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Crítica: Em "Será que?" todos os clichês estão perdoados

Se toda história de amor é clichê, então que faça desse clichê uma carismática história de amor. Será que? parte de uma premissa batida, mas que vai se revelando irresistível: Wallace (Daniel Radcliffe) e Chantry (Zoe Kazan) se conhecem numa festa de amigos em comum.
A identificação é imediata. Ele, que acabou de sair de uma relação traumática, se encanta com o senso de humor despretensioso dela. Mas no fim da noite, a surpresa: ela tem namorado. Daí, optam pelo que resta, e viram amigos, aproveitando a química que os envolve. Evidentemente que as emoções vão se aflorando e colocando em prova questões como razão e ética. Ou seja, mais do mesmo.

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Mas o que faz de Será que? um filme agradável e plenamente digerível, é o verniz envolvente que o diretor Michael Dowse – adaptando a peça teatral de T. J. Dawe e Michael Rinaldi – imprime na narrativa. Mesmo com soluções gráficas já usadas em filmes como 500 Dias Com Ela e (boa) trilha sonora clichê de filme indie, não tem como não se entorpecer pelo universo do amor não correspondido entre um típico loser ianque (mesmo sendo britânico) e uma garota cool em conflito. E ainda conta com bons coadjuvantes como o casal intempestivo – antítese dos protagonistas – vividos por Mackenzie Davis e Adan Driver (repetindo aqui a bem sucedida persona de Girls), rendendo momentos hilários.
O roteiro (de Elan Mastai) acerta ao investir numa espécie de auto ironia, relativizando seus lugares comuns. Em determinado momento o casal se desacerta, mesmo com todos os meios para ficarem juntos. Um velho e manjado truque de roteiro que fica bem evidente. Mas o clichê ali se perdoa pelo carisma de suas bases. Toda a história de amor continua sendo clichê, assim como ser seduzido por sua assimilável passionalidade e adorável cretinice.

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