Gêmeas de Gelo, um thriller hipnótico sobre identidade

Tom Knox é um escritor insólito. Para relacionar com o título acima, o autor britânico se ajustou na medida sua ficção com a realidade. O jornalista inglês Sean Thomas começou a escrever aos 44 anos de idade. Passava por problemas financeiros e, quando decidiu por um gênero para escrever, o thriller, ou melhor, o suspense, e escolheu por um nome para atrair o público, Tom Knox. E veio O segredo do Gênesis e A Marca de Caim, além de outros suspenses que envolvem arqueologia e religião.

SKT-Q-A-iconQuase uma década depois, Knox, já um best-seller em diversos países, lança mão de seu nome e agora com um outro pseudônimo, S. K. Tremayne, escreve As Gêmeas do Gelo (Bertrand Brasil), um fenômeno de vendas por diversos países, que já tem pretensão de ir para a telona e que apresentava um novo começo insólito na carreira, como uma escritora.

A história é um curioso jogo de identidade que o autor leva ao argumento. Sarah Moorcroft tinha uma vida perfeita. Seu esposo era um arquiteto bem-sucedido, sua casa ficava em um dos melhores bairros de Londres e suas filhas gêmeas, bonitas e adoradas por todos, chamavam a atenção de todos que passavam em frente ao jardim. Até o dia que uma das meninas morre em um acidente. Seu mundo vira de cabeça para baixo.

O casal, abatido pela dor, decide mudar para um farol nas ilhas Hébridas, um arquipélago junto às Highlands da Escócia. Naquele lugar idílico tratam de começar de novo, porém as coisas não saem como eles esperavam.  Ainda que não conheça a ilha ou o imóvel onde vai morar (o lugar foi herdado pelo marido), Sarah acredita que lá, bem longe de tudo, sua rotina poderá ser reconstruída e sua tristeza, aplacada. Mas as preocupações voltam à sua mente quando Kirstie, a gêmea sobrevivente, diz à mãe que sua identidade tem sido confundida por todos. Ela, na verdade, seria Lydia. E Kirstie teria morrido. Agora confinada na ilha, tentando cuidar de uma casa velha e sombria, Sarah se questiona sobre o que realmente aconteceu naquela noite. Seria mesmo possível que ela tivesse confundido as duas filhas? Que tipo de pesadelo estaria vivendo?

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O drama aterrorizante da personagem recheia as páginas, um thriller psicológico surpreendente, que ficou entre os finalistas do Goodreads Choice Awards 2015. Uma trama labiríntica, com um entorno opressor, que leva o leitor na conexão entre os gêmeos e a questão de identidade. Um aspecto tal que se desprende de sua própria trajetória literária, Tom Knox, que baseia os personagens de Kirstie e Lydia em suas duas filhas, da mesma idade que as protagonistas.

Logo, ao ter esse livro em mãos, não dei muita atenção, mas durante a leitura, descobri um aspecto superinteressante. A desconfiança e a inquietude que estão nas linhas, mais a personagem da gêmea sobrevivente que inicia sua autodestruição enquanto seus pais tentam encontrar remédios, soluções, justificativas e culpa por todos os problemas que aparecem é de sobremaneira sufocante, nos deixando ávidos em terminar o livro.

As Gêmeas do Gelo é um bom thriller psicológico, poderia ter um final melhor, mas e você está procurando uma leitura rápida com um pouco de mistério/suspense, então você pode desfrutar deste livro.

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