A Cia. Dos Náufragos faz um convite aos espectadores de todas as idades: mergulharem no universo plural dos games, dos desenhos animados e das histórias em quadrinhos para acompanhar as peripécias fantásticas de dois irmãos e uma iguana. O fruto dessa combinação é o musical infantil ‘Destroca’, que estreia dia 17 de setembro no Auditório do Sesc Pinheiros, em São Paulo. A temporada acontece aos domingos em sessões duplas, às 15h e 17h, até o dia 15 de outubro.
E como nasceu a ideia da montagem? Sob a direção de Moacir Ferraz (Boa Companhia | SP), os atores músicos Miguel Damha, Esteban Alvares, Gisele Nunes, Graziele Garbuio e Renan Villela conceberam o musical infantil Destroca de forma coletiva a partir da livre adaptação de uma obra literária: Troquei meu pai por dois peixinhos dourados (The Day I Swapped My Dad for Two Goldfish), do reconhecido escritor britânico Neil Gaiman.
“Todo o texto realizado é original, construído a partir de diversos mecanismos de improvisação dentro da sala de trabalho, resultando em uma dramaturgia que aponta para uma dinâmica ágil, com diálogos curtos e tiradas bem-humoradas que tentam despertar o fluxo criativo e fantástico da imaginação infantil”, destaca o ator Miguel Damha, que também assina a dramaturgia original.
Em resumo, Destroca conta a saga de dois irmãos (um menino e uma menina), que, após trocarem o pai por uma iguana com um amigo, partem em uma busca fantástica para recuperar o extraviado genitor e evitar o castigo materno. Detalhe: tudo isso se passa antes da hora do jantar, o que aumenta ainda mais a aventura e as trapalhadas. “O humor é o motor do espetáculo. Acreditamos que aqui ele é o principal recurso não apenas para prender a atenção e entreter o espectador, mas para satirizarmos muitas das situações que exploramos na peça”, avalia Miguel.
Para dar vida a essa trama bastante fantástica, a Cia. Dos Náufragos convoca à cena a estética oriunda da cultura pop dos games, das HQs e dos desenhos animados. Por isso, quem avisa amigo é: tudo na cena é um exagero. “A criança mistura realidade e fantasia o tempo todo. Nosso desejo foi levar essa lógica para cima do palco e contar uma história que só é possível sob a ótica infantil, mas que também entretenha os adultos. E isso está presente em todas as partes: no trabalho de atuação, na execução da trilha, no cenário e na iluminação”, conta o diretor Moacir Ferraz.
Vale também destacar que, durante a encenação, existe a constante interação do elenco com a projeção de animações. Ou seja, uma representação do que se passa nos aparelhos digitais, entre os quais celulares, videogames e tablets, usados pelas personagens ao longo dessa saga fantástica. “É uma espécie de interface pública dos displays, visto a importância da comunicação, principalmente para crianças, no virtual que se sobrepõe à vida real”, pontua Miguel Damha.
Para aguçar ainda mais a criatividade do espectador, a proposta cênica de Destroca possibilita aos atores revezarem na representação de diferentes personagens, na execução da trilha sonora ao vivo e no controle das projeções. “Acreditamos nesse poder que o ser humano tem de aceitar a convenção teatral. Para tanto, contamos com a versatilidade do elenco, que facilita a execução das múltiplas tarefas. Por sinal, a qualidade do elenco é um grande diferencial, pois acredito que a boa atuação é o pilar fundamental do acontecimento teatral”, destaca o diretor.
A trilha sonora
Composta pelos atores e músicos Gisele Nunes e Esteban Alvares especialmente para o espetáculo, a trilha sonora passeia por diversos gêneros musicais, que se modificam de acordo com as personagens e os locais por onde a aventura fantástica passa.
“Rock, jazz, MPB, pop e reggae se misturam com sonoridades e estilos inspirados em sucessos do público infantil da atualidade, construindo atmosferas peculiares e divertidas. O conteúdo das canções colabora com a condução e a compreensão da narrativa. A presença da guitarra, da bateria e das cinco vozes ao vivo traz toda uma energia que favorece a comicidade do espetáculo e a simpatia na relação com o público”, pontua a atriz Gisele Nunes.
A companhia
A Cia. dos Náufragos foi criada em 2015 na cidade de Campinas pelos atores formados no curso de Artes Cênicas da Unicamp: Cristiane Taguchi, Miguel Damha e Renan Villela. No percurso, somaram-se ao grupo Gisele Nunes, Graziele Garbuio, Esteban Alvarez e Moacir Ferraz.
Dentre os trabalhos da Cia destacam-se as peças A Ilha Desconhecida – inspirada na obra de José Saramago; o espetáculo de máscaras Contos para enganar a morte, e os musicais infantis Destroca e Maria da Luz.
Ao longo dos nove anos de existência, a companhia já se apresentou em mais de 20 municípios dos estados de São Paulo e Minas Gerais, foi contemplada com prêmios estaduais e municipais e segue desenvolvendo suas pesquisas artísticas acerca de dois temas centrais: o primeiro é o teatro narrativo e a relação com a palavra falada, e o segundo é a exploração da música como dramaturgia de cena.
Ficha Técnica
Texto: Miguel Damha
Direção: Moacir Ferraz
Elenco: Miguel Damha, Esteban Alvares, Gisele Nunes, Graziele Garbuio e Renan Villela
Figurinos: Laura Françoso
Cenário: Eduardo de Albegaria
Iluminação: Presto Kowask
Animações: Renan Villela
Músicas Originais: Gisele Nunes e Esteban Alvares
Produção: Miguel Damha e Moacir Ferraz
Fotos: Noelly Castro
Arte Gráfica: Renan Villela
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Tempo de Duração: 60 minutos
DESTROCA, da Cia. dos Náufragos
Quando: Domingos, 17 setembro à 15 de novembro, às 15h e 17hs.
Onde: SESC Pinheiros, R. Pais Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo – SP, 05424-150
Quanto: R$ 25 (inteira) R$ 12,50 (meia) R$ 8 (credencial plena)
Crianças até 12 anos: grátis.
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