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Espetáculo premiado “A Jornada de um Herói” se despede dos palcos

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Com reconhecimento em importantes premiações, como o Prêmio Shell e o APTR, e mais de 2 mil espectadores ao longo de cinco anos de trajetória, “A Jornada de um Herói” entra em clima de despedida e celebração. O espetáculo da Baixada Fluminense, que chegou a alcançar voo internacional ao se apresentar na China, está em cartaz no Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF) com apresentações às terças e quartas-feiras, até o dia 29, sempre às 19h.  Ingressos 40,00 (inteira) e 20,00 (meia). O espetáculo também se apresentará na Escola Popular de Teatro – Instituto Cultural Cerne, no dia 3 de maio, às 14h. Estas são uma das últimas oportunidades para o público assistir ao espetáculo, que também tem apresentações finais já marcadas em outras localidades a fim de encerrar definitivamente essa jornada histórica. 

Idealizado pela Companhia Atores da Fábrica, o espetáculo levou para os palcos questões urgentes como racismo estrutural, precarização do trabalho e desigualdades sociais, ocupando teatros em diferentes bairros do Rio, outros estados e até em outro continente, se apresentando presencialmente em dois prestigiados festivais na China. Alexandre O. Gomes, diretor e idealizador do espetáculo, destaca que este foi um feito histórico para o teatro periférico brasileiro. “Apresentar a peça na China foi uma sensação de dever cumprido. Cada um de nós que estava lá carregava e representava um grupo muito maior: nossa escola e todos os artistas da Baixada Fluminense. Fomos o primeiro grupo dessa localidade a se apresentar na China com esse olhar sobre o território e sobre representatividade, levando uma peça preta para um espaço majoritariamente elitista — e ocupar esse lugar tem um peso e significado enormes”, o diretor reflete.

Rompendo a famosa estratégia narrativa chamada “jornada do herói”, que costuma estar centrada em histórias que glorificam homens brancos e ricos, “A Jornada de um Herói” traz para o centro do palco o protagonismo de um homem negro, pobre, periférico e analfabeto, chamado José, magistralmente interpretado por Mateus Amorim, que também escreveu a peça. O personagem enfrenta diversas batalhas cotidianas, refletindo a realidade de muitos brasileiros que se vêem à margem da sociedade, levantando a seguinte questão: “Quem são os verdadeiros heróis?”. Através do solo narrativo, o espetáculo convida o público a refletir sobre questões urgentes da sociedade contemporânea, como o racismo estrutural, relações de trabalho abusivas e desigualdades sociais. 

O espetáculo consolidou-se como um marco de representatividade e resistência. Mateus Amorim relembra o processo de criação e os impactos da peça: “Durante a pandemia, sentimos a necessidade de olhar para os trabalhadores e suas trajetórias — e assim nasceu a ‘Jornada’. Foram muitas trocas, aprendizados, prêmios, tropeços e alegrias em fazer um espetáculo que levanta questões tão importantes. E o mais gratificante foi conseguir abordar temas tão sérios usando o humor como ferramenta, prezando sempre pela comunicação e o afeto com o público.”

Apesar de ser a última temporada no centro do Rio, a despedida desse espetáculo será marcada por uma celebração à altura de sua trajetória. “Ainda vamos fazer uma circulação pela Baixada, comemorando esse legado em cinco diferentes cidades, e encerrar esse projeto tão bonito onde ele nasceu: na Escola Fábrica dos Atores e Materiais Artísticos, em Nova Iguaçu. Depois, seguiremos pesquisando outras narrativas tão potentes quanto a história do José”, pontua Mateus.

Assim como a trajetória de José, a companhia Escola Fábrica dos Atores e Materiais Artísticos prossegue com coragem, resiliência e também com criatividade, provando que o verdadeiro heroísmo está na persistência diária. A despedida de “A Jornada de um Herói” é o fechamento de um ciclo, mas a luta para manter a arte periférica de pé continua firme e cada vez mais forte.

 “A Jornada de um Herói” é apresentado pelo Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro e da Lei Paulo Gustavo. 

SINOPSE

Após ser demitido de uma fábrica de carvão ao questionar a diminuição do seu tempo de almoço, que passa de dez para cinco minutos, Jorge vai atrás do seu Fundo de Proteção e Garantia ao Trabalhador Desempregado, como única opção de sustento de sua família. Tal como os heróis de Homero, José enfrenta monstros e diversos outros perigos ressignificados nas dificuldades cotidianas de um homem negro, pobre, semianalfabeto e desempregado, marcando uma verdadeira epopéia urbana em que os percalços de um ônibus cheio, uma fila quilométrica e um gerente de banco esnobe, escancaram na resistência de José, o seu heroísmo.

SERVIÇO:

CCJF (Centro Cultural da Justiça Federal)

Data:  15,16, 22,23,29 e 30 (terças e quartas-feiras)

Horário: 19h

Local: Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro – RJ

Ingresso: 40,00 (inteira) e 20,00 (meia)

Escola Popular de Teatro – Instituto Cultural Cerne

Data:  03/05 (sábado)

Horário: 14h

Local: Tv. Nogueira – Centro, São João de Meriti – RJ,

Ingresso: Gratuito

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