Cuarón nos presenteia com esta incrível jornada que é “Gravidade”

Você possui alguma fobia? De altura? De alguma animal? De escuro? Sim? Não? De uma maneira ou de outra, todos possuímos pelo menos um medo de algo (nem que seja de barata!) e isso acaba nos paralisando. Ainda assim, é uma situação que dá para contornar (no caso da barata, é só matar!) e a vida continua. Mas, vamos pensar na seguinte situação: você, preso no espaço sideral, com pouco oxigênio e sem nenhuma comunicação com a Terra ou meios de voltar. Assustador? Pois é isso o que Alfonso Cuarón nos apresenta brilhantemente em “Gravidade”.
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É a primeira vez que a Dra. Ryan Stone (Sandra Bullock) está em uma missão pela NASA. Juntamente com o outro oficial, Kowaski (George Clooney), eles precisam reparar problemas técnicos em um satélite Americano. Enquanto Stone conserta a placa de comunicação, Kowaski passeia pelo espaço contando histórias engraçadas, que todos em Houston já estão cansados de ouvir. Está é sua última missão e assim que retornar à Terra, irá se aposentar. Stone parece estar tendo problemas em estabelecer a transmissão de dados para Houston e decidi resetar manualmente a placa. É quando Houston avisa que os russos detonaram um de seus satélites e destroços estão voando por todo o espaço e vindo velozmente na direção deles. Ao tentar se soltar do braço de manutenção e voltar para o interior da nave, Stone se desespera e um pedaço do destroço se choca com ela, cortando seu elo de segurança e a lançando no vácuo do espaço sideral. Girando sem parar, com pouco oxigênio e sem ter onde se segurar, Stone precisa se controlar se quiser sobreviver. A pergunta é, como?
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Contar mais seria estragar a excelente experiência que é assistir a esse filme. Em 90 minutos, o espectador se vê tão preso, sem fôlego e angustiado, quanto a própria personagem de Sandra Bullock, que não interpretava tão bem assim fazia um bom tempo. Bullock se dedicou claramente de corpo e alma a este papel, que não é exatamente fácil, tendo que se submeter a muitas cenas debaixo d’água e ficar presa a um traje típico dos astronautas por horas a fio, perdendo a leveza dos movimentos e precisando se esforçar mais para transmitir bem suas emoções somente através do rosto, mostrando assim que é uma atriz extremamente versátil e muito talentosa. Obviamente, nada disso seria possível sem o incrível pano de fundo que é o Espaço Sideral, a Via Láctea, todo construído através de computação gráfica, tornando Gravidade, talvez, um dos filmes mais ambiciosos feitos em estúdio.
gravity-bts-4 Cuarón, com uma visão ímpar, soube elucidar bem todas as dificuldades que um ser humano precisa enfrenta para sobreviver, afetando muitas vezes seu psicológico, o que culminou em cenas tão líricas e ainda assim autoexplicativas, em um ambiente completamente inóspito e estranho que é o Espaço. Isso só nos mostra que diretores latinos como Guillermo del ToroAlejandro González Iñárritu, Juan José Campanella, o grande Pedro Almodovar, entre outros, estão conquistando cada vez mais um espaço único no mercado cinematográfico, com produções que muito se diferem das Americanas e não ficam atrás em questão de qualidade e conteúdo.

Alfonso Cuarón, que não dirigia um filme desde “Filhos da Esperança”, em 2006, se empenha bastante encarregando-se também da produção, e assina o roteiro deste longa juntamente com seu irmão Jonás Cuarón, prometendo ser um forte candidato a melhor filme deste ano e quem sabe um concorrente ao Oscar 2014.

Estreia nos cinemas em 11 de Outubro.

PS: Para aqueles preocupados com a veracidade das cenas no espaço não se preocupem. Está tudo muito bem feito, não vai decepcionar.
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