Cypress Hill mata a saudade dos cariocas

Um dos grupos mais emblemáticos dos anos 90, o Cypress Hill é a principal referência quando o assunto é o hip hop da costa oeste americana (que rivalizava com a turma de Nova York). Conquistaram o mundo com uma mistura de rap, rock, reggae e um tempero latino, ganhando muita popularidade entre os skatistas. Depois de 22 anos afastados do Rio de Janeiro, eles voltaram à cidade maravilhosa no último dia 11 de outubro para matar a saudade dos fãs na HUB RJ a reboque do (muito bom) novo disco, “Elephants on Acid”.
O Cypress Hill que veio ao Brasil traz os MCs da formação original, os americanos de ascendência cubana B-Real e Sen Dog, acompanhados de Eric Bobo, na percussão, Além do DJ Mix Master Mike, presença frequente ao lado dos Beastie Boys em álbuns e shows. A plateia mesclava fãs de primeira hora, recém-convertidos e curiosos atraídos pelo preço dos ingressos, bastante generoso para os dias de hoje (a pista comum custava R$60 reais).
Na primeira ocasião, em 1996, eles abriram o Close-Up Planet, que tinha como headliner o Sex Pistols, que fazia uma turnê de reunião. E roubaram a cena. Dessa vez, como os donos da festa, não houve o efeito surpresa, e entregaram um show redondo, mas sem sair do protocolo. A apresentação foi aberta com Master Mike fazendo um aquecimento nas pickups. Em seguida entram Sen Dog e B-Real (usando um turbante e óculos escuros) abrindo os trabalhos com ‘Band of Gipsies’, faixa que também abre o disco novo.
Depois de ‘Get ‘Em Up’, do álbum de 2010 “Rise Up”, veio uma dobradinha do debut de 1991, ‘Real State’ e ‘Hand on the Pump’, que levantou a plateia. Mantendo o clima quente, eles atacaram com ‘When the Shit Goes Down’, do clássico disco de 1993 “Black Sunday”. O repertório, bem distribuído, prestigia a fase anos 90, mas sem deixar de favorecer o último trabalho. “Podemos tocar uma do disco novo?” indagou B-Real antes de ‘Put Em in the Ground’.
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O CP é conhecido, além de suas letras sobre crimes e violência urbana, por levantar a bandeira da legalização da maconha. Não à toa são uma forte influência do Planet Hemp no Brasil, tanto nas letras quanto na sonoridade. Além de muita fumaça na plateia, um cigarro gigante inflável era passado de mão em mão até chegar ao palco, e B-Real fez questão de guardar. E também acendeu o seu, sob palmas efusivas, introduzindo ‘Roll Up Light Up Smoke Up’. Foi a deixa para as músicas ‘Yo Quiero Fumar’ e ‘Dr. Greenthumb’ (alusão ao “dedo verde” de quem está sempre segurando o cigarrinho). Na sequência veio a última de “Elephants” da noite, ‘Crazy’, seguida de ‘How I Could Just Kill a Man’, do álbum de estreia
E o ponto alto, como não podia deixar de ser, foi a essencial ‘Insane in the Brain’, o clássico mór da banda, com o refrão acompanhado com entusiasmo pelo público e roda de pogo se abrindo. ‘It Ain’t Going Out Like That’, também do álbum “Black Sunday”, e ‘(Rock) Superstar’ encerraram a noite sem deixar a temperatura esfriar. O Cypress Hill mostrou plena forma no palco, como se tivessem se passado dez anos e não 22. Apesar de ter sido uma apresentação protocolar, o que se viu na casa localizada na zona portuária do Rio foi uma banda com domínio de cena e relevância, mesmo de 27 anos do primeiro disco. Os presentes tiveram o privilégio conferir de perto os patronos do hip hop californiano amparados por um bom novo trabalho de estúdio e não apenas debruçados sobre o revival.

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