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Transe – Ato 1 estreia no Sesc Belenzinho

Com atuação de Salloma Salomão e dramaturgia e direção de Marcio Castro, o espetáculo faz parte de um projeto que ainda conta com um Ateliê Aberto de Criação, composto por oficinas de dramaturgia, cenografia, figurino e dramaturgias musicais

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Em pleno ABC Paulista, palco de conquistas operárias e da esquerda, conhecemos a trajetória decadente de um pequeno burguês em TRANSE – Ato 1, estrelado por Salloma Salomão e escrito e dirigido por Marcio Castro. O espetáculo tem uma temporada no Sesc Belenzinho, entre 3 de outubro e 3 de novembro.

A peça foi lida em um ciclo de leituras dramáticas e publicada em livro em 2018 e 2019, na capital e região do ABC – a obra, inclusive, foi distribuída nas cidades angolanas de Luanda, Cazenga e Benguela por meio do intercâmbio cultural Brasil – Angola/Projeto Raízes. Em 2024, o projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo de Santo André e fez uma abertura de processo nesta cidade.

A montagem faz parte do Projeto TRANSE, que também conta com um Ateliê Aberto de Criação, no qual os artistas revelam aspectos do processo criativo ao longo de quatro oficinas de direção e dramaturgia, cenografia, figurino e dramaturgias musicais. As atividades ocorrem no Sesc Belenzinho no mesmo período em que a peça fica em cartaz por lá.

A trama narra a história de Ricardo, um pequeno burguês decadente de Santo André, herdeiro de diretores da General Electric. Ao levar um tiro, o personagem revive em flashback sua ignóbil vida. A covardia e mesquinhez desse homem são desnudadas a partir de imagens e lembranças reais de movimentos de esquerda e de imagens de Paulo Martins, personagem do filme “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha. 

Em cena, Ricardo é visto através de uma janela, uma grande estrutura cênica móvel que gira no palco ao longo do espetáculo, sugerindo mudanças de perspectiva e ângulos, além de provocar o voyeurismo do espectador. Permeado por um narrador disparador de cenas e contrarregras, que seriam seus empregados (e que agem também como fantasmas de sua cabeça), a montagem conta com uma trilha sonora tocada ao vivo, que favorece esse transe do protagonista.

“A estrutura técnica do trabalho é erigida através de refletores, expostos em tripés, sistemas de som aparentes e a presença dos técnicos de frente para o público. A cenografia é modificada pelos contrarregras composta pela própria equipe de trabalho (diretores de arte, figurinista, diretor, iluminadora, músico, técnicos de som e luz), oferecendo novos prismas sobre Ricardo, modificando os planos pelo qual podemos assistir o homem em sua rota de morte (frontal, lateral, panorâmica), tal como se constrói a fotografia de um filme, fortalecendo a ideia do Voyeur, figura conceito no trabalho, que atravessa a peça. Tudo é visto pelo público”, revela o diretor Marcio Castro.

A encenação ainda conta com luzes e projeções de imagens vindas de bazucas poéticas, objetos como lunetas feitas de tubos telefônicos e lentes; e com um figurino monocromático, criado a partir de upcycling de uniformes reais de operários da região do ABC paulista.

A cena é atravessada por escritos, diários, projeções de imagens de filmes, gravadores e fitas cassete. E o personagem central se divide em encontrar as suas memórias inscritas nestes suportes e relembrar sua vida em um contexto inebriante, construído pela ambiência musical que atravessa a perspectiva do sonho e pesadelo.

“A presença de Salloma Salomão universaliza a interpretação de um personagem branco de classe média por uma pessoa negra. É uma provocação à indesejada prática hegemônica de atores brancos interpretarem personagens diversos, enquanto aos pretos relegam-se apenas figuras secundárias ou subservientes”, reflete Castro sobre a escolha do ator.

Ficha Técnica

Concepção do Projeto: Marcio Castro

Direção e Dramaturgia: Marcio Castro

Atuação: Salloma Salomão

Direção de Arte: Julio Dojcsar

Cenografia: Julio Dojcsar e Cauê Maia

Projeções Analógicas e Bazucas Poéticas: Cauê Maia

Figurinos: Renata Régis

Direção Musical: Adonai de Assis

Dramaturgia Sonora: Adonai de Assis e Salloma Salomão

Concepção e operação de luz: Camila Andrade

Contrarregras – Operários: Julio Dojcsar, Renata Régis, Cauê Maia, Marcio Castro, Camila Andrade e Adonai de Assis

Design Gráfico: Murilo Thaveira

Assessoria de imprensa: Pombo Correio Comunicação

Direção de Produção e Produção Executiva: Ana Zumas
Técnico de som: Jess Melo e Jo Coutinho (stand in)
Libras: Mãos de Fada 

Sinopse

Santo André – ABC, palco de conquistas operárias históricas. A obra narra a história de Ricardo, um pequeno burguês decadente da cidade, herdeiro de diretores da General Electric, que ao levar um tiro revive em flash back sua ignóbil vida. 

Serviço

TRANSE – Ato 1

Temporada: 3 de outubro a 3 de novembro*

Às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h30

* Sessões extras nos dias 3 e 31 de outubro, às 20h

** Nos feriados dos dias 12 de outubro e 2 de de novembro, sessões às 18h30

*** Dias 6 e 27 de outubro, domingos, não haverá apresentações, por conta das eleições

Sesc Belenzinho – Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho

Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15 (credencial plena)

Venda online em sescsp.org.br

Classificação: 16 anos

Duração: 1h 20 minutos

Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

Estacionamento
De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h. 
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 8,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 17,00 a primeira hora e R$ 4,00 por hora adicional.

Transporte Público
Metrô Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)

Sesc Belenzinho nas redes
Facebook | Instagram | YouTube: @sescbelenzinho

Confira abaixo a programação das oficinas do Ateliê Aberto de Criação:

Oficina Dramaturgia, História e Interpretação Teatral, com Marcio Castro

Descrição: O intuito desta oficina é, através de atividades práticas, desenvolver um percurso de pesquisa em seus encontros, que reverberem na relação dos participantes com suas perspectivas históricas pessoais e coletivas, e o quanto essa relação pode estar presente em suas elaborações estéticas. Cada encontro trará como foco um aspecto de desenvolvimento. E a obra TRANSE aparece como material a ser destrinchado pelo coletivo, como deflagrador inicial, para posteriormente se desenvolver em práticas individuais e coletivas dos participantes. TRANSE é um disparador que se coloca como material a ser estudado, criticado e reelaborado, inclusive.

Quando: 9 e 11 de outubro, das 14h às 17h

Inscrições:Entrega de senhas 30 minutos antes

Oficina Cenografia – Inventando o espaço, com Julio Dojcsar e André Capuano

Descrição: Poesias urbanas nas práticas da redução de danos. Depois de passar por longo período em uma zona de guerra humana, como potencializar o espaço de cena para dar conta de histórias de vida? Nesta oficina, vamos desconstruir o processo de desenvolvimento do espetáculo TRANSE – Ato 1, apresentando conceitos de encenação e compartilhando técnicas utilizadas. 

Quando: 16 e 18 de outubro, das 14h às 17h

Inscrições: Entrega de senhas 30 minutos antes

Oficina Figurinos, reconstrução e “roupa de trabalho” na cena, com Renata Régis

Descrição: Pensando que uniformes são peças de roupas padronizadas, que visam facilitar a identificação de um grupo, Renata Régis no figurino de TRANSE – Ato 1 desconstrói este objetivo. O uniforme da metalurgia, usado pelos contrarregras, se funde aos ternos e a pinturas, criando um terceiro vestir único, que carrega uma identidade e um objetivo claro da despadronização. Sendo assim, a oficina propõe que os uniformes tradicionais da metalurgia na cor cinza, sejam customizados com pinturas com stencil, por cada participante com o objetivo de mudar a visão de padronização, e identificação para qual foi criado, tornando-os únicos e com identidade. Ela também propõe a costura de ecobags no mesmo tecido dos uniformes – tecido brim em tons de cinza, onde também haverá customização com pinturas em stencil. Os participantes poderão levar seus uniformes e bolsas para casa.

Quando: 23 e 25 de outubro, das 14h às 17h

Inscrições: Entrega de senhas 30 minutos antes

Oficina Dramaturgias Musicais, com Salloma Salomão e Adonai Assis

Descrição: Oficina de dramaturgia musical para cena autoral. Uma construção musical que esteja organicamente relacionada à elaboração cênica coletiva. Os objetos fônicos são aqueles disponibilizados pelo executantes, quais sejam: voz, flauta e tecnologias do disco físico e música digital, samplers e estética de discotecagem. Ruídos, barulhos de máquinas e sonoridades vindas de simulacros. Salloma vem da cena musical surgida de bandas de garagem dos anos 1980 e Adonai criado nas faixas de estética musical do Hip Hop, samba e música eletrônica. Vertentes de música negra que se encontram para pensar uma dramaturgia musical para uma cena autoral.

Quando: 30 de outubro e 1º de novembro, das 14h às 17h

Inscrições:Entrega de senhas 30 minutos antes

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Pombo Correio -

A Pombo Correio Assessoria de Comunicação foi fundada em 2013 pela jornalista e atriz Heloisa Cintra Castilho (formada em Comunicação Social pela PUC-SP, com pós Graduação em Mídias Digitais pela FGV e Artes Cênicas pelo Teatro Escola Célia Helena) e pelo publicitário Douglas Picchetti (formado pelo Mackenzie). O braço cultural da empresa já atendeu mais 600 espetáculos de teatro, dança e música, exposições em artes visuais. Atuamos também em trabalhos em audiovisual, literatura e projetos educacionais. A empresa faz assessoria de imprensa, mídias sociais, redação de textos, gerenciamento de crise e media training. Com foco em uma comunicação ampla e cuidadosa, olhamos para cada projeto como único, respeitando suas especificidades e trabalhando para que ele seja comunicado da forma mais adequada e eficiente possível.

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