstração técnica, ensinando a modelar a superfície, demonstrando cada etapa que forma o raciocínio básico de um balão brasileiro, que é muito considerado no mundo inteiro”, conta o artista Paulo Paes, que ressalta haver diversas técnicas de construção de balões em diversos países do mundo.
O balão está presente em diversas culturas, das mais diferentes formas. É uma técnica milenar, que vem se aprimorando ao longo dos anos. “Há uma transformação estética, técnica e também da inserção dele na vida comunitária. Em muitos lugares, o balão é ligado ao mundo militar, ou religioso, ou às festas pagãs. Um mesmo objeto, que vem se adaptando pelo mundo”, afirma o artista.
Paulo Paes tem uma longa trajetória com os balões. Nascido em Belém, PA, em 1960, transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1978, ingressando na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde foi aluno e posteriormente professor, até 1992. No subúrbio carioca, conheceu o alfaiate e baloeiro Ivo Patrocínio e nutriu interesse sobre os fundamentos da arte dos balões. Com esculturas infláveis e instalações, sua produção é resultado de uma extensa pesquisa sobre o universo lúdico e tecnológico dos balões de papel, a partir da convivência com mestres baloeiros e a participação nos rituais em torno dessa prática nas Zonas Norte e Oeste do Rio de Janeiro. “Provavelmente eu já estava capturado neste lugar desde a infância. No Rio, entrei em contato com pessoas que já trabalhavam com papel de seda, mas com uma sofisticação técnica que eu não conhecia, mas quando eu entrei em contato com isso eu já tinha receptores, já sabia trabalhar com papel de seda, já tinha contato com artesania, então foi muito natural agregar esse conhecimento”, conta o artista.
A palestra será gratuita e integra a exposição “Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil”, que pode ser vista até o dia 27 de abril de 2025 no CCBB Brasília. Com curadora-chefe de Raphael Fonseca e curadoria-adjunta de Amanda Tavares e Tálisson Melo, a mostra apresenta cerca de 300 obras de mais de 200 artistas de todas as regiões do país, mostrando um amplo panorama das artes brasileiras na década de 1980. Para a exposição, o paraense Paulo Paes criou um balão azul e dourado, que foi colocado na horizontal no Pavilhão de Vidro, dialogando com o espaço. A obra, inédita, faz parte da série Pneumática, que o artista iniciou em 1988.
“’Fullgás’, assim como a música de Marina Lima, deseja que o público tenha contato com uma geração que depositou muito de sua energia existencial não apenas no fazer arte, mas também em novos projetos de país e cidadania. Uma geração que, nesse percurso, foi da intensidade à consciência da efemeridade das coisas, da vida”, afirmam os curadores.
A exposição está dividida em cinco núcleos conceituais cujos nomes são músicas da década de 1980: “Que país é este” (1987), “Beat acelerado” (1985), “Diversões eletrônicas” (1980), “Pássaros na garganta” (1982) e “O tempo não para” (1988). No pavilhão de vidro há obras tridimensionais e vídeos, apresentando um panorama do período para além da pintura. Neste espaço, além da obra de Paulo Paes, também está “Coluna de cinzas” (1987), de Nuno Ramos. Na recepção central, ao lado da bilheteria, uma banca de jornal com revistas, vinis, livros e gibis publicados no período, com fatos marcantes da época, faz o público entrar no clima da exposição.
ACESSIBILIDADE
A ação “Vem pro CCBB” oferece translado gratuito (de ida e volta) para o CCBB Brasília. A iniciativa reforça o compromisso com a democratização do acesso e a experiência cultural dos visitantes.
O ponto de embarque e desembarque da van fica próximo ao ponto de ônibus da Biblioteca Nacional. O acesso é gratuito e os ingressos podem ser emitidos no site bb.com.br/cultura, na bilheteria do CCBB, ou ainda pelo QR Code disponível no veículo.
Horários:
– Saindo da Biblioteca Nacional para o CCBB: 12h, 14h, 16h, 18h e 20h
– Saindo do CCBB para a Biblioteca Nacional: 13h, 15h, 17h, 19h e 21h
SERVIÇO
Palestra com o artista Paulo Paes
Dia 13 de abril de 2025, às 16h
Cinema
Capacidade: 70 lugares
Classificação indicativa: Livre, recomendado para maiores de 10 anos
Fullgás – artes visuais e anos 1980 no Brasil
Até 27 de abril de 2025
Local: CCBB Brasília – Recepção Central, Galerias 3 e 5 e Pavilhão de Vidro
Funcionamento: De terça-feira a domingo, das 9h às 21h
Classificação indicativa: livre