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Bate-papo com os Podcrastinadores

A Revista Ambrosia bateu um papo com  os responsáveis pelo podcast Podcrastinadores, que marcaram presença na Jedicon 2017. Na entrevista Gustavo Guimarães, Helvécio Parente, Tibério Velasquez falaram sobre o canal e a paixão pela cultura nerd. Confiram a conversa abaixo.

Ambrosia: Como foi que vocês viram que era viável falar sobe cultura pop e nerdice na internet?

Gustavo Guimarães: A internet proporcionou essa interação com quem tem interesses comuns com você. Por isso que, talvez, por muitos de nós serem mais velhos, que a gente sofreu mais para conseguir ter essas informações. Aí se não conseguisse tinha um cara que era um vizinho do primo de um fulano das contas. Eu ia entrar em contato com ele, que era desconhecido, e tentar trocar uma ideia. Era uma galera mais unida, mais esforçada. Hoje em dia você procura no Google rapidinho acha o que quer. Você resolve o seu problema sozinho. Acho que isso faz a diferença.

Tibério Velasquez: A gente é tão velho, inclusive, que a gente fala “fórum” (risos).

Helvécio Parente: Tem dois pontos aí: tem as redes sociais, que hoje em dia é fácil você encontrar outras pessoas que gostam da mesma coisa que você. Numa época em que não tinha internet não havia como achar essas pessoas.

Gustavo: Não é nem como encontrar as pessoas, é encontrar a informação. Você não precisa da outra pessoa (risos).

Tibério: Mas é verdade. Eu conheci o Conselho Jedi pelo jornal. Ia ter um evento do Conselho Jedi. Depois comecei a interagir com essa galera.

Helvécio: Jornal é aquele negócio de papel sabe? (risos)

Tibério: Comecei a interagir depois (com o Conselho) pelo grupo do Yahoo. Era o máximo que se conseguia de interação social.

Helvécio: Mas tem dois pontos: o ponto das redes sociais, da internet, e que hoje em dia tem muito mais cultura nerd e cultura pop do que tinha antes. Tem muito mais opções. Você vê a quantidade de filmes de super-herói que existe no cinema por ano. “Guerra nas Estrelas” tem todo ano. Antigamente era só carnaval que tinha todo ano agora tem “Guerra nas Estrelas” todo ano também (risos), e eu fico feliz por causa disso. Então é você ter mais opção e possibilidade de achar as pessoas que também gostam, e as informações que antes não existiam. O que tinha de informação antes? Eu comprava aqueles catálogos do Rubens Ewald Filho de 500 filmes. Revista Set, Cinemin, Fotogramas & Vídeo. Era o que tinha.

Gustavo: Isso quando a gente só descobria que ia ter continuação de um filme importante indo ao cinema. Tipo “Meu Deus, vão fazer ‘De Volta para o Futuro 2’!”

A: Justamente por essa coisa de hoje você ter muita informação na rede sobre cultura pop torna o desafio maior na hora de elaborar conteúdo, né?

Gustavo: A gente não tava muito preocupado com isso não. A gente queria meio que conversar mesmo.

Tibério: Quanto mais melhor!

Gustavo: Aí pensamos: por que a gente não grava esse papo todo?

Helvécio: A gente fazia parte de um grupo de email em que já rolavam debates ricos em informação, porque a gente se conhece há muito tempo. Todo mundo se conheceu, de um modo ou de outro, através do Conselho Jedi. Então, já existia esse interesse, essa troca de ideias, e veio essa ideia do GG de transformar isso em um podcast.

Gustavo: No primeiro teste eu só queria ver como funcionava a ferramenta de edição de áudio e falei “vamos gravar alguns canais e ver como é que é essa brincadeira”. E na hora em que a gente postou, a receptividade que teve e os comentários que a gente teve em volta foi tão estimulante que pensamos “gente, vamos continuar com isso”. Tudo bem que no início era tudo amador demais. Hoje eu olho para esses primeiros que a gente fez eu fico até com um pouco de vergonha, mas o fato é que motivou a gente.do eu não sabia fazer.

Helvécio: Não, gente, é bacana aquilo (risos). Tem que ter orgulho da sua origem. “O Boitatá” (curta-metragem de terror) é ruim mas eu gosto porque fiz aquilo quando eu não sabia fazer.

Gustavo: Mas o fato é o seguinte: era tudo muito movido pelo amor, digamos assim, de conversar sobre aquilo. Hoje em dia a gente tem uma preocupação em focar num assunto que tem um hype que vai facilitar o acesso. A gente se policia muito no que vai falar, já pensando na pessoas que vão ouvir. Hoje tem uma abordagem mais profissional na história. Perdemos, por um lado, o amo puro, por outro lado a gente descobriu um modo de fazer a coisa de forma mais eficiente.

Tibério: A gente se preocupa com o que está sendo lançado, o que está saindo por aí, o que o pessoal está falando, o que a gente sabe fazer de melhor. E até par gerar conteúdos diferenciados. A gente pratica um exercício de criatividade de vez em quando de falar sobre filmes que não existem, ou filmes que poderiam virar série, séries que poderiam virar filme.

Gustavo: Outra coisa interessante que a gene começou a fazer e deu certo. Tem um tipo de programa chamado Bate-Papo. Ainda pegando a temática de filme, mas a gente não conversa sobre um filme específico. Conversa sobre um assunto. Então, por exemplo, a gente conversou sobre o que aconteceria se vida alienígena fosse descoberta comprovadamente. E aí, para essa conversa a gente chamou o astrônomo chefe do Planetário da Gávea e um religioso então foi uma conversa muito rica sobre o que acontece com a minha religião se eu descobrir que existe gente fora do do nosso sistema solar. Então é um tipo de conversa que não precisa ser uma coisa pautada. Só o assunto na mesa já vai puxando uma coisa depois da outra. Muito legal.

A: E já que estmos em uma convenção de Star Wars, qual a expectativa de vocês para Episódio VIII e Han Solo?

Gustavo: Han Solo tá preocupando um pouco.

Tibério: Eu tinha esperança nos dois diretores (de Han Solo), mas aí já saíram do projeto…

Helvécio: Eu penso o seguinte, de um tempo para cá eu não tenho expectativa nenhuma. Quero entrar no cinema o mais livre possível de influência. Mas em uma coisa eu fico mai ou menos tranquilo que é quando a Disney entrou nisso muita gente chiou, mas aí veio Episódio VII, Rogue One É um troço que beleza, eu dou carta branca para você me mostrar o próximo. Porque eu confio.

Gustavo: Como quando a Marvel faz os episódios, a gente já sabe que vem uma coisa potencialmente boa.

Helvécio: Pelo menos algo legal.

Tibério: E tem sempre a chance de a gente não ver também (risos)

Helvécio: Duvido!

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