“Um Tartufo” reestreia em agosto no Teatro Maison de France

Um Tartufo, com direção de Bruce Gomlevsky e livremente inspirada no clássico “O Tartufo”, de Molière, volta à cena para curta temporada no Teatro Maison de France. O espetáculo liderou as indicações ao 31º Prêmio Shell Rio de Janeiro, e concorreu também aos Prêmios Cesgranrio de Melhor Figurino e ao Prêmio Questão de Crítica.

Totalmente sem texto e trabalhada unicamente a partir das ações físicas, a companhia mergulha no universo expressionista para sua primeira montagem não realista. Inspirada pelo texto de Molière, a peça fala sobre os vários Tartufos que nos cercam no mundo contemporâneo.

Uma das maiores comédias de todos os tempos, conta a história de um falso e ambicioso devoto que se infiltra na casa de uma família para se aproveitar e beneficiar de sua fé e ingenuidade.

Encenada pela primeira vez em 1664, desde sua estreia – quando foi censurada pela igreja – provocou reações contundentes na plateia por seu humor ácido e sintonia com questões importantes de seu tempo. Até hoje é montada em todo o mundo por sua imensa capacidade de retratar com exatidão o homem e desnudar suas mazelas e mesquinharias.

A peça se revela um poderoso meio de refletir, com humor, sobre questões que estão até hoje – e talvez mais ainda – na ordem do dia: os falsos devotos religiosos, o charlatanismo, a ética e a influência da religião no convívio familiar.

Esta é a primeira empreitada não realista da Cia Teatro Esplendor, que buscou referências no expressionismo alemão e no cinema mudo. A Cia investiu na pesquisa de uma construção corporal e cênica não naturalista, bebendo em variadas fontes: a mímica corporal dramática, a máscara balinesa, a commedia dell’arte, a capoeira e o treinamento físico de Grotowski.

SINOPSE

Orgonte (Gustavo Damasceno), chefe de família e homem de posses, cai nas garras de Tartufo (Yasmin Gomlevsky), um suposto religioso, na verdade um inescrupuloso charlatão. Toda família de Orgonte logo se dá conta do caráter de Tartufo, exceto o patriarca.

Tartufo se instala na casa de Orgonte, e usando de sua falsa posição de devoto religioso, chega a se tornar líder espiritual de seu anfitrião, que segue todos os conselhos e lhe oferece todas as regalias. A cada investida da família contra Tartufo, Orgonte reage dando cada vez mais liberdades e direitos ao hóspede,chegando ao ponto de prometer-lhe a filha Mariana (Nuaj Del Fiol) em casamento, apesar dela já estar prometida a Valério (Gustavo Luz).

Elmira (Patricia Callai), esposa de Orgonte, conta ao marido que seu hóspede está tentando seduzi-la. Orgonte acaba concordando em se esconder para espiar o que Tartufo anda dizendo à sua esposa. O charlatão enfim cai na armadilha e é expulso de casa por Orgonte, que parece ter voltado a si. Mas é tarde demais: Orgonte já havia passado todos os seus bens para o nome do falso amigo.

A MONTAGEM, PELO DIRETOR

“Agregamos ao espetáculo questões e memórias pessoais dos atores e uma premissa básica que nos norteou desde o princípio: trabalhar com uma interpretação não realista, mas que fosse impregnada de sentido e teatralidade. Aos poucos, o espetáculo foi nascendo através das ações dos personagens, e começamos a nos perguntar se ele se sustentaria sem palavras. A ideia inicial era compor a estrutura de ações físicas e juntá-la com o texto de Molière, mas o desafio de contar uma história que fosse legível, sem hermetismo e sem diálogos falados, começou a nos provocar e instigar, e o próprio processo de ensaios nos conduziu ao caminho mais pertinente a seguir. O mergulho no universo do cinema mudo expressionista e chapliniano foi uma referência fundamental, assim como as experiências com o treinamento físico grotowskiano, a máscara balinesa, a mímica de Decroux (1898-1991, ator e mímico francês), a capoeira e a religiosidade individual de cada membro do elenco.”, explica Bruce Gomelvsky.

A MÚSICA DE BORUT KRZISNIK

A música do espetáculo é do compositor esloveno Borut Krzisnik, cujo trabalho vem integrando um grande número de filmes, balés, peças de teatro e outras produções mundo afora. Krzisnik já compôs para filmes de Peter Greenaway e peças de Gerald Thomas – ocasião em que Bruce Gomlevksy, então integrante da companhia de Ópera Seca de Gerald, o conheceu. É também de Krzisnik a trilha de “O Homem Travesseiro”, dirigida por Bruce em 2012.

O músico é vencedor do prêmio Vesna de melhor música no Festival de Cinema da Eslovênia em 2008 (filme Paisagem Nº2) e do 1º prêmio no Festival de Napoli Danza (Labirinto).

Tem sete álbuns lançados: LIGHTNING (Claudio Records, 2013), VALSE BRUTAL (Claudio Records, 2014, KUD França Prešeren, 2009), SACRE DU TEMPS (Claudio Records, 2013, Station Zuid, 2007), A VIDA EM MALAS (Claudio Records , 2012, First Name Soundtracks, 2006), STORIES FROM MAGATREA (Claudio Records, 2014, KUD France Prešeren, 1997, lançamento dos EUA: Falcata-Galia Recordings, 1999), LA DOLCE VITA (Claudio Records, 2014, FV, Liubliana / Discordia , Willich, 1995) e CURRENTS OF TIME (Claudio Records, 2012, Recommended Records, Londres, 1991; relançamento: Tone Casualties, Hollywood, 1998).

FICHA TÉCNICA

Direção: Bruce Gomlevsky
Elenco / Personagem
Yasmin Gomlevsky / Tartufo
Gustavo Damasceno / Orgonte
Thiago Guerrante / Dorina
Ricardo Lopes / Cleanto
Patricia Callai / Elmira
Nuaj Del Fiol / Mariana
Felipe de Barros / Damis
Gustavo Luz / Valério
Cenário: Bel Lobo e Bruce Gomlevsky
Figurino: Maria Duarte
Luz: Elisa Tandeta
Caracterização: Mona Magalhães
Música: Borut Krzisnik
Assistência de Direção: Luiza Espíndula
Fotos: Dalton Valério e Manu Tasca
Programação Visual: Rita Ariani
Direção de produção: Luiz Prado
Realização: Cia Teatro Esplendor
Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany

Serviço

REESTREIA: 1º de agosto (5ªf), às 20h
LOCAL: Teatro Maison de France
Av. Presidente Antônio Carlos, 58 – Centro / RJ Tel: (21) 2544-2533
HORÁRIOS: 5ª a sab às 20h e dom às 18h
INGRESSOS: 5ªf R$40,00 e R$20,00 (meia) e demais dias R$60,00 e R$30,00 (meia)
horário bilheteria: 3ª a domingo, a partir das 14h
CAPACIDADE: 353 espectadores
DURAÇÃO: 100 min
GÊNERO: tragicomédia
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 anos
TEMPORADA: até 08 de setembro

Total
0
Links
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ant
“Gabyanna Negra e Gorda” tem lançamento em São Paulo, Brasília e Salvador

“Gabyanna Negra e Gorda” tem lançamento em São Paulo, Brasília e Salvador

Gordofobia, solidão, racismo e superação são alguns dos temas abordados no livro

Prox
Amanda e a oportunidade desperdiçada de explorar o trauma

Amanda e a oportunidade desperdiçada de explorar o trauma

Todos nós fazemos planos para nossas vidas

Sugestões para você: