Os espetáculos Portar(ia) Silêncio, de Jhoao Junnior, e A Cobradora, da Zózima Trupe em parceria com a atriz Maria Rosa, se mesclam em uma nova proposta cênica intitulada ENTRE(VISTAS), O MASCULINO MIGRANTE E O FEMININO ERRANTE – Uma sobremontagem dos espetáculos Portar(ia) Silêncio e A Cobradora. A nova montagem, que chegou aos palcos em 2024, segue com apresentações gratuitas no início de 2025 nos dias 21 e 22 de janeiro, terça e quarta-feira, às 20h, no Centro Cultural Olido e 23 de janeiro, quinta-feira, às 20h, no Centro Cultural da Penha.
O projeto nasce da ideia de integrar duas dramaturgias distintas, mas conectadas por um forte vínculo de pesquisa e temática. O conceito de “sobremontagem”, criado por Jhoao Junnior e Maria Rosa, propõe um entrelaçamento entre as encenações, gerando um diálogo cênico por meio de cenas, movimentos e narrativas que criam um espetáculo dentro do outro. A direção é assinada por Jhoao Junnior, Maria Rosa e Anderson Maurício, com a proposta de investigar as ressonâncias e contrastes entre as histórias de vida abordadas em ambas as obras.
ENTRE(VISTAS), O MASCULINO MIGRANTE E O FEMININO ERRANTE – Uma sobremontagem dos espetáculos Portar(ia) Silêncio e A Cobradora se desvia da simples sequência de montagens, criando uma fusão de cenários e personagens, onde A Cobradora abre espaço para as imagens de Portar(ia) Silêncio, e vice-versa. As duas obras se complementam ao abordar a vida de trabalhadores invisibilizados, como porteiros de edifícios e cobradoras de ônibus, refletindo sobre a migração, a pobreza, o colonialismo e o servilismo contemporâneo.
Histórias universais e cruzamento de olhares
A montagem inclui um prólogo autoficcional, no qual ocorre uma espécie de entrevista entre os artistas e seus personagens. Jhoao Junnior explica que o prólogo não é apenas uma entrevista, mas um momento de estar “entre as vistas” – entre os olhares do público e entre o próprio relacionamento cênico com Maria Rosa. Para ela, a novidade da peça está na forma como as duas obras se permeiam, com seus corpos em cena atravessando e questionando as fronteiras entre os trabalhos.
Portar(ia) Silêncio traz as histórias de homens migrantes nordestinos que trabalham como porteiros em São Paulo. O espetáculo investiga os efeitos da migração e os impactos do colonialismo na vida desses trabalhadores, com um olhar crítico sobre a palavra falada e o sotaque, utilizando a profissão de porteiro como metáfora para discutir a relação entre pobreza, invisibilidade e migração.
Por outro lado, A Cobradora coloca em cena a história de mulheres migrantes que trabalham como cobradoras do transporte público da cidade. A obra revela histórias permeadas por violência, amor, solidão e sonhos roubados, refletindo sobre a insubmissão dessas mulheres em sua busca por dignidade, igualdade e justiça.
Serviço:
ENTRE(VISTAS), O MASCULINO MIGRANTE E O FEMININO ERRANTE – Uma sobremontagem dos espetáculos Portar(ia) Silêncio e A Cobradora
Dias 21 e 22 de janeiro, terça e quarta-feira, às 20h.
Centro Cultural Olido – Av. São João, 473 – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo.
Dia 23 de janeiro, quinta-feira, às 20h.
Centro Cultural da Penha – Largo do Rosário, 20 – Penha de França, São Paulo.
120 minutos | 14 anos | Ingressos gratuitos (distribuídos uma hora antes do início da sessão nas bilheterias dos locais de apresentações).
Ficha técnica:
Atuação – Jhoao Junnior e Maria Rosa. Direção – Anderson Maurício, Jhoao Junnior e Maria Rosa. Dramaturgia [A Cobradora] – Claudia Barral. Dramaturgia [Portar(ia) Silêncio] – Jhoao Junnior. Texto Prólogo – Jhoao Junnior. Dramaturgismo – Criação Coletiva. Técnico e Operação de Som – Eddu Ferreira. Espaço Cênico – Criação Coletiva. Iluminação e Projeção Mapeada– Fagner Lourenço. Produção Executiva – Tati Lustoza. Assistente de Produção [A Cobradora] – Brenda Rebeka. Assistente de Produção [Portar(ia) Silêncio] – Daniela Adams. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Realização – Potyguar Produções. Coprodução – Zózima Trupe.
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