Com realização de 11 a 19 de junho, o evento contará com sessões em espaços emblemáticos da capital paranaense, ocupando de forma inédita o MON – Museu Oscar Niemeyer (Auditório Poty Lazzarotto), um dos principais pontos turísticos da cidade. A Ópera de Arame, outro local imponente da capital, receberá por mais um ano a exibição do Filme de Abertura. As sessões também ocorrem no Cine Passeio, no Teatro da Vila, Cine Guarani, que pela primeira vez será local de exibição após passar por um processo de reforma e reestruturação, e a Cinemateca, que completa 50 anos de história com novos equipamentos de projeção e som.

Composto por 10 mostras, sendo Competitiva Brasileira, Competitiva Internacional, Novos Olhares, Mirada Paranaense, Exibições Especiais, Olhar Retrospectivo, Olhares Clássicos, Foco, Pequenos Olhares, Filme de Abertura e Encerramento, o festival promove diferentes olhares sobre determinados segmento, pauta, idade, diretor ou estilo de produção, contando com mais de 80 produções para a edição deste ano.
Numa olhadela rápida na programação, já é possível perceber o cuidado da curadoria em selecionar filmes pouco convencionais, que experimentam com a forma e a linguagem, dando oportunidade ao público entrar em contato com obras estimulantes e originais.
RETROSPECTIVA AGNÉS VARDA
A grande homenageada da edição é a diretora Agnès Varda, cineasta cujo trabalho é referido como um dos marcos do cinema moderno, do cinema realizado por mulheres, dos filmes-ensaios e dos documentários subjetivos.
As obras de Varda compõem a Mostra Olhar Retrospectivo, espaço dedicado a um grande nome do cinema mundial, que apresenta um panorama de suas produções e uma reflexão sobre sua trajetória. Foram selecionados 10 filmes da cineasta francesa, sendo seis longas e quatro curtas-metragens, em uma temática intitulada “Derivas por Varda”, em referência aos personagens “em deriva” da realizadora e ao percurso do público pela mostra.

Falecida em 2019, Agnès Varda lançou o seu primeiro longa-metragem em 1955, “La Pointe-Courte” (Dir. Agnès Varda | França | 1955 | 81’), filme que inovou pela sua estrutura narrativa e atenção ao cotidiano, sendo considerado um precursor do nouvelle vague, movimento que tinha o intuito de ir contra as grandes produções francesas do momento e apresentar um cinema mais pessoal e desafiador conhecido como “cinema de autor”.
“Queremos celebrar o legado de uma das maiores e mais importantes cineastas do cinema mundial, destacando a obra de Varda e sua trajetória artística. Apostamos em uma seleção que combina tanto os filmes clássicos da cineasta, assim como obras menos vistas, promovendo a descoberta ou redescoberta de seu catálogo para o público”, comenta Antonio Gonçalves Jr, diretor do Olhar de Cinema.

Em sua vida, Agnès Varda foi acompanhada por uma constante movimento de reinvenção, em que sua inquietação autoral percorreu diversas trilhas e linguagens, sem construir fronteiras estanques entre umas coisa e a outra, passando pela ficção e o documentário, pela fotografia e a vídeo-instalação, pela produção em diferentes países e pelo trânsito entre o íntimo e o social.
Nos próximos dias, estarei aqui em Curitiba acompanhando a programação e trazendo dicas e opiniões. 😉
Os ingressos para as sessões estarão à venda a partir do dia 16 de maio, com valores que vão de R$8 (meia-entrada) a R$16, disponíveis pelo site oficial: www.olhardecinema.com.br. O Olhar de Cinema ainda contará com sessões gratuitas no Teatro da Vila, na CIC, e no Cine Guarani, no bairro Portão.