Para encerrar as celebrações de dez anos de existência, a Carbono Galeria abre em 28/10 a exposição Explorando a cor: uma década de impressões e múltiplos, do artista venezuelano Carlos Cruz-Diez. Elaborada em parceria com a fundação que leva seu nome, a exposição reúne 33 gravuras além de nove esculturas produzidas nos últimos 10 anos de vida do artista, que completaria 100 anos em 2023.
Com curadoria de Carlota Perez-Appelbaum, consultora da Fundação Cruz-Diez, a exposição propõe uma viagem íntima por meio de experimentações do artista que teve uma carreira prolífica. O visitante poderá contemplar cromografias da Série Panam (2010), que destacam as infinitas possibilidades das formas retangulares, conceito também explorado em trabalhos da série Induction Chromatique Caribeña, de 2018, feitos um ano antes do artista falecer em 2019.
“Através de técnicas meticulosas, como a serigrafia, a litografia e a impressão a laser, Cruz-Diez transformou o plano bidimensional num parque de diversões para os sentidos. Cada impressão, tal como um instrumento afinado, envolve o espectador numa sinfonia visual que dança graciosamente diante dos seus olhos, explorando as interações das cores de uma forma que desafia e encanta a mente”, diz a curadora Carlota Perez Appelbaum.
A cor não é algo estático, mas sim um fenômeno espacial dinâmico. Um exemplo disso pode ser observado em “Indução ao Amarelo – Oficina 4 (2012)”, parte da série “Indução Cromática” do artista. Segundo a curadora, nesta obra, o espectador experimenta um efeito óptico duplo: de perto, é possível discernir intrincadas formas geométricas formadas por linhas paralelas em azul, preto e branco. No entanto, ao se afastar, as linhas diminuem de tamanho, revelando uma tonalidade amarela que cria uma experiência virtual tão vívida quanto as cores da superfície.
Além dos trabalhos em papel, provenientes da Fundação Cruz-Diez, as séries de edições limitadas apresentadas nesta exposição incluem esculturas e objetos manipuláveis que permitem aos espectadores explorarem a cor em três dimensões e em uma escala íntima. Para a sócia-fundadora da Carbono, Renata Castro e Silva, “É muito especial celebrar dez anos com uma exposição de Carlos Cruz-Diez, um dos principais nomes do movimento cinético, junto a Julio Le Parc, Jesús Rafael Soto e Abraham Palatnik. A obra de Cruz-Diez é um marco da arte moderna, a interação entre cores e movimento desperta muita identificação com o público brasileiro”, ressalta a galerista.
Se a arte transcende os limites convencionais e possibilita a expansão das dinâmicas entre cor e luz por meio dos sentidos, Explorando a cor: uma década de impressões e múltiplos oferece também uma experiência tátil e interativa que mostra como disposições espaciais, ilusões ópticas e os jogos de cores são características da obra de Cruz-Diez.
Serviço
Explorando a cor: uma década de impressões e múltiplos, de Carlos Cruz-Diez
Abertura: 28/10, às 11h
Período expositivo: 28/10 até 23/12
Visitação: segunda a sexta-feira, das 10h às 18h; sábado, das 11h às 15h
Entrada gratuita
Atendimento à imprensa: A4&Holofote comunicação
Carlos Cruz-Diez
Carlos Cruz-Diez nasceu em 17 de agosto de 1923 em Caracas, na Venezuela. Seu encantamento pela cor começou quando frequentava a pequena fábrica de garrafas de refrigerante de seu pai, onde o jovem explorou os reflexos de luz e cor causados pelo sol nos vidros. Desde criança, demonstrou uma paixão pelo desenho e, apesar de receber repreensões dos professores na escola, seus pais o incentivaram a explorar as artes. Em 1940, ingressou na Escola de Artes Plásticas e Aplicadas, onde obteve seu diploma como professor de arte, profissão que exerceu até os 70 anos. Na juventude, Cruz-Diez trabalhou como ilustrador e designer gráfico para a revista El Farol, além de colaborar com diversas publicações alternativas. Durante esse período, ele também criou quadrinhos para vários jornais venezuelanos e se envolveu com trabalhos publicitários.
A partir de 1954, começou a se interessar por arte abstrata, desenvolvendo uma série de projetos de murais externos com elementos geométricos. Na década seguinte, em 1965, sua carreira se solidifica no exterior com a participação na exposição antológica “The Responsive Eye”, no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) – evento que consagrou o movimento da arte cinética. Sua obra encontra-se em coleções permanentes de museus renomados, como o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), a Tate Modern em Londres, e o Centro Georges Pompidou em Paris, entre outros. Em 2005, fundou a Fundação Cruz-Diez com o objetivo de preservar, desenvolver e difundir o seu legado artístico e conceitual.
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