Os anos 50, 60 e 70 foram essenciais para o Brasil descobrir-se sua arte. Nesse período, artistas como Lygia Clark, Hélio Oiticica, Anna Bella Geiger, Flávio de Carvalho, entre outros, vivenciaram o que Mario Pedrosa (importante crítico de arte brasileiro) chamou de “exercício experimental de liberdade”. Essa característica foi tão importante para a arte brasileira, que foi também importada de nós por artistas internacionais.
As possibilidades de criação do eu-artístico foram potencializadas porque havia de fato um fazer. Um fazer que se diferenciava por ser muito mais livre de tradicionalismos e porque mostrava uma imersão no pensamento crítico, político, artístico e filosófico.
A arte estava interessada na vida. No transpôr a experiência de vida para a experiência da arte. No ressaltar a importância da vida em contextos de repressão, nos quais o viver se tornava cada vez mais compactado e oprimido. Não havia mais espaço para passividade do eu porque o eu precisava agir e sentir.
Interessados nessa relação entre arte e vida que permeou as décadas de 50 a 70, surge a Mostra Internacional artevida, que estreia hoje no Rio de Janeiro.
Com a curadoria de Adriano Pedrosa e Rodrigo Moura, a mostra ocupa não só um, mas quatro lugares do Rio. São eles: a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), o Museu de Arte Moderna do RJ (MAM RJ), a Biblioteca Parque Estadual e a Casa França-Brasil. Cada espaço oferecerá uma imersão diferente.
A mostra segue até 21 de setembro.
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