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Breve análise dos 9 indicados ao Oscar de Melhor Filme de 2014

12 ANOS DE ESCRAVIDÃO de Steve McQueen

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McQueen consegue com seu filme trazer reflexão, revolta e identificação. Transfere a impiedade de opressor, para a amostragem de seus expectadores, estabelecendo seu discurso pela jugular. “12 Anos de Escravidão” já nasce como um dos melhores e mais incisivos filmes sobre a escravidão. E sabe por que? Não faz concessão como fetiche histórico, como auto comiseração racista ou ponderação política. Expõe o fato como ele foi e assim, revela que ela, infelizmente, ainda o é.

TRAPAÇA de David O. Russell 

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David O. Russell poderia ser psicólogo. Seu fascínio e entusiasmo pelos personagens que dão forma a seus filmes é algo a se estudar mais profundamente. “Trapaça” é um filme que suscita amor e ódio. Isso já diz muito sobre seus efeitos. O longa traz para o cinema moderno a ambiguidade latente da linha tênue entre farsa e personalidade na construção de personagens em universos fílmicos. Esse é um legado cada vez mais representativo do diretor, desconstruindo as previsibilidades do cinema atual. Sensacional.

O LOBO DE WALL STREET de Martin Scorcese 

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O melhor filme de Scorcese em anos. O melhor filme americano da recente safra. O melhor filme sobre a amoralidade imoral do poder por trás do Wall Street. São superlativos que tentam dar conta da grandeza de seu resultado para o cinema moderno. O cineasta comprova que ainda é o grande diretor americano vivo. Para além disso, trata-se de um filme que retrata com impiedade uma América se corroendo pelas próprias entranhas capitalistas que tanto professa. Obra-prima.

GRAVIDADE de Alfonso Cuarón 

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O cinema como fascínio entre a estética e o sensorial. “Gravidade” nem tem tanta substancialidade dramatúrgica, mas Cuarón faz disso um exercício de simplicidade narrativa através do encantamento que só a suntuosidade visual da sétima arte pode proporcionar. O que o diretor consegue aqui é fazer da noção de gravidade aquilo que há muito o cinema anda carecendo: atratividade honesta e inteligente ao tornar humano a percepção artística do próprio homem.

NEBRASKA de Alexander Payne

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Depois do excelente “Os Descendentes“, Payne mira sua idiossincrática câmera para uma questão referente ao tempo: a que expectativas nos seguramos para seguir em frente? Moldado por personagens deliciosos, o filme constitui marcantes relações pessoais, principalmente a paterna, que diz muito sobre um trecho geográfico metafórico, bem distante da América propagada por sua prosperidade plástica. O homem e seu meio. O filme revela essa interseção. E a nossa assimilação.

ELA de Spike Jonze

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Spike Jonze faz seu melhor filme, evocando aquilo que sempre está racionalizado em sua filmografia: o amor. Ao retratar a modernidade das relações pessoais, o diretor tem a genialidade de nos expor em nossos questionamentos mais primitivos e com uma elegância (e sobriedade) estética invejável. Ela” é um filme de nosso tempo. Isso explica o tom de melancolia que nos assalta no fim da sessão…

CAPITÃO PHILLIPS de Paul Greengrass 

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Grande reflexo do cada vez mais apurado domínio cinematográfico do diretor Paul Greengrass, “Capitão Phillips” tem a representação política difundida pelo que expõe de mais universal nas relações sócio-políticas: o confronto entre desinentes de opressores e oprimidos. Um filmaço, com um dos finais mais encantadoramente angustiantes que Hollywood já viu.

PHILOMENA de Stephen Frears

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A sensibilidade britânica do diretor Stephen Frears consegue dimensionar sua história de natureza um tanto melodramática para algo além da previsibilidade dramática. Principalmente por nos relembrar que a vida é mais interessante que a ficção pelo imponderável dos personagens que gravitam nela. “Philomena“, e sua empatia, é a prova cabal disso.

CLUBE DE COMPRAS DALLAS de Jean-Marc Vallée

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O menos marcante dos indicados, mas também o que faz de um fato histórico um retrato do antagonismo entre indivíduo e instituição pública na turbulenta disseminação oitentista do vírus HIV. Mesmo sendo um filme dos atores (leia-se Matthew McConaughey e Jared Leto), consegue um respiro de contundência na forma como aborda a questão. Mas o fôlego é todo cênico…

 

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