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Exposição celebra elo histórico na formação da arte moderna brasileira

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Henri Matisse. Jazz, 1947. Biblioteca Mário de Andrade, Núcleo de Obras Raras e Acervos Especiais

De 4 de outubro a 7 de dezembro de 2025, o Museu de Arte Moderna de São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade apresentam a exposição Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade, uma coletiva que resgata a relação fundadora entre as duas instituições e sua contribuição decisiva para a consolidação do modernismo no Brasil. 

Com curadoria de Cauê Alves e Pedro Nery, a mostra acontece na Hemeroteca e na Biblioteca Mário de Andrade, ambas localizadas ao redor da Praça Dom José Gaspar, no Centro de São Paulo, e reúne principalmente obras das décadas de 1940 e 1950, período em que a arte moderna se consolidava no Brasil e em que surgiam espaços voltados à sua difusão. Entre os destaques estão livros raros e fundamentais como Jazz, de Henri Matisse, e Le Cirque, de Fernand Léger, que aproximaram artistas e pesquisadores brasileiros do modernismo europeu.  

O ponto de partida da exposição é a trajetória de Sérgio Milliet, um agente cultural fundamental nas histórias de ambas as instituições. Milliet foi diretor da Biblioteca entre 1943 e 1959, e também atuou na constituição do MAM São Paulo, onde foi diretor artístico e organizou a 2ª, 3ª e 4ª edições da Bienal de São Paulo, na época realizadas pelo museu.

“Sob a liderança de Milliet, a Biblioteca e o MAM se complementaram na divulgação e institucionalização da arte moderna, abrindo espaço para mostras didáticas que formaram artistas, intelectuais e ampliaram a visibilidade da produção modernista”, explica Cauê Alves. “Foi ainda na Seção de Arte da Biblioteca Municipal de São Paulo (atual BMA) que chegaram ao público as obras modernistas doadas pelo empresário norte-americano Nelson Rockefeller, um marco para a criação do MAM”, complementa.

A exposição também evidencia a produção nacional, apresentando álbuns e livros de artista feitos quase inteiramente à mão, como os guaches de Milton Dacosta e Fantoches da Meia-Noite (1922), de Di Cavalcanti, que combina impressões com aquarelas. O percurso segue até os primeiros livros produzidos em tiragem limitada e com impressões de alta qualidade, como os da coleção da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil, iniciativa conduzida pelo colecionador de arte Raymundo Castro Maya a partir de 1943.

Obras do acervo do MAM São Paulo também integram a mostra, trazendo à tona as tensões que marcaram a produção moderna brasileira — especialmente a disputa entre abstração e figuração, já presente na exposição inaugural do museu, Do figurativismo ao abstracionismo (1949). O percurso expositivo ainda contempla a emergência da vanguarda concretista nos anos 1950, em oposição ao abstracionismo informal, revelando a pluralidade de caminhos da arte moderna no Brasil.

“Mais do que funções distintas, a Biblioteca e o Museu partilham uma origem comum e uma missão convergente: preservar, organizar e mediar conhecimentos. São espaços de encontro e aprendizado que estimulam a pesquisa, a reflexão e a imaginação”, complementa Pedro Nery. 

“Integrando as comemorações dos 100 anos da Biblioteca Mário de Andrade, a exposição Do livro ao museu reafirma nosso elo histórico com o MAM. São instituições que nasceram do mesmo impulso modernista e que, um século depois, continuam a mostrar a força desse legado na vida cultural de São Paulo”, completa Rodrigo Massi, diretor da Biblioteca Mário de Andrade.

Serviço:
Exposição: Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade
Locais: Biblioteca Mário de Andrade (R. da Consolação, 94 – República, São Paulo – SP) e
Hemeroteca da Biblioteca Mário de Andrade (R. Dr. Bráulio Gomes, 139 – República, São Paulo – SP)
Curadoria: Cauê Alves e Pedro Nery
Período expositivo: 4 de outubro a 7 de dezembro de 2025
Entrada: gratuita
Classificação: livre

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