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Artistas e companhias de Minas Gerais marcam presença no Festival Nacional de Teatro Infantil de Feira de Santana

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Entre 1º e 12 de outubro de 2024, o Festival Nacional de Teatro Infantil de Feira de Santana (FENATIFS) realiza sua16ª edição com espetáculos teatrais, circenses, musicais, oficinas e bate-papos. Entre os 15 grupos e artistas que se apresentam, três deles são de Minas Gerais:  Trupe Qualquer, de Juiz de Fora; e Minha Companhia e Juliene Lellis, ambos de Belo Horizonte.

Além deles, companhias da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo foram selecionadas e convidadas para apresentar seus espetáculos dedicados à infância e à juventude na cidade de Feira de Santana – apelidada pelo escritor Ruy Barbosa como “Princesinha do Sertão” graças a sua posição geográfica privilegiada da maior cidade do interior da Bahia.

De Juiz de Fora, a Trupe Qualquer apresenta seu espetáculo“Café com Leite”na mostra Jovens Talentos no FENATIFS.Com referências ao autor inglês William Shakespeare, à dramaturga brasileira Sylvia Orthof e ao psicanalista e pediatra inglês Donald Woods Winnicott, a peça é sobre o desejo de não crescer.

O espetáculo, um musical com estética colorida e vibrante, mistura as rodas de viola mineira e também as batalhas de rap para contar a história de uma menina, dessas crianças que têm mais compromissos que adultos, que  tem a ideia de ser “café com leite” não só nas brincadeiras, mas em tudo na vida, na tentativa de fugir de suas numerosas responsabilidades.

“Não fazemos somente teatro para a infância e a juventude. Pensamos o teatro a partir desse lugar. E isso tem uma potência enorme porque provoca uma reflexão a partir da realidade do público, dos amigos, da escola, da família, espelhando a vivência de forma lúdica”, conta Rafael Apolinário Coutinho, um dos integrantes da trupe.

O espetáculo “Café com Leite” estreou em 2023 em Juiz de Fora e também foi apresentado em Belo Horizonte, São João del Rei e Curitiba. Ainda este ano, será encenado em Uberaba, no Triângulo Mineiro. O grupo está animado em participar pela primeira vez do FENATIFS.

“Reunir artistas de todo o Brasil, que trabalham dentro dessa vertente criativa do teatro para infância e juventudes, é de suma importância. Existe uma demanda que, no entanto, está muito ligada à vertente mais comercial. Além de nos apresentar para o público do FENATIFS, estamos ansiosos pela troca, por conversar sobre experiências e os desafios. Estamos no momento de propor reflexão, além do entretenimento e da diversão”, defende o artista, que também é educador.

A Minha Companhia, de Belo Horizonte, já é veterana no FENATIFS. Em 2020, participaram do festival em formato virtual e este ano será a primeira participação presencial com o espetáculo “Show Avoar” na Mostra Nacional, um show cênicocom brincadeiras musicadas e com músicas para brincar. Em cena, as palhaças Brisa (Janaina Morse) e Tecla (Maria Tereza Costa) executam canções ao vivo — todas autorais — numa atmosfera de poesia, teatro, improvisação, interatividade e muita diversão.

Criada em 2019, a Minha Companhia tem dois álbuns autorais (um deles contemplado em 4º lugar no Prêmio da Música Popular Mineira, categoria álbum infantil), dois espetáculos e um encontro de palhaçaria que reuniu mais de 60 artistas mulheres.  

“Já estivemos com o ‘Show Avoar’ em 25 cidades mineiras e em outros dois outros estados brasileiros. Estamos contando os dias para nos apresentarmos no FFENATIFS. O festival promove um rico encontro entre profissionais que se dedicam à pesquisa e à criação de arte para as infâncias. Isso é fundamental, principalmente quando há diversidade de fazeres e de regiões no Brasil”, conta Janaina Morse.

Também da capital mineira, a artista Juliene Lellis vai ministrar a oficina “Palhaçaria negra” no FENATIFS. Nas aulas, ela abordará as temáticas étnico-raciais através de exercícios de palhaçaria, brincadeiras, improvisação e de jogos teatrais, além de trabalhar a escuta, a oralidade e a prontidão entre os participantes. A oficina tem como base as manifestações culturais e artísticas afro-brasileiras, como os palhaços da Folia de Reis, o coco, o samba e o funk.

“O intercâmbio artístico entre artistas que pensam o teatro para as infâncias é riquíssimo. Existem várias experiências estéticas do que podemos elaborar para as crianças. A infância não é só um mundo cheio de cor. Há assuntos tabus que podem ser abordados, respeitando, claro, esse ser que está em construção. O teatro na infância e juventude nos ajuda a elaborar um pensamento estético, uma construção de pensamento social, educativo. É muito importante abordar tudo isso, o étnico e o racial, nos teatros que conduzimos”, avalia Juliene.

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