Fúria – de Lia Rodrigues Companhia de Danças, estreia no Centro de Artes da Maré

Como espiar o tempo em um mundo dominado por imagens medonhas, por imagens sombrias e luminosas, atravessadas por uma infinidade de perguntas não respondidas e perpassadas por contrastes e paradoxos?

Como espiar o tempo em um mundo de fúria?

Como nos tornar mundo, como propõe Clarice Lispector, em A Paixão Segundo G.H., quando lembra que “se somos o mundo, somos movidos por um radar delicado que nos guia”?

Em Fúria, a mais recente obra da Lia Rodrigues Companhia de Danças, um mundo povoado de imagens de dor, beleza, violência, opressão e liberdade se constrói e se desmancha sem trégua, diante dos olhos do público.

Os corpos dos nove intérpretes da Companhia se destacam e se perdem em meio a roupas, sacos plásticos, rejeitos, em uma mistura de cores, formas e texturas. Um trecho de uma música tradicional dos povos indígenas Kanak, da Nova Caledônia, repetido infinitamente, acompanha grande parte da performance

“Para a criação de Fúria construímos uma coleção de imagens pesquisadas na internet. Imagens do mundo e do Brasil, imagens do presente e do passado, imagens de alegria, de dor, de violência, de amor. Construímos um grande mural numa das paredes do Centro de Artes da Maré. E começamos a trabalhar na articulação dessas imagens, colocando-as em relação umas com as outras, criando quadros vivos. Trabalhamos com a multiplicidade de identidades, mobilidade, apropriação de signos, disfarces de símbolos. Procuramos imagens, situações coreográficas, espaços, cores, ambientes, texturas. Trabalhamos em fragmentos, criamos cenas.”

A estreia no Rio de Janeiro será no dia 5 de julho, no Centro de Artes da Maré, onde ficará em cartaz até 28 de julho (sextas, sábados e domingos), com entrada franca. Criado no Centro de Artes da Maré, sede da Lia Rodrigues Companhia de Danças, Fúriaparticipou do Festival de Curitiba, em abril deste ano, e, entre maio e junho, foi apresentado em diversos festivais na Europa – na Alemanha, Portugal, Bélgica e França.

FICHA TÉCNICA

Criação: Lia Rodrigues
Assistente de criação: Amália Lima
Dançado e criado em estreita colaboração com: Leonardo Nunes, Felipe Vian, Clara Cavalcanti, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Silva, Karoll Silva, Larissa Lima, Ricardo Xavier.
Dramaturgia: Silvia Soter
Colaboração artística e imagens: Sammi Landweer
Criação de Luz: Nicolas Boudier
Produção e difusão internacional: Thérèse Barbanel
Secretária: Glória Laureano
Professoras: Amália Lima, Sylvia Barreto
Coprodução:Chaillot – Théâtre national de la Danse, CENTQUATRE-Paris, Fondation d’entreprise Hermès dans le cadre de son programme New Settings, Festival d’Automne de Paris, MA scène- nationale, Pays de Montbéliard, Les Hivernales – CDNC (França); Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main, Festival Frankfurter Position 2019 –BHF-Bank-Stiftung, Theater Freiburg, Muffatwerk/Munique (Alemanha); Kunstenfestivaldesarts, Bruxelas (Bélgica); Teatro Municipal do Porto, Festival DDD – dias de dança (Portugal).

Serviço

De 5 a 28 de julho de 2019, de sexta a domingo.
Sexta, 19h. Sábado e domingo, 18h.
CENTRO DE ARTES DA MARÉ
Rua Bittencourt Sampaio, 181, Nova Holanda, Maré (terceira rua à direita depois da passarela 9 da Av. Brasil, sentido Centro-Zona Oeste)
Tel. (21) 3105-7265.
ENTRADA FRANCA
Duração: 70 min
Lotação: 120 pessoas
Classificação indicativa: 16 anos
Reservas e informações sobre a van que fará o trajeto Zona Sul-Maré, aos sábados e domingos: [email protected]

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